Publicado em 7 de junho de 2018 às 12:07
O prédio do antigo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI) teve a entrada, logo abaixo da marquise, interditada no Centro de Vitória. Segundo quem mora na região, a intervenção começou há mais ou menos uma semana. Tapumes e arame farpado foram colocados para evitar o acesso a moradores de rua e usuários de drogas que ficam no local.>
O prédio pertence à Superintendência de Patrimônio da União (SPU). Em março deste ano foi anunciado que o edifício será destinado ao programa de moradias populares. Quem cuidará das obras é a ONG Ahabitaes - credenciada pelo Ministério das Cidades - por meio de um edital público pela Superintendência de Patrimônio da União (SPU). O credenciamento das famílias será feito pelo Programa Minha Casa Minha Vida.>
Em junho do ano passado, o prédio foi ocupado por 156 famílias. A SPU conseguiu na Justiça Federal o direito de reintegração de posse. Na época, os ocupantes alegaram que viviam de aluguel e que a maioria estava sem emprego. As famílias sem moradia se mudaram para outro prédio particular, também no Centro da Capital.>
O bancário Rogério de Souza, de 52 anos, caminha pela região todos os dias de manhã e tem medo de algo cair enquanto ele passa pelas ruas do entorno do edifício. Para ele, não adianta só fechar o prédio. Deveria reformar o prédio porque tem pedaços de vidro caindo das janelas na rua, correndo risco de atingir as pessoas. Deveriam reformar o prédio e não só fechar. O número de desabrigados precisando de um abrigo é muito grande. Vemos situações com essa, de gente morando do lado do teatro por não ter para onde ir, salientou. Assista ao vídeo abaixo:>
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A dona de casa Maria Helena Pereira de Figueiredo, de 55 anos, concorda com o fechamento, pois acredita que o espaço pode servir para abrigar criminosos. Acho muito perigosa essa situação. O Centro não merece isso. Eu amo o Centro. Essa praça tão bonita, com o teatro do lado e uma construção abandonada. Imagina o que os turistas vão achar disso? Nós não suportamos isso, ponderou.>
NOTA DA SPU>
O edifício Getúlio Vargas (ex-IAPI), de propriedade da União, foi declarado em dezembro de 2017 como de interesse público e destinado a projeto habitacional para abrigar 98 famílias de baixa renda. Foi realizado um processo seletivo e a Associação Habitacional Comunitária do Estado do Espírito Santo (AHABITA/ES) foi a escolhida para desenvolver o projeto habitacional, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida- Entidades. Aprovado o projeto e obtido o financiamento via Caixa Econômica Federal, a Superintendência do Patrimônio da União no Espírito Santo (SPU-ES) fará a cessão do imóvel para a AHABITA/ES.
Até que o projeto seja aprovado e possam ser iniciada obras de reforma do prédio, suas entradas foram fechadas para evitar ocupações irregulares ou invasões.>
MORADORES DE RUA AO LADO DA INTERDIÇÃO >
Os moradores de rua que aproveitavam a marquise para se abrigar ainda continuam por lá, só que agora ao lado do Teatro Carlos Gomes. Um morador em situação de rua, que prefere não revelar o nome, acredita que é injusto o Centro ter tantos prédios abandonados com pessoas nas ruas. É complicado, a gente fica ao relento. Piorou muito a nossa situação. É horrível, é uma injustiça. Tem vários prédios no Centro abandonados e eles não dão abrigo pra gente, declarou.>
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