Publicado em 13 de julho de 2018 às 15:20
A Polícia Federal do Espírito Santo está em contato com a Interpol para investigar a morte de uma jovem de 28 anos, moradora do Espírito Santo, que teria engolido droga para levá-la do Brasil a Portugal. De acordo com o superintende da PF no Estado, Ildo Gasparetto, os indícios dão conta de que Deyse de Souza Ricarte tenha ingerido, provavelmente, cocaína. Ela saiu de Minas Gerais no último domingo (8) com destino a Lisboa e morreu na madrugada de segunda-feira (9) em um hotel, de acordo com informações da TV Gazeta. >
Em entrevista ao Gazeta Online, Gasparetto explicou o caso. "As informações que a gente tem é através da família. A gente encaminhou um pedido para a Interpol e para o adido - policial federal que trabalha fora do país - lá em Portugal. Não recebemos resposta ainda, até porque (o caso) está com a polícia portuguesa. Estamos aguardando que, durante o dia, chegue mais alguma informação a respeito".>
O superintendente continuou: "Os indícios dão conta que ela tenha engolido, provavelmente, cocaína, e isso não saiu. Como nós não temos voo direto aqui de Vitória, as informações nos dão conta que (a partida) seria de Belo Horizonte. Até pela experiência que a gente já viu acontecer em São Paulo, bem como em Belém do Pará, onde eu já trabalhei, acontecia muito, porque o voo de lá é entre cinco e seis horas até Portugal. Então, os indícios dão conta de que seja droga realmente. Agora nós vamos ter que aguardar esses exames todos que a polícia portuguesa deve estar fazendo".>
Segundo Gasparetto, não é comum entrada e saída de drogas dessa forma no Espírito Santo. "Até porque a gente não tem esses voos internacionais".>
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A Polícia Federal informou que o passaporte da Deyse foi emitido em Minas Gerais, de onde ela partiu para a Europa. >
COMO FUNCIONA>
Pela experiência adquirida em outros Estados que já atuou e têm esse tipo de transporte de drogas, Gasparetto conta como funciona. "Quando era superintende no Rio Grande do Sul e no Pará, eles faziam buchinhas de 8 g a 10 g. Isso é enrolado em plásticos muito resistentes, para evitar que estoure dentro do estômago, e eles engolem. Dependendo da pessoa, engole de 700 g até 1 quilo de droga. Às vezes, a pessoa engole um tipo de droga e volta com outra. Depende da quadrilha. O objetivo da polícia é evitar que as pessoas sejam utilizadas como mulas. O nosso objetivo é muito tentar descobrir as quadrilhas que estão fazendo isso".>
"É UMA MORTE HORRÍVEL">
O superintendente também falou sobre o tempo que a pessoa suporta a droga dentro do corpo. "Depende da pessoa, às vezes, ela aguenta até 24 horas. Aí não pode comer, não pode fazer um monte de coisa. Realmente sai nas fezes. E, muitas vezes, onde a droga chega (país de destino) tem até local apropriado para retirar essa droga. Eu sei que quando as pessoas são presas é muito difícil, às vezes, demora três, quatro dias para expelir tudo, depende de acompanhamento médico, porque pode estourar. Quando estoura uma delas... Por exemplo: você engole 70, se estoura uma, dá overdose e mata. É uma morte horrível", diz o superintendente.>
ALERTA ÀS FAMÍLIAS>
LIBERAÇÃO DO CORPO>
De acordo com Ildo Gasparetto, a família está em contato com o Itamaraty para tentar liberar o corpo da jovem. "Nosso pessoal, que faz investigação, já está fazendo esse trabalho sigiloso, para tentar descobrir a quadrilha que está por trás".>
REDES SOCIAIS>
Em mensagens no Facebook, a família de Deyse lamentou a morte e pede ajuda para trazer o corpo da jovem ao Brasil. Um primo diz que eles não têm recursos para o traslado. >
ITAMARATY>
O Gazeta Online entrou em contato com o Itamaraty para saber informações sobre o caso. Veja a nota da íntegra:>
O Consulado do Brasil em Lisboa foi comunicado pela Polícia de Segurança Pública de Portugal do falecimento da brasileira Deyse de Souza Ricarte, no último dia 10 de julho, naquela cidade.>
Os agentes consulares brasileiros mantêm contato com a família de Deyse, prestando-lhes assistência quanto à produção de documentos e fornecendo-lhes informações referentes ao traslado do corpo e ao registro do óbito.>
O caso é objeto de investigação pela polícia portuguesa.>
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