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Passeio resulta em descoberta arqueológica no Parque Paulo César Vinha

Passeio resulta em descoberta arqueológica no Parque Paulo César Vinha

No sítio arqueológico descoberto recentemente foram encontradas peças dos períodos pré-colonial, colonial e também artefatos de origem indígena

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 13:36

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Arqueólogos descobriram "por acaso" o sítio arqueológico no Parque Estadual Paulo César Vinha. (Divulgação/Iema)

A recente descoberta do primeiro sítio arqueológico identificado no Parque Estadual Paulo Cesar Vinha (PEPCV), em Guarapari, tem deixado estudiosos, arqueólogos e profissionais do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) empolgados.

O achado, realizado pelos arqueólogos associados do Instituto de Pesquisa Arqueológica e Etnográfica Addam Orssich (IPAE), Paulo Vinicius Bonfim, Igor da Silva Erler e Dionne Miranda Azevedo Erler, encontrou alguns vestígios cerâmicos de aparência indígena, sendo evidenciada a presença de artefatos de cerâmica roletada, artefatos de origem pré-colonial, assim como de cerâmica do período colonial.

Peça encontrada no sítio arqueológico. (Divulgação/Iema)

"Estava fazendo um passeio pela área do parque e vi um material que poderia apontar para a existência de um sítio arqueológico. Como era uma visita de turismo, estava sem o equipamento para poder delimitar a área e identificar o material. Comuniquei aos colegas do IPAE para irmos posteriormente ao local para fazer a identificação”, contou o arqueólogo Paulo Vinicius Bonfim.

Após coleta em campo, o material foi levado para a sede do IPAE, localizada em Vitória, higienizado (a seco) em laboratório e segregado nas seguintes classes: cerâmica (pré-colonial), cerâmica colonial, lítico, vítreo e malacológico.

“Fizemos uma coleta superficial do material, sem escavação, porque não é permitido, e levamos esse material para laboratório para fazer a identificação prévia do que seria esse sítio. Lá fizemos uma análise com microscópio, com lentes, para poder identificar realmente o que seria”, explicou o arqueólogo Igor da Silva Erler.

TIPO DE OCUPAÇÃO

Segundo ele, com a descoberta é possível definir o tipo de ocupação que houve no litoral do Espírito Santo. “Atualmente há muitas pesquisas sobre o assunto e, posteriormente, será possível realizar um trabalho turístico, pois a arqueologia é muito utilizada mundialmente como ferramenta de turismo”, destacou Paulo Vinicius Bonfim.

Entre os fragmentos, pequenos pedaços de vidro também foram encontrado. (Divulgação/Iema)

Na opinião da gestora do Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, Joseany Trarbach, utilizar a arqueologia como ferramenta de turismo fomenta mais valor para o Parque, que já é uma área de preservação. “Todo patrimônio encontrado favorece a proteção do meio ambiente, favorece a pesquisa em cima dessa região e mostra como é importante esse tipo de estrutura para preservar não só o meio ambiente, mas também a história da nossa ocupação”, ressaltou.

Por motivos de segurança, o local do sítio arqueológico ainda não está sendo divulgado e, dentre os cuidados que as pessoas que visitam o Parque devem ter ao se depararem com algum objeto que não é reconhecido, está a consciência de não retirar o objeto do local. O próximo passo é informar imediatamente à administração do Parque sobre o achado.

“Todo material arqueológico é protegido pela União e, assim sendo, esse material não pode ser retirado do local. Nós arqueólogos, para retirarmos esse material, temos que comunicar ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Usamos técnicas específicas para fazer isso. Se uma pessoa achar um material que não saiba o que é, e ficar curiosa, ela não deve retirar o material do lugar, não deve nem se encostar a ele. O correto é comunicar aos gestores do Parque para que eles possam fazer a comunicação oficial aos órgãos responsáveis”, orientou o arqueólogo Paulo Bonfim.

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O arqueólogo Igor da Silva Erler destacou que a descoberta permitirá conhecer o passado do Espírito Santo. “A gente consegue ter um levantamento melhor de informações sobre como viviam esses povos do passado, o que faziam. Esse tipo de descoberta permite que estudemos mais o passado e compreendamos melhor como o ser humano pensa e age. A partir do que se fazia anteriormente, será possível entender o que fazemos hoje e pensar melhor os nossos costumes”, explicou.

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