Publicado em 13 de abril de 2018 às 02:54
O pai do estudante Artur Teodoro Guidoni, 22, negou que o jovem estivesse em alta velocidade quando perdeu o controle da BMW e atingiu a moto do mecânico industrial Luciano Moura, na noite de segunda-feira (09), no Centro de Vitória. Ele não estava em alta velocidade, nem disputando racha, como algumas pessoas chegaram a dizer. A gente fica triste com o julgamento das pessoas, afirmou Kesten Guidoni.
Artur teve fratura no fêmur e no nariz e ainda está hospitalizado. Já o irmão, Bernardo, 16, que estava no carona do veículo, teve ferimentos leves.
Segundo o relato do pai, os filhos haviam saído de Campo Grande, Cariacica, onde mora a namorada de um deles, e seguiam para casa, em Jucutuquara, Vitória. Como alguém aposta racha com viatura perto?, afirmou pai dos rapazes, em relação à viatura que chegou ao local minutos depois do acidente.
O carro bateu em uma ondulação da pista e saiu de lado. Ele não estava correndo, o veículo tem tração traseira, qualquer coisa ele sai de lado. Derrapou como se estivesse escorregando no sabão, disse.
Sobre a amputação da perna de Luciano Moura, o pai disse que toda a família está abalada com a situação.
Foi uma fatalidade que poderia ter acontecido com qualquer um. Em um segundo aconteceu uma catástrofe. Estamos muito abalados, meu filho está muito triste com a situação, disse Kesten.
"É UM MILAGRE ELE ESTAR VIVO"
A sorte do meu irmão é que ele não tirou o capacete, porque senão provavelmente estaria morto. É um milagre estar vivo. O desabafo, emocionado, é da costureira Luciana Moura. O irmão dela, o mecânico industrial Luciano Moura, 38 anos, teve a perna esquerda amputada após ser atingido por uma BMW, na noite de segunda-feira (9). Após quatro dias no hospital, ele passou por mais uma cirurgia na tarde de ontem, e continua internado.
Para a família, Luciano disse que já tinha percebido no local do acidente que não sentia mais a perna esquerda. Quando estava no chão, meu irmão tentou se levantar e foi quando percebeu que não estava sentindo a perna. Ela havia ficado estraçalhada com a violência da pancada, contou a irmã.
Luciana contou que, apesar da gravidade do acidente, o mecânico passa relativamente bem.
Na terça-feira, ela esteve com o irmão, que contou sobre o que lembrava do acidente. Ele disse que nem viu o carro vindo. Estava lúcido depois de ter sido atingido, tanto que achou, inicialmente, que a marquise havia caído sobre si, pois apenas escutou um barulho muito forte, detalhou Luciana.
O ACIDENTE
Luciano saiu de moto de Cariacica para a Serra, onde assumiria o turno noturno de trabalho em uma empresa, às 21h30. No percurso, devido à uma chuva intensa, ele parou o veículo próximo a um prédio na Avenida Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, e se abrigou embaixo de uma marquise.
Enquanto aguardava parado, uma BMW dirigida por Artur Guidoni, 22, rodou na pista e bateu exatamente no ponto onde estava Luciano. O impacto fez com que o veículo batesse na parede do prédio onde estava o mecânico e retornasse contra um poste de energia, onde parou. No carona do carro estava o irmão de Artur, Bernardo Guidon, 16.
A PM esteve no local e não conseguiu localizar nenhuma testemunha do acidente que pudesse indicar como a BMW perdeu o controle.
Tanto o motociclista quanto os dois ocupantes foram socorridos rapidamente por ambulâncias. Os irmãos que ocupavam o veículo foram levados para um hospital particular em Vitória.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o acidente foi registrado pelo Batalhão de Trânsito e encaminhado para a Delegacia de Delitos de Trânsito, onde será investigado.
LESÕES
Luciano ainda estava com o capacete no momento em que foi atingido pelo carro, fato que protegeu a cabeça do mecânico. Porém, a perna esquerda foi atingida com intensidade.
Ele também quebrou o pé direito e o braço esquerdo, que teve que passar por cirurgia, ontem, em um hospital particular de Vila Velha.
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