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PA do Trevo será terceirizado e terá atendimento em até 4 horas

PA do Trevo será terceirizado e terá atendimento em até 4 horas

Promessa foi feita por prefeitura de Cariacica. Nova gestão começa em 22 de junho

Publicado em 23 de maio de 2019 às 00:31

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Espera no PA de Alto Lage: pacientes receberão pulseira com cor que servirá para classificar nível do risco. (Fernando Madeira)

Suspensão de atendimento, horas de espera, falta de profissionais. Esse é um cenário recorrente no PA do Trevo, em Alto Lage, Cariacica, e que, segundo a administração municipal, está perto de acabar. A partir de 22 de junho, a promessa é que o prazo máximo estimado para o paciente ser atendido será de quatro horas. É que a operação da unidade passará para uma Organização Social (OS), empresa que terá como prioridade a implantação do sistema de classificação de risco, o que deverá organizar melhor o fluxo de pacientes e reduzir o tempo na fila. Para tanto, a prefeitura vai investir R$ 32,58 milhões por ano.

A classificação é um protocolo internacional de acolhimento identificado por cores, que variam conforme a gravidade de cada caso. Paciente classificado como vermelho terá prioridade na assistência, com atendimento imediato, enquanto paciente azul, de menor gravidade, será atendido por ordem de chegada, mas sempre após os mais graves, de acordo com a secretária municipal de Saúde, Elizabeth Pinheiro de Albuquerque. Nestes casos considerados de baixa complexidade, a pessoa pode esperar até 240 minutos (quatro horas) ou ser encaminhada a outro serviço de saúde.

Questionada sobre a razão para o PA ainda não dispor de classificação, a secretária afirma que hoje, mesmo antes do início das atividades da OS, é feita triagem dos pacientes, mas pela falta das pulseiras coloridas de identificação – que serão adotadas pela empresa – os pacientes não têm a clareza de que o atendimento por ordem de gravidade é realizado.

“Como não têm pulseirinha, as pessoas logo imaginam: ‘estou aqui esperando, mas não estão ligando para mim’. Agora, com a classificação, esperamos que haja melhor compreensão de que a prioridade é dos casos de emergência”, justifica Elizabeth.

A contratação de uma OS visa melhorar o atendimento do PA, e, segundo ela, também deve reduzir os custos da administração. Atualmente, o município desembolsa em torno de R$ 3,5 milhões mensais, e o limite de gastos da empresa é da ordem de R$ 2,8 milhões. “Uma economia de R$ 700 mil por mês e com uma meta de atendimento maior”, aponta.

LICITAÇÃO

Mas a decisão pela mudança não foi tomada em razão dos últimos episódios de falta de médicos que resultaram, por diversas vezes, na suspensão do atendimento. Esse modelo de contrato, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), já estava em andamento há mais de um ano. O processo de licitação foi iniciado no final de 2017, mas apenas após inúmeros casos de falta de assistência está sendo concluído. A fase atual é de formação da comissão que vai fazer o monitoramento das metas que precisam ser alcançadas pela empresa vencedora da licitação, a Igis.

Atualmente, o atendimento médio mensal do PA é de 24 mil pessoas, e de procedimentos, incluindo exames, assistência odontológica e farmacêutica, 80 mil. A OS deve estar preparada para fazer o atendimento da demanda média do PA e também pronta e equipada para eventuais aumentos na quantidade de pacientes.

“A OS vai gerenciar o PA, mas a gestão continua sendo da prefeitura. Então, vamos acompanhar de perto a prestação do serviço e a empresa tem que cumprir tudo o que está previsto no projeto. Se não cumprir o estabelecido, a gente notifica, suspende o pagamento se for o caso, e até mesmo pode romper o contrato”, assegura a secretária da Saúde.

Em relação à equipe, a previsão diária de médicos será de 10 profissionais no diurno e oito no noturno. Cada grupo de trabalho será composto metade por clínicos, metade por pediatras.

Hoje, há 305 funcionários no PA, entre médicos, enfermeiros, técnicos, equipe multidisciplinar e administrativo. Assim que a Igis assumir, deverá disponibilizar, no mínimo, a mesma quantidade de profissionais, sempre havendo a possibilidade de ampliar o quadro, conforme a demanda.

REMOÇÃO

Alguns dos profissionais poderão continuar a trabalhar no PA, mas a Secretaria da Saúde vai iniciar um processo de remoção na sexta-feira (24).

“Tanto os que têm contrato temporário quanto os efetivos vão ter um prazo para remoção (inscrições até dia 28), e poderão escolher as unidades onde vão ficar, e vão ser realocados, se houver a vaga. Mas eles não podem perder de vista que hoje trabalham em regime de plantão e, se forem para uma unidade básica, o trabalho será diário”, explica Elizabeth Albuquerque.

Para a secretária, o deslocamento dos servidores do PA ainda vai ajudar a reforçar a atenção básica de alguns bairros onde há maior demanda, ou mesmo, da emergência do PA de Nova Rosa da Penha.

ENTENDA

Nova gerência

Parceria Público-Privada

A partir de 22 de junho, o PA do Trevo passa a ser administrado por uma OS, que vai ser responsável pela contratação de pessoal, manutenção da unidade e atendimento ao público. O contrato é de R$ 32,58 milhões com a Igis.

Contrato

A prefeitura deve acompanhar a prestação de serviços para que as metas sejam cumpridas. Descumprimento pode resultar em suspensão do pagamento e rescisão do contrato. Com a OS, o custo do PA deve passar de R$ 3,5 milhões para R$ 2,8 milhões/mês.

Atendimento

Classificação de risco

A identificação de pacientes será feita por cores, que variam pela gravidade do caso:

Vermelho(emergência)- atendimento imediato.

Laranja (muito urgente) – atendimento o mais rápido possível, com espera máxima de 10 minutos.

Amarelo (urgente) – não é considerado emergência. Precisa de avaliação, mas tem condições de aguardar atendimento, com espera de até 50 minutos.

Verde (pouco urgente)– casos pouco graves, podem ter atendimento ambulatorial,aguardar até 120 minutos (duas horas) e ser encaminhados a outros serviços de saúde.

Azul (não é urgente)– Casos de baixa complexidade, devem ter atendimento ambulatorial. Podem esperar até 240 minutos (quatro horas) e ser encaminhados a outros serviços de saúde.

Profissionais

No PA, há 305 funcionários, entre os quais médicos e enfermeiros. A OS deve oferecer, no mínimo, a mesma quantidade, e terá capacidade de aumentar o quadro de forma mais rápida, conforme a demanda.

Plantão

Nos plantões diurnos, haverá cinco pediatras e cinco clínicos. À noite, serão oito profissionais, metade de cada área.

Demanda

Hoje, o PA atende em média 24 mil pessoas e realiza cerca de 80 mil procedimentos por mês. A OS deve ter capacidade para fazer o mesmo volume de atendimento e estar equipada e se ajustar para eventuais aumentos.

Remoção

Profissionais poderão fazer remoção para outras unidades, de amanhã até 28 de maio. Técnicos estarão no PA para esclarecer dúvidas.

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