Quem vê, não imagina que são todos comprados em bazares com dinheiro de material reciclado. Louro José, Galinha Pintadinha, bonecas, bichinhos de pelúcia. Esses objetos fazem parte da coleção do mineiro Alessandro Ferreira Meirelles, de 42 anos, que cata material reciclável pelas ruas da Grande Vitória, principalmente em Vila Velha, em grande estilo: com um carrinho único e personalizado.
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Nascido em Governador Valadares, Minas Gerais, Alessandro diz que não teve a infância que uma criança merece, e que começou a trabalhar para ajudar os pais ainda pequeno.
"Já trabalhei como engraxate para ajudar minha mãe. Meu pai trabalhava em uma prefeitura e não tinha muita condição de nos ajudar. Estou em Vila Velha há algum tempo, eu tinha uns 10 anos quando vim pra cá", contou.
Por onde passa, o catador chama atenção com o carrinho enfeitado. Mas o que ninguém imagina é que os bichinhos são reflexo de uma infância sem muitos brinquedos.
"Como não tive infância, cresci com aquilo na mente. Aí peguei a prática de fazer isso. Quando consegui o primeiro bichinho, veio a ideia. Aí enchi um lado e saí caçando nos bazares. Agora estou preenchendo a parte de trás", detalhou orgulhoso.
CARRINHO CHAMA ATENÇÃO POR ONDE PASSA
A grande celebridade é o carrinho em que Alessandro coloca o material reciclável. Ele afirma que é parado nas ruas diversas vezes por pessoas que querem tirar fotos e que perguntam, curiosas, a história de vida do homem.
Questionado se já viu algum carrinho parecido, o catador revela. "Carrinho igual o meu não tem. O único doido que gosta de andar com essas coisas sou eu. Tem uns que tiram sarro. Outros acham engraçado. Eu não ligo não", brinca.
ROTINA PESADA
Em dias bons, em que Alessandro coleta muito material reciclável, ele consegue tirar, por alto, R$ 70. Em dias normais, ele consegue faturar na faixa de R$ 35, R$ 30. Já em dias fracos, o catador ganha somente R$ 25. Mas a vontade de trabalhar, mesmo que seja para ganhar tão pouco, é o que move Alessandro.
"Mas antes pingar do que secar, né? E aí vamos levando a vida desse jeito. Tá ruim mas às vezes não tá tão ruim não. O negócio tá feio. Nem todo mundo tem a disposição de fazer o que a gente faz: meter a mão no lixo", finalizou.
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