Publicado em 12 de setembro de 2019 às 22:50
O primeiro mutirão carcerário eletrônico do país, lançado na última segunda-feira (2), colocou 110 presos em liberdade no Espírito Santo nesta quinta-feira (12). Essa foi a primeira fase de liberações de detentos do mutirão.>
Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) são condenados que já teriam direito à liberdade ou, pelo menos, a uma progressão de regime. Todos ficarão agora em prisão domiciliar e terão uma chance de poder seguir um novo rumo.>
"A importância disso é devolver a dignidade dessas pessoas, que já passaram pelo sistema carcerário e estão tentando voltar à sociedade. Esse grupo que foi liberado hoje já estava no semiaberto. Eles passam a usar tornozeleira eletrônica, cumprem prisão domiciliar e uma série de outros requisitos", explicou Nícolas Bortolon, defensor público da União.>
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Os defensores públicos que vieram até o Estado compor mutirão estão analisando mais de 8 mil processos. De acordo com a Justiça e com a Defensoria Pública, o número de detentos que vão para o regime de prisão domiciliar pode aumentar até o fim deste mês. Todos que foram liberados do regime fechado estão utilizando tornozeleiras eletrônicas.>
O mutirão realizado na Vara de Execuções Penais de Vila Velha reúne mais de 60 defensores públicos de vários Estados do país. Eles analisaram vários processos desde o início do mês. A ideia é retirar presos que, segundo a lei, não precisam mais estar na cadeia.>
De acordo com Marcello Paiva de Mello, coordenador da Defensoria Sem Fronteiras no Espírito Santo, o número total de pessoas beneficiadas será divulgado nos próximos dias.>
"Estamos fazendo revisão de processos propostos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Revisão será concluída hoje. Cerca de 8 mil processos estão sendo revisados, e essa revisão vai gerar benefícios, não necessariamente a liberdade. Hoje, o que realizamos é saída antecipada de pessoas monitoradas eletronicamente", disse.>
Nesta quinta-feira (12), receberam o benefício um total de 110 pessoas. De acordo com Graciela de Rezende Henriquez, juíza de direito da Vara de Execuções Penais de Vila Velha, a liberação é feita com muita cautela e responsabilidade. Pessoas que estão sendo liberadas passaram por vários critérios e foram analisadas sobre vários aspectos.>
"Essa audiência faz parte de uma das etapas do projeto. Vamos instruir os internos de como funciona a tornozeleira, o benefício... Conseguimos identificar necessidade dessas pessoas. Muitos deles estão há muito tempo no sistema. Quando chegam em casa, encontram seus lares em situações difíceis ou situação financeira caótica", contou.>
Entre os critérios principais para receber o benefício, estão:>
- Faltar um ano para progressão para o regime aberto;>
- Não ser crime hediondo;>
- Ter bom comportamento nos últimos 12 meses.>
O Estado foi escolhido para ser o primeiro a receber esse mutirão eletrônico por ter implantado um sistema digital de execução unificado. Cerca de 35 mil processos de execução penal, que tramitavam em papel no Espirito Santo, foram informatizados.>
Também como medidas para reduzir a superlotação nos presídios do Espírito Santo, o Estado prevê a construção de mais 2 mil vagas nos próximos quatro anos em unidades que já existem e a ampliação do uso de tornozeleira eletrônica para monitorar os presos que ainda não foram condenados pela Justiça.>
Além disso, o Estado que construir centros de formação profissional nas unidades prisionais para capacitar esses presos e aumentar as chances deles conseguirem vagas no mercado de trabalho.>
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