Publicado em 25 de agosto de 2019 às 06:52
Pagamento de armas de fogo, coação de testemunhas em processos criminais, compra e venda de entorpecentes, e até simulação de casamento entre mulheres e presos. Essas eram algumas das ordens enviadas por lideranças do tráfico, detidas no sistema prisional capixaba, para seus comparsas fora dos presídios.>
Elas eram enviadas por intermédio de bilhetes para os comparsas que estavam fora da prisão para a execução de diversas tarefas criminosas. Segundo apontam as investigações, eram entregues por advogadas, que se encarregavam de fazer o serviço de "pombo-correio".>
As mensagens foram encontradas durante as investigações da fase 1 da Operação Ponto Cego, realizada na manhã desta terça-feira (20), pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc). Foi com base nessas apurações que foram autorizadas as prisões das advogadas Luezes Makerlle da Silva Rocha e Gabriela Ramos Acker.>
* Os rostos na galeria acima foram ocultados a pedidos dos próprios policiais>
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Bilhetes foram encontrados na casa delas, que são suspeitas de coletar e transmitir as mensagens durante o atendimento jurídico por elas prestados a seus clientes no interior do sistema penal. Eram as próprias advogadas que escreviam as mensagens. Prova disso é que um exame grafotécnico apontou que as cartas haviam sido escritas por elas.>
Mandados de prisão>
Além das duas advogadas foram expedidos mandados de prisão para outras sete pessoas. Um deles era egresso dos sistema penal, ou seja, já havia deixado o presídio, e hoje retornou. Há informações de que com ele foram encontrados armas, drogas e dinheiro. Mais seis alvos da operação já são detentos. São eles:>
- Gustavo Henrique Cosmo>
- Leonardo Furtado dos Santos>
- Marcelo José Furtado>
- Alex Santos Silva>
- Ismael Martins Falcão>
- Ronildo Damásio Rosa>
- Flavio Sampaio>
- Jhony da Silva>
Na manhã de hoje também foram cumpridos outros três mandados de busca e apreensão. Os três detidos - as advogadas e o egresso do sistema penal - foram levados após a operação para a sede do Nuroc, na Enseada do Suá. O caso está sendo acompanhado pela comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES).>
O advogado Ailton Ribeiro da Silva, que faz a defesa de Luezes, informou que ela já foi enviada para o Presídio Feminino de Cariacica. Adiantou que ainda não teve acesso ao processo, mas que vai solicitar a soltura dela. "Ela tem profissão definida, uma filha menor. É a única que sustenta casa, tem residência fixa", relatou.>
Ailton disse ainda que, em conversa com a sua cliente, foi informado que ela escreveu apenas uma carta para um de seus clientes que se encontra detido no Sistema Prisional de Viana, e que esta carta foi apreendida pela polícia. "Tem uma única carta da Luezes, dela falando para a família do detento o que ele pediu. Nesse contexto, não tem absolutamente nada criminoso, é o que eu ouvi da Luezes", justificou.>
A reportagem tenta contato com os advogados de defesa dos demais detidos.>
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