Segunda-feira, 3 de dezembro, primeiro dia da greve dos rodoviários na Grande Vitória. Apesar das tentativas de negociações na última semana, empresas e empregados não entraram em acordo e a paralisação foi iniciada desde a zero hora. E não tem prazo para acabar.
Apesar de uma nova contraproposta das empresas nesta segunda-feira, os rodoviários não aceitaram. Sem acordo, sindicatos patronais e da categoria decidiram pelo dissídio, e agora é a Justiça que deve resolver o conflito entre as partes. A audiência só ocorrerá na tarde da próxima quarta-feira (5) e, ao que tudo indica, os capixabas que dependem do transporte público na Grande Vitória contarão com mais um dia de transtornos nesta terça-feira (4).
O PRIMEIRO DIA DE GREVE
Segurança reforçada nos terminais
Às 5 horas, com céu ainda escuro, policiais militares se posicionavam em frente aos terminais urbanos da Grande Vitória e garagens dos ônibus para garantir que a liminar da Justiça fosse cumprida: 70% da frota nos horários de pico e 50% nos demais intervalos.
Até o governador Paulo Hartung fez vídeo de apelo pela manutenção da frota definida pela Justiça. Ele pediu que os rodoviários circulassem durante a grave de acordo com o que foi decidido.
Filas e terminais cheios
Por volta das 6h30 desta segunda-feira (3), o Terminal de Vila Velha já estava cheio. Um passageiro informou à reportagem do Gazeta Online sobre a dificuldade de pegar ônibus em Terra Vermelha para o terminal. Outros contaram que alguns coletivos estavam mais vazios do que o normal.
No Terminal de Laranjeiras, o movimento era menor e a média de atrasos foi de 30 minutos. Os estudantes Fernanda Nascimento e Leonardo Pinheiro, que tinham prova de Direito em Vitória, relataram medo de perder a avaliação.
No Terminal de Cariacica, alguns veículos apresentaram defeitos. A reportagem do Gazeta Online ficou cerca de 30 minutos em frente à garagem da Viação Satélite e nenhum coletivo saiu, até que dois ônibus foram para as ruas. Perguntados, os rodoviários afirmaram que os ônibus não estavam saindo por conta dos defeitos, como problemas na buzina.
Para fugir da greve, bicicletas
Na falta de ônibus, a solução foi alugar bicicletas; a estação de aluguel perto do Terminal de Vila Velha ficou totalmente vazia.
Movimento no comércio
Por conta da greve, o movimento do comércio no Centro de Vitória ficou fraco. Os funcionários tiveram dificuldade para chegar às lojas, alguns com até duas horas de atraso. A Avenida Jerônimo Monteiro, que é uma das mais importantes para o comércio de rua de Vitória, ficou vazia.
A greve trouxe prejuízo para toda a população e refletiu no comércio, que teve baixa movimentação. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços, e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio), José Lino Sepulcri, disse que o movimento caiu em torno de 50% nas lojas e a estimativa de prejuízo ultrapassa a casa de R$ 10 milhões.
Expectativa de acordo frustrada
A assembleia realizada para analisar o possível acordo entre rodoviários e empresas de transporte coletivo no começo da tarde desta segunda-feira (3) durou cerca de dez minutos. Os rodoviários não aceitaram a nova proposta e decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
Menos ônibus nas ruas, diz GVBus
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), o número de ônibus que circulou no início da manhã e em horário de pico nesta segunda-feira (3) foi menor do que o determinado pela Justiça, que era 70% em horário de pico, e nos demais horários, 50%.
Segundo o sindicato, das 5h às 6h, apenas 24% da frota saiu das garagens. Das 6h às 9h, a quantidade de veículos circulando não passou de 63%.
Por conta disto, o sindicato oficializou a situação ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES). No pedido, o sindicato solicitou uma multa diária no valor de R$ 200 mil. As empresas também entraram com uma ação, no qual pedem a decretação da abusividade e ilegalidade da greve, descontando os dias parados.
Demora na volta para casa
Como mostrou a Central de Trânsito do Gazeta Online, o trânsito congestionou em Vitória na volta pra casa já a partir das 17h20; a Terceira Ponte apresentou engarrafamento sentido Vila Velha e algumas vias de acesso ficaram lentas na Capital.
A cabeleireira Joelma Teles já esperava no Centro de Vitória havia 40 minutos pelo ônibus que ia para o Terminal de Itacibá. Estão muito cheios. Demorado e cheio. Tem alguns que até dá para entrar, mas quando chega mais à frente ele enche tanto que não dá nem para respirar direito dentro dele.
O estudante Arthur Lopes estava havia mais de uma hora no ponto da Avenida Jerônimo Monteiro, Vitória, esperando por algum coletivo que passasse no Terminal de Jardim América. Não tem como entrar no ônibus. Eles passam todos cheios, já estou aqui há mais de uma hora, afirmou.
Escolas e faculdades mantêm aulas nesta terça
Faculdades e escolas municipais e estaduais mantiveram as aulas também para esta terça-feira (4).
O presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino (Sinepe), Moacir Lellis, afirma que o calendário seguirá normal nas escolas particulares. Não tivemos registro de pessoas que chegaram atrasadas, mas a greve preocupa porque estamos em período de provas.
A Ufes, UVV, Faesa e Estácio também seguiram o calendário. Os alunos que não chegarem no horário, não serão prejudicados, relatou a UVV, em nota.
Sem acordo, dissídio
Apesar das tentativas de negociações desde a última semana, os sindicatos patronais (GVBus e Setpes) e o Sindicato dos Rodoviários não entraram em acordo e agora partem para o dissídio coletivo, quando a Justiça deve decidir por uma solução do conflito entre as partes, que, no caso, são os empregados e empregadores. A audiência está marcada para a próxima quarta-feira (5), na sede do Tribunal Regional do Trabalho.
Terça-feira: mais um dia de transtorno
Acompanhe desde o início da manhã desta terça-feira (4), aqui no Gazeta Online, a cobertura em tempo real do segundo dia de paralisação dos rodoviários. Envie fotos ou vídeos para o nosso WhatsApp (27) 98135-8261 e também por meio de nossas redes sociais:
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