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Deu samba ou atravessou? Os erros e acertos de cada escola da sexta

Deu samba ou atravessou? Os erros e acertos de cada escola da sexta

Organização é palavra de ordem para tudo sair como o planejado no Sambão do Povo; reportagem do Gazeta Online listou erros e acertos de cada agremiação que desfilou na passarela do samba na sexta (22)

Publicado em 23 de fevereiro de 2019 às 15:35

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Oito escolas do Grupo de Acesso A brilharam na segunda noite de desfiles do Carnaval de Vitória no Sambão do Povo. Um dos maiores destaques da sexta-feira (22) foi a Chegou o que Faltava. A escola de samba falou sobre as lendas que envolvem a formação rochosa no Caparaó com o samba-enredo "A lenda da Pedra Menina".

De modo organizado, com fantasias luxuosas e belos carros alegóricos ela conseguiu prender a atenção do público e interagir com ele. A escola tornou-se uma rival de peso na briga pela vaga de acesso ao Grupo Especial. Mas a Andaraí, Independentes de São Torquato e Chega Mais também se destacaram.

O Gazeta Online listou o que deu samba e o que atravessou, ponto a ponto, em cada escola. Confira:

ANDARAÍ

DEU SAMBA

Com uma comissão de frente bonita e bem coreografada, a Andaraí abriu os desfiles da noite de sexta-feira (22) no Sambão mostrando disposição para retornar ao grupo especial no próximo Carnaval. O carro abre-alas também chamou a atenção com uma estrutura grandiosa e com mais de 10 destaques sambando e cantando com empolgação. Ainda passaram pela avenida baianas fazendo uma boa representação de Madre Teresa de Calcutá e, como de costume, a bateria deixou sua marca. Com duas crianças à frente e a rainha Brysa Sousa fazendo um show à parte, repiques, chocalhos e surdos deram ritmo e cadência à apresentação. Apesar do público pequeno nas arquibancadas, a escola, que cantou o enredo “Heróis: a esperança de um povo”, contagiou os foliões que foram prestigiar o desfile.

ATRAVESSOU

O grande problema da Andaraí foi o atraso. Pelo tempo regulamentar, a escola poderia se apresentar entre 45 e 55 minutos, porém desfilou em 61 minutos e 9 segundos, o que levará à perda de pontos que podem ser decisivos para voltar à elite do Carnaval de Vitória. Outro problema foi no acabamento de fantasias. A maioria estava bonita, mas havia alas em que componentes estavam com chapéu e outros não, e um adereço da saia de uma das baianas soltou na avenida.

Carnaval de Vitória 2019: Andaraí desfilou no Sambão do Povo nesta sexta-feira (22). (Marcelo Prest)

BARREIROS

DEU SAMBA

Segunda a entrar na passarela do samba, a Unidos de Barreiros teve uma grande sacada ao coreografar algumas de suas alas, dando uma movimentação bonita ao desfile. Os componentes também mostravam-se empolgados ao cantar o samba enredo que, neste ano, quis destacar que “É tempo de amar.” Assim, levou bastante alegria para camarotes e arquibancada, com muitos foliões repetindo o refrão. Outro destaque foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira, com um bailado coreografado e bonito. Eles vestiam uma fantasia luxuosa, na qual predominava o vermelho e o dourado. Nas alas, as variadas cores também contribuíram para a Barreiros fazer um desfile mais alegre. Na bateria, as roupas leves dos integrantes deram a eles mais liberdade na hora de tocar e contagiar o público com sua batida ritmada.

ATRAVESSOU

A escola teve uma série de problemas. Começou com 10 minutos de atraso, comprometendo o tempo total do desfile, que ultrapassou em pouco mais de 4 minutos. No final, os componentes tiveram que correr para que o atraso não fosse maior. A Barreiros também não desfilou com todas as baianas (o mínimo são 25) e o carro abre-alas, que faz uma espécie de apresentação da escola, não tinha o nome da agremiação.

Carnaval de Vitória 2019: Barreiros foi a segunda escola a desfilar na sexta (22). (Marcelo Prest)

ROSAS DE OURO

DEU SAMBA

Pela ordem dos desfiles de sexta, a Rosas de Ouro foi a primeira a cumprir o tempo regulamentar fazendo uma apresentação de quase 52 minutos. Com uma inspiração chinesa para preparar o enredo, a comissão de frente trouxe bailarinos exibindo uma coreografia com leques, e pintura no rosto em uma alusão aos orientais. O carro abre-alas levava um enorme dragão, também destaque na agremiação. Com uma fantasia dourada deslumbrante, a rainha de bateria Carol Barcelos encantou do início ao fim da apresentação, com muito samba no pé e simpatia. A marcação dos ritmistas, com direito a paradinha, foi outro aspecto evidenciado no desfile da Rosas de Ouro. A ala das baianas também foi um ponto positivo na apresentação, cujo enredo era “A busca da relíquia chinesa e os herdeiros do 22 de abril.”

ATRAVESSOU

Boa parte das fantasias da agremiação não estava bem confeccionada. Outra falha é que vários integrantes de uma mesma ala estavam com calçados diferentes, assim como roupas sob a fantasia que destoavam a composição. Ainda houve quem parasse para fazer flexão no meio do desfile. As alegorias também apresentavam problemas de acabamento, sobretudo a segunda e a terceira a entrar na avenida, deixando à mostra parte da estrutura metálica e de isopor.

Carnaval de Vitória 2019: Rosas de Ouro foi a 3ª agremiação a desfilar no Sambão do Povo na sexta (22). (Marcelo Prest)

SÃO TORQUATO

DEU SAMBA

Cantando os bares e a boemia, a escola de Vila Velha foi a quarta a se apresentar e levou muitas surpresas ao sambão. Uma delas foi uma destaque de chão que, mesmo grávida, manteve o samba no pé do início ao fim do desfile. A escola veio com um samba fácil de memorizar, que falava sobre beber e curtir a vida e que foi rapidamente decorado pelo público. Além disso, a escola levou para a avenida três carros alegóricos luxuosos e elegantes. As fantasias estavam completas e bem executadas. Destaque também para as diversas alas coreografadas, principalmente a que representava os garçons, que cativou o público. Apesar de precisar dar uma corrida no final, a escola conseguiu fechar o desfile dentro do tempo e foi recebida na dispersão com aplausos e gritos de “é campeão”.

ATRAVESSOU

Mesmo com um desfile muito bem organizado, a São Torquato teve algumas pequenas falhas. Em alguns momentos, por conta da correria para terminar no tempo, formaram-se buracos na avenida. Outro ponto negativo foi o segundo carro alegórico, que não seguia em linha reta e chegou a se aproximar bastante da barreira do lado direito do Sambão. Na altura da metade do desfile, a escola conseguiu corrigir o carro.

Carnaval de Vitória 2019: São Torquato foi a 4ª escola a desfilar na sexta-feira (22). (Fernando Madeira)

CHEGA MAIS

DEU SAMBA

Pela ordem estipulada em sorteio a Chega Mais foi a quinta a se apresentar. A escola cantou o Rio Amazonas mostrou que está na disputa por uma vaga no Grupo Especial com carros alegóricos imponentes e com muitos detalhes. A principal alegoria foi a segunda, que representava a fauna da floresta amazônica e contava com efeitos de fumaça e, ao centro, uma cobra articulada. No alto, os destaques estavam luxuosos e muito animados. No chão, também tinha muita animação e samba na ponta da língua. Além de abordar a natureza, a escola também representou a população ribeirinha e as lendas rio Amazonas.

ATRAVESSOU

A Chega Mais cruzou a linha final do Sambão com mais de quatro minutos de atraso, o que certamente renderá perda de pontuação. Ao tentar se adiantar para passar mais rápido, acabaram se formando buracos entre as alas. Algumas fantasias estavam incompletas.

Carnaval de Vitória 2019: 5ª a desfilar na avenida, Chega Mais protagonizou nos desfiles do Grupo de Acesso A, na sexta (22). (Fernando Madeira)

TRADIÇÃO SERRANA

DEU SAMBA

A Tradição Serrana foi a sexta escola a pisar no Sambão, já nas primeiras horas de sábado (23). Na escola do bairro Feu Rosa, quem roubou a cena foi o rei da bateria, cargo ocupado por Yohji Leão, que desfilou ao lado da rainha Leidi Oliveira e da madrinha japonesa Kouko. Quem também veio do japão foi uma das porta-bandeiras. Cantando a liberdade do negro, a escola fez um samba fácil e que foi cantado por quem estava na arquibancada. Outro ponto forte da escola foram os destaques de luxo, que estavam imponentes. As demais fantasias eram simples mas estavam completas. Os integrantes de todas as alas desfilaram descalços.

ATRAVESSOU

A escola, apesar de pequena, não conseguiu terminar no tempo máximo de 55 minutos. A Tradição Serrana trouxe apenas dois carros alegóricos, que estavam bem simples. Nas alas, não havia muita animação e a maioria dos integrantes não sabia cantar o samba-enredo.

Carnaval de Vitória 2019: Tradição Serrana foi 6ª agremiação da sexta (22) a desfilar no Sambão do Povo. (Fernando Madeira)

CHEGOU O QUE FALTAVA 

DEU SAMBA

A escola levou para a avenida fantasias luxuosas. Um dos destaques é a fantasia de árvore do participante do último carro alegórico. Os carros eram imponentes, sendo que no primeiro havia uma tela de led com o nome da escola e do samba-enredo. Os integrantes estavam com o samba-enredo na ponta da língua. Destaque para o promoter David Brazil que por onde passava era aplaudido. A rainha da bateria carregou um cetro na mão e se emocionou. A comissão de frente deu um show à parte com sua coreografia bem executada.

ATRAVESSOU  

Apesar dos carros alegóricos serem imponentes, o último estava com uma pequena parte quebrada. Isso não atrapalhava a locomoção, mas a estética. Além disso, eles demoraram a centralizá-lo. Alguns adereços de fantasias estavam se desprendendo e se tornou um incômodo para alguns, principalmente para participantes da bateria. Muitas sapatilhas também estavam rasgadas.

Carnaval de Vitória 2019: Chegou o Que Faltava apresentou belezas do Espírito Santo e foi 7ª escola a entrada no Sambão do Povo na sexta (22). (Fernando Madeira)

IMPÉRIO DE FÁTIMA 

DEU SAMBA 

A comissão de frente da escola deu um show à parte por estar bem sincronizada e por fazer acrobacias no meio do Sambão do Povo. As fantasias apesar de simples e com pouco brilho, eram bonitas e bem acabadas. Os carros alegóricos eram imponentes, o segundo carregava 40 pessoas. Destaque para a uma banda de forró que foi colocada no último carro como uma homenagem ao distrito de Itaúnas, em Conceição da Barra. A escola se preocupou com a inclusão e um cadeirante participava da bateria.

ATRAVESSOU

A escola teve algumas pequenas falhas. No final, eles tiveram que correr com o desfile para terminar no tempo certo. Por conta disso, formaram-se buracos na avenida. Muitas sapatilhas estavam rasgadas ou furadas. Em uma das alas, o participante deixou o chapéu cair e não pegou, sendo chutado por um organizador. Já em outras, participantes não usaram a parte de cima da fantasia e ficaram diferentes dos demais, algo que chamava bastante a atenção durante o desfile.

(Com informações de Aline Nunes, Natalia Bourguignon e Raquel Lopes). 

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