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Coronavírus no ES: Vila Velha já tem profissionais da saúde afastados

Coronavírus no ES: Vila Velha já tem profissionais da saúde afastados

Eles trabalham no PA de Cobilândia e estão em quarentena domiciliar; município é o que mais sofre com a pandemia no Estado

Publicado em 9 de abril de 2020 às 18:41

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Coronavírus - Covid19
O PA de Cobilândia conta com 85 profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem. (Tumisu/Pixabay)

A postos para atender pacientes com o novo coronavírus, os profissionais da saúde de Vila Velha começam a sofrer danos por estarem na linha de frente do combate à pandemia. No município, trabalhadores do Pronto Atendimento de Cobilândia já estão em quarentena por suspeita ou confirmação da doença.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, “não mais que três profissionais estão afastados, em isolamento domiciliar, por no mínimo 14 dias”. Questionada, a pasta não revelou quantos casos são suspeitos e quantos são confirmados, alegando que “não se pode comentar sobre prontuário de eventuais pacientes”.

No entanto, de acordo com o relato de uma enfermeira que trabalha no PA de Cobilândia, três colegas (uma da mesma categoria e duas técnicas em enfermagem) contraíram a Covid-19, foram afastadas e já estão curadas. Além delas, cerca de outros cinco profissionais estariam em casa, com suspeita da doença.

A própria enfermeira que relata a situação é uma delas. “Na sexta-feira (3), eu atendi uma paciente que estava com suspeita de coronavírus, isso faz parte do nosso dia a dia. Nessa terça-feira (7), comecei a sentir alguns sintomas e fui fazer o teste. Agora, estou aguardando o resultado em casa”, contou.

ATENDIMENTO SUSPENSO POR FALTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

No último dia 24 de março, o atendimento no Complexo de Saúde de Cobilândia chegou a ser suspenso por causa da falta de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras e luvas, para os profissionais. Depois de alguns dias, o local voltou a funcionar normalmente.

Porém, de acordo com a enfermeira, as condições de trabalho continuam longe do ideal. “Temos que compartilhar óculos, que deviam ser de uso exclusivo de um profissional; não temos máscaras e o número de capotes (espécie de avental) também está bem limitado”, revelou.

FALTA DE TREINAMENTO PARA A COVID-19

Outro problema apontado pela enfermeira é a falta de capacitação oferecida aos profissionais do PA de Cobilândia. Segundo ela, eles não receberam o treinamento específico para atendimentos a pacientes com suspeita do novo coronavírus. “Estamos cobrando há cerca de 20 dias e não recebemos um retorno”, afirmou.

O QUE DIZ O MUNICÍPIO

A respeito da falta de equipamentos, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a “escassez é generalizada”, mas que, no momento, os respectivos profissionais contam com EPIs. “Já conseguimos um novo estoque nessa semana e estamos providenciando uma compra emergencial para continuar com o atendimento”, garantiu.

Já em relação ao treinamento, o município afirmou que não procede a inexistência de capacitação. “Todos os serviços de saúde de Vila Velha foram convocados para treinamentos. Quem veio representando seu serviço foi orientado a ser multiplicador das informações recebidas”, esclareceu.

VILA VELHA É O MUNICÍPIO MAIS AFETADO NA PANDEMIA

De acordo com o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a cidade de Vila Velha é a que concentra o maior número de casos confirmados da Covid-19. Até a noite desta quarta-feira (8), eram 82 confirmados e 235 suspeitos da doença. Outros 404 casos já foram descartados.

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