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As piores ruas e avenidas nos horários de pico na Grande Vitória

As piores ruas e avenidas nos horários de pico na Grande Vitória

A Gazeta fez um levantamento dos pontos mais críticos em 34 vias

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 12:47

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Fluxo intenso de carros na Avenida Reta da Penha. (Fernando Madeira)

Percorrer a Região Metropolitana de Vitória de carro tem se tornado um exercício de paciência para enfrentar engarrafamentos nos horários de pico, que são aqueles momentos em que todos os veículos existentes parecem estar nas ruas ao mesmo tempo: início da manhã e final da tarde, de segunda à sexta-feira.

Em um levantamento realizado junto às prefeituras de Vitória e as vizinhas Vila Velha, Cariacica e Serra, A Gazeta mapeou um total de 34 ruas e avenidas mais complexas para se andar de carro.

“Eu entro na Avenida Norte-Sul ao sair de São Diogo, na Serra, por volta das 18h20, todo dia, para ir para Jardim Camburi, em Vitória. Já teve dia de parar meu carro, fazer o retorno e voltar para casa pois estava intransitável”, conta a técnica em segurança do trabalho Rita Aparecida Almeida, 41 anos.

Mas o problema não é só de quem está na condição de motorista. Os passageiros de coletivos que percorrem essas vias também se sentem prejudicados. “Tenho que sair de casa uma hora antes de entrar no trabalho, às 8h, para não me atrasar. Em outros horários, gasto apenas 20 minutos de casa até a Assembleia Legislativa. É muito carro no mesmo horário e nas mesmas ruas”, contou a assessora parlamentar Quezia Modenese, 21, que vai de ônibus de Jardim Camburi para a Enseada do Suá, em Vitória, todos os dias, às 7h.

No trajeto considerado curto, de 4,5 quilômetros, Quezia enfrenta três dos 17 pontos de trânsito complicados na Capital: o encontro entre a Avenida Norte-Sul e a Dante Michelini, em Jardim Camburi; a Avenida Saturino de Brito, na Praia do Canto, e parte da Avenida Américo Buaiz, na Praia do Suá.

Para a especialista em trânsito Nadja Lisboa da Silveira Guedes, os gargalos no trânsito se devem muito pelo crescimento do número de veículos circulando, que não foi acompanhado pelo crescimento do número de ruas e avenidas. Porém, não tem muito para onde correr, segundo ela.

“A busca tem que ser por melhorias no transporte público e vias alternativas, como bicicletas e até os patinetes. Não precisamos sair de casa de carro para fazer pequenos percursos. Além disso, tem a questão ambiental provocada pelos carros”, alerta.

VITÓRIA

Nas ruas da Capital circulam cerca de 200 mil veículos por dia. A Secretaria de Trânsito identificou 17 pontos de trânsito complicado em dois horários: das 7h às 9h e das 17h às 19h.

Os pontos estão distribuídos entre as principais vias da cidade, que servem também de acesso aos municípios vizinhos. “Muitos motoristas estão apenas de passagem em Vitória para seguirem para Serra, Vila Velha ou Cariacica. Isso é um complicador e não há como abrir outras vias, no máximo viadutos ou acessos fora da Capital, mas são obras muito caras”, explica Marcelo da Silva Perozini, gerente de operações de fiscalizações de trânsito de Vitória.

Perozini descreve que agentes da Guarda Municipal de Trânsito são distribuídos, de forma organizada, nos pontos de engarrafamento. Exemplos são as vias de chegada da Segunda Ponte, pela manhã, ou a região da Enseada do Suá, no final do dia. “Agentes são colocados nesses pontos de retenção, mas nem sempre eles têm o que fazer, pois não têm para onde jogar esse fluxo de carros. Não há atalhos”, observa.

Uma via que pode desafogar a Avenida Maruípe e a Reta da Penha, depois de cinco anos de obras, é a Avenida Leitão da Silva, margeada pelos bairros Itararé, Santa Lúcia, Praia do Suá, Gurigica e Andorinhas.

CONGESTIONAMENTO DURA MAIS NA SERRA

Município mais populoso do Estado, a Serra tem apenas três gargalos por onde percorrem cerca de 70 mil carros por dia. Esta é a cidade onde o “anda e para” dos carros começa mais cedo e termina mais tarde.

O primeiro horário de pico é das 6h às 10h. Já o segundo tempo de congestionamentos é das 16h às 20h. Independentemente se ocorre de manhã ou tarde, um dos trechos de trânsito caótico é o da Avenida Norte-Sul, na altura do Terminal de Carapina, no bairro Rosário de Fátima, até o cruzamento com a Avenida João Palácio, em Hélio Ferraz, via que dá acesso à BR 101.

Em média, são cerca de 27 mil carros neste percurso. “Além da movimentação de ônibus no terminal, ainda há o fluxo de entrada e saída para várias empresas que se concentram na região. No local há, ainda, o acesso à UPA e outros hospitais, portanto, fluxo maior de ambulâncias”, observou o diretor do Departamento de Operações de Trânsito da Serra, Marcos Viana.

Neste trecho, Viana faz um lembrete aos condutores. “Pode seguir quando o agente de trânsito sinaliza para avançar o sinal. Muitos motoristas ficam com receio,mas se o agente sinalizar para avançar, pode ir sem problema”, orienta.

A Avenida Norte-Sul apresenta outro ponto de retenção, onde se encontra com a Avenida Eudes Scherrer, nas proximidades do terminal de Laranjeiras. “Dos três pontos, esse é o mais tranquilo pois são pistas largas e absorve bem o fluxo, mas que migra para uma pista não tão grande”, disse o diretor. O local também tem tráfego intenso de coletivos por causa do terminal.

O terceiro ponto para motoristas que circulam na Serra é a Avenida Talma Rodrigues Ribeiro - em especial com a interseção da Rotatória do Ó com a Avenida Civit - por onde passam 25 mil carros. Uma alternativa é a rota da Rodovia ES 010, que também acessa Laranjeiras e Morada de Laranjeiras.

Já quem vai para Barcelona, Serra Dourada e Porto Canoa pode escapar do congestionamento seguindo pela BR 101 e Norte-Sul. “A BR 101 vai ser a via que servirá de fuga após a construção do Contorno do Mestre Álvaro, quando o tráfego atual deve diminuir 30% na rodovia”, ressaltou Viana.

CARIACICA TEM TRÊS PERÍODOS CRÍTICOS

Em Cariacica, segundo a Secretaria Municipal de Defesa Social são quatro os locais de engarrafamento. Diferentemente dos demais municípios, Cariacica tem três horários críticos para quem dirige pela cidade. O primeiro vai das 7h30 às 8h30.

Depois, no horário de entrada e saída escolar, das 11h30 às 13h30, e ao final do dia, das 17h30 às 19h. Uma delas, na verdade, é uma rotatória localizada entre a Rua José Vieira Gomes, Avenida Leopoldina e Rua Estrela Matutina, no bairro Cruzeiro do Sul, para onde a prefeitura designou um número maior de agentes de trânsito. O local ainda conta com câmeras.

O outro gargalo no município é a interseção entre a Rua Quinze de Novembro com a Avenida Leopoldina, em Campo Grande. No mesmo bairro, o motorista enfrenta engarrafamento de quem sai para a BR 262, próximo ao Terminal de Campo Grande.

O quarto ponto é a Avenida Vale do Rio Doce, em Porto de Santana, que dá acesso à Cinco Pontes e também à Segunda Ponte, no sentido Vitória. Além disso, é acesso a bairros muito populosos, como Porto de Santana, Porto Velho, Itacibá e Itaquari.

PONTES SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS EM VILA VELHA

No meio do caminho tem uma ponte. Isso mesmo, todos os pontos que contam com congestionamentos em Vila Velha nos horários de pico têm relação com as pontes que ligam a cidade à Vitória.

Porém, é o único município que tem locais diferentes com engarrafamentos, dependendo do turno. No horário das 6h30 às 10h30, difícil é acessar a Terceira Ponte. “São várias ruas para acessar a ponte, mas que se reúnem em apenas duas faixas”, explicou o inspetor Siqueira, da Guarda Municipal de Vila Velha.

Ele chama a atenção para três atitudes de motoristas que colaboram para que o congestionamento na Terceira Ponte dure ainda mais tempo: panes secas (quando acaba o combustível); carro quebrado por falta de manutenção e pequenas colisões traseiras, quase sempre resulrado da falta de atenção.

“As motos da Guarda nos ajudam muito a fazer deslocamento até o ponto exato na tentativa de orientar os demais motoristas e prestar auxílio”, explica Siqueira. A manhã também é de paciência para quem tenta ir para a Capital usando a Segunda Ponte e a Ponte Florentino Avidos (Cinco Pontes), pois o trajeto da Avenida Carlos Lindenberg e da Avenida Senador Robert Kennedy, na altura de São Torquato, também se resume ao funil de poucas faixas para veículos nas pontes. O fluxo ainda se soma aos carros com origem de Cariacica.

Já no horário das 15h30 às 19h30, quem chega dirigindo a Vila Velha encontra retenção na Avenida Carlos Lindenberg, na altura dos bairros Ibes e Glória.

Outro ponto é a Avenida Ernesto Canal, dentro do bairro Alvorada. “São os motoristas que tentam evitar seguir pela Lindenberg. É uma via de interior do bairro, não é o fluxo de moradores. Somente no horário de pico fica lento”, diz. E o terceiro ponto da volta é a Avenida Luciano das Neves, que absorve o fluxo de quem chega à cidade para a região de Itaparica, Grande Terra Vermelha, Barra do Jucu e Guarapari.

UMA ESPERANÇA

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No final do ano passado - depois de 11 anos desde o início das obras e mais de R$ 300 milhões de gastos - foi entregue a Rodovia Leste-Oeste, que liga a Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, e a BR 262, em Campo Grande, Cariacica. A via pode ser a alternativa para quem quer seguir para a Serra sem ter que atravessar Vitória, passando pela Rodovia do Contorno.

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