Publicado em 8 de junho de 2020 às 19:28
- Atualizado há 6 anos
O auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal que deveria ser destinado à parcela mais pobre da população, que mais sofre com os impactos econômicos da pandemia de Covid-19, tem caído em mãos erradas. No Espírito Santo, pelo menos quatro dos bandidos mais procurados pela polícia capixaba obtiveram aprovação para receber o benefício. >
A reportagem de A Gazeta consultou a situação cadastral de 20 dos 30 criminosos apontados como mais procurados no Estado. Onze deles fizeram o pedido. Entre os nomes, há homicidas, estelionatários, traficantes e até um dos chefes da facção criminosa que domina a região do Bairro da Penha, em Vitória. >
Fernando Moraes Pereira, o Marujo, é o líder em liberdade do Primeiro Comando da Capital (PCV), facção que lidera o tráfico de drogas em bairros de Vitória e da Serra. Além dele, conseguiram acessar o auxílio emergencial Maurício Geciano Rodrigues (Mau-mau), suspeito de envolvimento no assassinato de um homem em um shopping em Vila Velha; e Luiz Pereira dos Santos (Mamute), apontado como um dos responsáveis por um tiroteio que vitimou um diretor de futebol, também em Vila Velha. >
Outros dois procurados tiveram o auxílio negado. É o caso de Antero da Conceição Arcanjo que, com 45 anos, já recebe aposentadoria. André Carolino da Silva também teve o pedido rejeitado porque o sistema do governo federal apontou que um dos parentes dele recebe o Bolsa Família.>
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Os outros cinco nomes da lista de criminosos mais procurados aguardam o processamento do pedido do auxílio emergencial. >
Ao todo, segundo relatório da Controladoria Geral da União (CGU), 27 mil foragidos da Justiça estão entre as pessoas que pediram auxílio emergencial em todo o país. Isso porque o sistema do Dataprev, que recebe os dados de quem pede o auxílio, não é ligado ao Banco Nacional de Mandados de Prisão.>
Veja abaixo informações sobre os 11 procurados pela polícia que entraram com o pedido de auxílio emergencial no Estado.
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O Ministério da Cidadania, responsável pela gestão do auxílio emergencial, afirmou em nota que trabalha para aperfeiçoar o sistema para que o auxílio chegue de fato à população mais vulnerável. A nota diz também que os recursos destinados a esse fim já passam de R$ 150 bilhões. >
A pasta lembra ainda que quem burlar o auxílio emergencial será obrigado a ressarcir o valor e estará cometendo crime. "Importante destacar que qualquer indício de ilegalidade, em especial na ótica criminal, é imediatamente informado à Polícia Federal. A CGU e a Advocacia-Geral da União (AGU) também estão atuando na fiscalização e no ajuizamento de ações, respectivamente, em todo o processo de pagamento do auxílio emergencial.">
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