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Petroleira aposta em projeto no Sul do ES para dobrar produção até 2026

Petroleira aposta em projeto no Sul do ES para dobrar produção até 2026

Prio pretende chegar ao volume de 200 mil barris de petróleo por dia com o volume adicionado dos campos de Wahoo, no Espírito Santo, e Peregrino, no Rio de Janeiro

Publicado em 23 de junho de 2025 às 17:43

Maior empresa independente de petróleo do Brasil, a Prio projeta dobrar o volume da produção de petróleo, alcançando 200 mil barris por dia em 2026. Para atingir esses números, contará com o início das atividades no campo de Wahoo, no litoral Sul do Espírito Santo, previsto para os primeiros meses de 2026.

A previsão da empresa, que ainda aguarda licenças de instalação para Wahoo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é receber as liberações até o último trimestre. Assim, com o início da produção, serão adicionados 40 mil barris de óleo por dia ao montante geral.

Plataforma da petroleira Prio, no campo de Frade, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro
Plataforma da petroleira Prio, na Bacia de Campos Crédito: Divulgação

A projeção do crescimento inclui, além de Wahoo, a produção no campo de Peregrino, recém adquirido pela Prio.

“Há um ano, produzíamos um pouco menos de 100 mil barris por dia e já projetamos chegar a 200 mil barris no ano que vem. Os projetos de Peregrino e Wahoo dobram o tamanho e o caixa gerado pela companhia. Isso faz com que consigamos crescer também do ponto de vista de responsabilidade ambiental, social e retorno para a sociedade”, afirmou Roberto Monteiro, CEO da Prio, no evento em comemoração aos 10 anos da petroleira, realizado nesta segunda-feira (23), no Rio de Janeiro.

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Petroleira aposta em projeto no Sul do ES para dobrar produção até 2026

O projeto da Prio para Wahoo tem investimento de US$ 850 milhões, o que equivale a R$ 4,9 bilhões. Antes mesmo da operação, a iniciativa já movimentou cerca de R$ 1 bilhão na cadeia de fornecedores locais. O óleo retirado nesse campo será processado na FPSO (navio-plataforma) Frade por uma conexão submarina de cerca de 35 quilômetros.

A perfuração está sendo realizada pela sonda Hunter Queen, um equipamento estratégico adquirido pela Prio em 2022 e que já atuou no Golfo do México e na África. Serão perfurados seis poços: quatro produtores e dois injetores. Trata-se do primeiro campo perfurado do zero pela petroleira carioca, que tradicionalmente atua com campos maduros na Bacia de Campos.

Campo de Wahoo, no litoral sul do ES
Método de perfuração no Campo de Wahoo, no litoral Sul do Espírito Santo Crédito: Divulgação/Prio

Desafios

Durante o evento no Rio de Janeiro, o presidente do Conselho de Administração da Prio, Nelson Tanure, destacou o crescimento da empresa nos últimos anos e os desafios enfrentados.

Tanure contou que a empresa surgiu num momento em que o preço do petróleo estava em queda, mas havia a visão de que, com eficiência na operação, conseguiria reduzir os custos. Segundo o gestor, ao contrário do preço do petróleo, que é volátil, os custos podem ser controlados para garantir a resiliência da companhia em diferentes ciclos de mercado. Ele lembrou ainda que, justamente por isso, ocorreu a preferência pela operação em campos próximos.

“Com custo baixo, eficiência e compartilhamento de equipamentos, o retorno é maximizado e podemos gerar mais caixa. Foi assim que uma empresa que produzia 6 mil barris por dia cresceu”, afirma.

Efeitos da guerra no Irã

Questionado sobre os impactos do conflito entre Israel e Irã no mercado petrolífero, Roberto Monteiro, CEO da Prio, compartilha a visão de que o problema não deve causar impacto em custos operacionais (como barcos e instalações).

Em relação à logística global, Monteiro acredita que possam ocorrer ajustes na cadeia mundial, afetando, por exemplo, os custos de frete de navios. Ele cita a guerra entre Rússia e Ucrânia como exemplo, com a mudança nas rotas e nos métodos de transporte (de pipelines para navios), o que gerou uma grande demanda por embarcações e aumentou o valor dos fretes. No entanto, o CEO observa que é muito difícil prever com antecedência o impacto exato desses eventos nos custos logísticos.

Roberto Monteiro, CEO, e Nelson Tanure, chairman da Prio
Roberto Monteiro, CEO, e Nelson Tanure, presidente da Prio, durante evento no Rio de Janeiro Crédito: Leticia Orlandi

Instituto Prio

Ainda durante o evento, a empresa lançou o Instituto Prio, com o objetivo de organizar e potencializar as ações socioambientais da companhia, atuando como uma entidade própria e com CNPJ específico.

A entidade terá foco em ações de responsabilidade socioambiental que englobam a empresa, o meio ambiente, a sociedade e as comunidades no entorno de suas operações, especialmente no Noroeste Fluminense (Bacia de Campos) e em parte de Vitória, no Espírito Santo.

As principais frentes de atuação do Instituto Prio são Educação Ambiental, Biodiversidade e Clima e Economia do Mar.

Em termos financeiros, a Prio já destina cerca de R$ 130 milhões anualmente para atividades relacionadas à sustentabilidade. A expectativa é que o instituto possa potencializar esse valor ao longo do tempo.

Projetos específicos serão desenvolvidos através de editais, com previsão de lançamento no segundo semestre.

A reportagem viajou a convite da Prio.

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