Publicado em 15 de maio de 2020 às 12:17
Embora tenha começado a avançar com mais velocidade em meados de março no Espírito Santo, a pandemia do novo coronavírus já tem reflexos no mercado de trabalho. O desemprego voltou a subir e atingiu 238 mil trabalhadores no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-C), divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos três meses do ano, eram 222 mil profissionais nessa situação.>
Com a inclusão de 16 mil no grupo daqueles que tentam uma vaga no mercado de trabalho, mas não encontram, a taxa de desemprego capixaba passou de 10,3 % entre outubro e dezembro de 2019 para 11,1% entre janeiro e março deste ano, o maior indicador desde o primeiro trimestre de 2019, quando a taxa era de 12,1%. >
Os números também apontam para uma tendência na redução das vagas de emprego formal devido à Covid-19, que tem levado ao isolamento social e a paralisação de algumas atividades econômicas. Os dados da Pnad revelam uma queda no número de trabalhadores de carteira assinada: 660 mil estavam empregados no primeiro trimestre deste ano contra 673 mil em dezembro passado. >
Também houve retração nos postos de trabalho de funcionários informais da iniciativa privada, que passaram de 244 mil para 239 mil. Para o trabalhador doméstico, houve perda de 8 mil vagas formais e de 2 mil em serviços de diarista.>
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O levantamento ainda aponta que entre janeiro e março o número de desocupados e subocupados por insuficiência de horas trabalhadas representava 327 mil pessoas, mil a mais do que o último trimestre de 2019. A estabilidade é resultado da retração na quantidade de pessoas que vivem de bico, que passou de 104 mil para 89 mil. No entanto, parte dessas pessoas pode ter migrado para o grupo de desalentadas que cresceu em 7 mil, saindo de 34 mil para 41 mil pessoas.>
Um dos setores mais atingidos pela pandemia desde o início do ano, antes mesmo de o vírus circular no Brasil, a indústria mostrou uma forte redução no número de pessoas ocupadas no setor no primeiro trimestre do ano. Eram 226 mil pessoas empregadas no segmento até dezembro de 2019, mas o número caiu para 209 mil, uma redução de 17 mil de ocupações. É o pior resultado para o segmento desde o segundo trimestre de 2018, de acordo com o IBGE.>
A atual crise também tem provocado reflexos no setor da construção civil. Desde o início da série história da Pnad-C em janeiro de 2012, o segmento não apresentava um número tão baixo de trabalhadores ocupados. No primeiro trimestre deste ano, eram 118 mil ocupados contra 132 mil entre outubro e novembro de 2019.>
Antes dessa nova Pnad, o menor número de ocupados no setor, de 125 mil trabalhadores, foi registrado no primeiro trimestre de 2017 quando o país atravessava a crise financeira provocada pelos erros na condução econômica, que levou ao aumento do endividamento público.>
Ainda que seja um dos setores mais afetados pela pandemia, por causa do fechamento por quase dois meses das principais atividades, o comércio apresentou uma retração menor no número de ocupados que os outros setores. O segmento que empregava 363 mil até dezembro de 2019 passou a ter 354 mil ocupados no primeiro trimestre.>
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