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Atacarejos do ES chegam a concretar gôndolas para evitar tragédias

Atacarejos do ES chegam a concretar gôndolas para evitar tragédias

Desabamento de prateleiras de um atacarejo deixou um morto e oito feridos no Maranhão. Estabelecimentos do ES explicaram o que vêm fazendo para evitar acidentes

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 19:55

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Atacarejo
Atacarejos se tornaram moda no ES nos últimos anos; estruturas requerem atenção. (Divulgação)

Prateleiras gigantes com produtos desabaram em um atacarejo de São Luís, no Maranhão, na última sexta-feira (2), depois que um carrinho de carga encostou numa das estantes, formando um efeito dominó. O acidente, que causou pânico após o compartilhamento das imagens na internet, matou uma funcionária e feriu oito pessoas.

No Espírito Santo, atacarejos, que mesclam venda no atacado e varejo, têm se tornado comuns nos últimos anos e têm sido a aposta de muitas redes supermercadistas que visam ampliar suas operações. Lidando com um número maior de produtos e grandes caixas expostos, para evitar acidentes, alguns estabelecimentos chegam, inclusive, a concretar o piso das estruturas para fortalecer as gôndolas.

Conhecidos por venderem produtos por preços mais em conta, os atacarejos têm gôndolas muito altas, que, diferentemente dos supermercados, servem não apenas para expor, mas como depósito de mercadoria. Assim, é preciso tomar certos cuidados para evitar outros acidentes como o que ocorreu em São Luís.

O Sam’s Club, clube de compras do Grupo BIG, informou que o investimento em ações voltadas à prevenção de acidentes é estratégico para a empresa.

“Com o objetivo de assegurar as melhores condições de atendimento e segurança aos seus clientes e colaboradores, o clube de compras promove treinamentos periódicos de equipe e conta com uma série de procedimentos, como vistorias regulares dos times internos e laudos estruturais de fornecedores externos, que apontam as melhores práticas para instalação e utilização das estruturas adotadas em suas unidades."

O Sempre Tem, do grupo Carone, também adota uma série de medidas de segurança, segundo o diretor Willian Carone. Ele explica que, além de os profissionais que mexem com as empilhadeiras passarem por treinamento constante, as estruturas são encomendadas de acordo com a quantidade de produtos que irão acomodar.

“Nossos porta-paletes foram encomendados para a capacidade de peso que realmente recebem – os pisos foram inclusive concretados para isso – e os produtos são dimensionados de acordo com uma altura máxima de cada um.”

O empresário destaca que tudo é feito de modo a atender as normas dos fabricantes e reforça: “Realmente, é muita mercadoria que fica armazenada ali. É perigoso. Mas todas medidas possíveis são tomadas.”

O superintendente regional do Trabalho no Espírito Santo, Alcimar Candeias, reforçou que trata-se, realmente, de uma questão técnica, em que é preciso verificar sempre se a estrutura comporta o peso dos produtos e se está bem equilibrada.

“Não é questão de segurança de trabalho propriamente dita, apesar de existirem regras. É uma questão de engenharia, uma solução estrutural. Vocês, às vezes, vê um prédio caindo por conta de arranjos mal elaborados, e da mesma forma acontece com uma estrutura essas."

Atacadão, Mineirão e Atacado Vem foram procurados, mas não se manifestaram até a conclusão desta reportagem, que poderá ser alterada posteriormente.

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