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As ações da indústria para ter mais mulheres no quadro de empregados no ES

As ações da indústria para ter mais mulheres no quadro de empregados no ES

Ainda em número bem menor comparado aos homens, empresas e Federação das Indústrias adotam medidas para aumentar a presença feminina nos postos de trabalho e liderança

Publicado em 8 de março de 2024 às 20:16

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Amanda Barbosa, gerente de operações da Modec
Mulher trabalhando no navio-plataforma Anita Garibaldi, da Petrobras, no Estaleiro Jurong, em Aracruz. (Fernando Madeira)

Apesar de serem maioria na população, nas indústrias as mulheres ainda são minoria, ocupando cerca de 25% no quadro de empregados no país. Para mudar esse cenário, muitas empresas e entidades já estão desenvolvendo ações para garantir maior presença delas nos locais de trabalho antes considerados mais masculinos, principalmente em áreas como petróleo e gás. 

Na Petrobras, por exemplo, as mulheres são 16% dos empregados no Espírito Santo. No país, esse número fica em 17%. Ao considerar as que trabalham só no Edifício Vitória, sede da Petrobras na Capital, na Reta da Penha, esse número sobe para 21%.

Para incentivar a diversidade, equidade e inclusão, a Petrobras está lançando um programa com ações afirmativas em seus processos internos para ter mais mulheres em cargos de liderança e especialistas. A meta é ter 25% de mulheres e 25% de pessoas negras em cargos de liderança até 2030, conforme estabelecido no Plano Estratégico 2024-2028 da empresa.

As ações da indústria para ter mais mulheres no quadro de empregados no ES

Atualmente, as mulheres ocupam 21% dos cargos de liderança na estatal, segundo Eduarda Lacerda, gerente-geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção do Espírito Santo da Petrobras

O assunto esteve em debate no evento Mulheres que Inspiram, realizado na tarde desta sexta-feira (8) no auditório da Petrobras, em Vitória, reunindo mulheres que têm papel de liderança na indústria. Participaram do bate-papo Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes); Eduarda Lacerda, gerente-geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção do Espírito Santo da Petrobras; Denise Santos, líder de excelência da cadeia de suprimentos da Shell; e Fabíola Forza, gerente de transformação digital da Seacrest Petróleo.

Ação semelhante à da Petrobras tem a Shell. Segundo Denise, a meta da empresa é ter 50% de mulheres no quadro de funcionários até 2030 – atualmente esse número está em 43%. Outra meta é ter 33% de mulheres em cargos de liderança sênior até 2025 e 20% de mulheres pretas em cargos sênior. 

"Atingimos os 33% de mulheres em liderança em 2022, mas, em contrapartida, o nosso indicador de mulheres pretas em liderança sênior está caindo. A indústria precisa de vocês", alertou Denise ao público presente no evento. 

Mais ações

A Petrobras também tem feito outras ações para que mais mulheres se vejam trabalhando na empresa. Eduarda cita, por exemplo, o programa Marca Empregadora, que leva profissionais a universidades, centros técnicos, escolas e feiras para apresentar a estatal, sempre com representatividade feminina. 

Apesar de no último concurso ter aumentado o percentual de mulheres ingressantes, tem sido feitas alguns sugestões de possíveis alterações em concursos futuros para ter mais mulheres. Eduarda Lacerda ponderou que uma medida sugerida por grupos de empregados é fazer concursos mais locais, que podem atrair mais o interesse feminino. 

Na indústria em geral no Espírito Santo, Cris Samorini apontou que 23% dos postos são ocupados por mulheres. Em cargos de liderança, a presença delas é um pouco maior, com 31,8%. Para mudar esse cenário e ter mais mulheres atuando em geral na indústria, a Findes está lançando um programa com 1.500 vagas gratuitas de cursos de qualificação profissional para mulheres ao longo de 2024.

"Na indústria, as mulheres geram resultado muito importante de crescimento e produtividade. Dos 25 mil alunos que formamos em 2023, cerca de 40% eram mulheres. Vamos trabalhar para chegar a 50% nos próximos anos”, diz Cris Samorini.

Disparidade nos cargos gerenciais

Ao analisar os cargos gerenciais, a ausência de mulheres não é característica apenas na indústria, mas em grande parte dos postos. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 68% dos cargos gerenciais eram ocupados por homens e 32% pelas mulheres no Espírito Santo, em 2022.

A pesquisa apontou ainda que o rendimento médio do trabalho principal das pessoas ocupadas em cargos gerenciais, no Espírito Santo, em 2022, foi de R$ 11.082 para os homens e R$ 4.944 para as mulheres, o que representa 44,6% do valor para os homens.

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