Publicado em 12 de fevereiro de 2024 às 09:04
Os copos e garrafas da marca Stanley viraram tendência nos últimos anos. Na praia, nos bares, em shows, não importa o lugar – especialmente aqui, no Espírito Santo –, sempre aparece alguém com esse recipiente a tiracolo, Virou um "parceiro" entre aqueles que querem conservar a temperatura das bebidas por várias horas. O problema é que uma polêmica sobre esses itens fabricados pela Pacific Market International ganhou as redes sociais recentemente e pôs a marca em xeque.
Influenciadores do TikTok testaram a composição química para verificar a existência de chumbo no copo e descobriram que o metal pesado, considerado tóxico, está presente no fundo dos produtos. Posteriormente, a própria empresa reconheceu que utiliza chumbo na fabricação do item, mas garantiu que não há risco para os consumidores.
A Stanley reforçou que não há chumbo em parte alguma da superfície de seus produtos. “A marca utiliza um processo de fabricação que segue o padrão global da indústria para realizar o selamento na parede externa e garantir o isolamento a vácuo”, disse, por meio de nota, a empresa, que está há mais de cem anos no mercado.
Segundo a companhia, esse material de vedação inclui uma parcela de chumbo em sua composição. “No entanto, uma vez selada, essa área é coberta por uma camada não removível de aço inoxidável, tornando-a inacessível aos consumidores.”
“Na rara ocorrência desta tampa de inox se soltar, devido a algum caso extremo, possivelmente expondo o selante, este continuará sem contato com o conteúdo, sendo o produto devidamente coberto pela garantia vitalícia oferecida a todos os itens Stanley”, acrescentou a empresa.
A marca disse ainda que garante que seus produtos atendem a todas as exigências regulatórias dos Estados Unidos e da Europa e esclarece ainda que testa e valida a conformidade dos itens por meio de laboratórios terceirizados credenciados pela Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador norte-americano, que verifica se os produtos seguem diretrizes rigorosas.
Mas há risco para a saúde? O infectologista Lauro Ferreira Pinto também afirma que, de maneira geral, o uso do copo não oferece risco, mesmo com a existência de chumbo na composição. Porém, apesar das informações da empresa, não descarta o perigo totalmente. Ele recomenda cautela no caso de a estrutura do produto ser danificada. Nessas condições, em uma situação extrema, os consumidores poderiam ser contaminados, alerta o médico.
O chumbo é um elemento químico que faz parte do grupo dos metais pesados. “Ele é um metal tóxico, denso, macio, maleável e considerado um mau condutor de eletricidade. Usa-se o chumbo na fabricação de baterias, mantas de blindagem, cabos e aditivos de gasolina, por exemplo”, descreve Amanda Meireles, professora do curso de Biomedicina da Faculdade Anhanguera, de São Paulo.
A presença do metal assustou porque ele é toxico para os seres humanos. O chumbo está associado a problemas como infertilidade, alterações no sistema nervoso central, câncer e problemas renais, explica a professora de Biomedicina. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “não existe concentração segura de chumbo no sangue”.
O chumbo fica na base do copo Stanley e na região de vedação. Ele é coberto por uma camada densa de aço inoxidável, que o mantém na região interna – e não na superfície, onde teria contato direto com o consumidor.
O chumbo é protegido a vácuo com uma espessa camada de aço. “A Stanley garante que não possui chumbo na superfície, mas devemos manter atenção em relação a possíveis avarias e danos no copo”, ressalta Amanda.
“Além disso, pode ocorrer dor de cabeça, perda de memória, fadiga e falta de apetite e, mais em longo prazo, dificuldade de aprendizagem, depressão, delírio e convulsões”, alerta a professora de Biomedicina.
Com informações da Agência Estado
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