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Professores do ES fazem ato por piso salarial e fim do novo ensino médio

Professores do ES fazem ato por piso salarial e fim do novo ensino médio

Profissionais da rede pública municipal e estadual de educação se concentraram na Praça do Papa, em Vitória, e depois seguiram para a Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (26)

Publicado em 26 de abril de 2023 às 12:58

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Professores seguem em direção à Assembleia Legislativa durante manifestação
Professores seguem em direção à Assembleia Legislativa durante manifestação. (Paulo Ricardo Sobral)

Professores da rede pública municipal e estadual do Espírito Santo se concentraram, na manhã desta quarta-feira (26), em uma manifestação na Praça do Papa, na Enseada do Suá, em Vitória, e depois seguiram em direção a Assembleia Legislativa do Estado (Ales). Eles aderiram a um ato nacional que reivindica, entre outras questões, a aplicação do piso salarial e o fim do novo ensino médio

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), a paralisação foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e, no Estado capixaba, contou com a participação de sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e professores da Grande Vitória e de municípios do interior.

Conforme apuração do repórter Paulo Ricardo Sobral, da TV Gazeta, as principais reivindicações da categoria são:

  • Aplicação do piso salarial;
  • revogação do novo ensino médio;
  • enfrentamento à violência e proteção nas escolas;
  • Valorização dos profissionais de educação.

A paralisação está sendo realizada em todas as capitais do Brasil. Os organizadores contaram ao repórter Paulo Ricardo Sobral, da TV Gazeta, que cerca de três mil professores participam do ato.

Na concentração na Praça do Papa, teve discurso, palavras de ordem e shows em trio elétrico. Em seguida, uma caminhada seguiu até a Assembleia Legislativa do Espírito Santo, com objetivo de chamar a atenção dos deputados estaduais.

A Guarda Municipal de Vitória está monitorando a manifestação. O repórter Paulo Ricardo Sobral, da TV Gazeta, informou que o trânsito ficou complicado em avenidas da região, em direção a Jardim Camburi.

A Polícia Militar também foi demandada para informações sobre o trânsito. Assim que houver retorno, o texto será atualizado.

Secretaria da Educação (Sedu) informou que, até o momento, as aulas nas escolas da rede estadual estão sendo realizadas normalmente, de acordo com o calendário letivo.

Educadores dizem que novo ensino médio amplia desigualdades

Segundo reportagem da Agência Brasil, o novo ensino médio, que começou a ser implantado no país no ano passado, amplia as desigualdades e prejudica principalmente as pessoas mais pobres e vulneráveis. Para especialistas em educação, a situação tende a ser mais grave nas escolas públicas.

"Temos uma reforma de ensino médio em curso que aumenta a desigualdade e produz desigualdades. E isso é uma coisa gravíssima", disse Fernando Cássio, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), em entrevista à Agência Brasil. Ele também integra a Rede Escola Pública e Universidade (Repu) e o comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Segundo Cássio, um dos elementos que torna essa reforma ainda mais desigual diz respeito à aplicação dos itinerários formativos. Com problemas que vão desde a má remuneração dos professores, passando por más condições de trabalho, falta de concursos públicos, problemas de infraestrutura e falta de investimentos e de formação dos docentes, as escolas públicas acabam sendo as mais prejudicadas com essa obrigação de implementação dos itinerários formativos. Principalmente se essas escolas estão localizadas em cidades menores ou em bairros periféricos.

“Os mais vulneráveis são os mais prejudicados, sempre. Escola indígena, quilombola, rural, de assentamento, EJA [educação de jovens e adultos], Fundação Casa, classes penitenciárias, regiões pobres do Estado e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano [IDH]: todas elas são escolas com menos itinerários formativos à escolha dos alunos”, disse.

Segundo educadores, a desigualdade tem se agravado porque a reforma determinou um teto máximo de horas para o chamado ensino propedêutico, que visa dar uma formação geral e básica para que o aluno possa ingressar em curso superior. Com isso, horas que poderiam ser destinadas a disciplinas consideradas essenciais, como matemática, português, história e geografia, estão sendo retiradas para a aplicação dos itinerários, que podem variar conforme a capacidade da escola.

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