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Novo Ensino Médio: 'Nada muda no Enem deste ano', diz secretário do ES

Novo Ensino Médio: 'Nada muda no Enem deste ano', diz secretário do ES

Vitor de Angelo explica que, suspensão do cronograma do novo modelo de ensino em portaria do MEC, diz respeito ao exame que será aplicado em 2024

Publicado em 5 de abril de 2023 às 16:10

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A portaria publicada pelo Ministério da Educação (MEC), no Diário Oficial da União desta quarta-feira (5), suspendendo o cronograma de implementação do novo ensino médio e de mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio não vai afetar o Enem deste ano, conforme observou o secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo.

Em entrevista à CBN Vitória, De Angelo, que também é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), explicou que, de imediato, o efeito prático da portaria é quase nulo.

Os candidatos poderão rever as questões que caíram neste segundo dia de prova do Enem.
Candidato com prova do Enem: portaria do MEC não afeta o exame deste ano. (Fernando Madeira)

“Suspende uma série de coisas que não vão mudar para quem está hoje no ensino médio. Quem está, nesta quarta-feira (5), numa sala de aula, no ensino médio que foi reformado, continuará tendo aulas na semana que vem neste mesmo modelo. Talvez para o ano que vem possa, sim, ter algum ajuste. Mas essas mudanças não vão ocorrer ao longo do ano letivo. Ele foi iniciado de uma maneira e terminará dessa forma”, explica.

Vitor de Angelo observou também que não há mudanças, para este ano, em relação ao Enem e pontuou que a suspensão de que trata a portaria diz respeito ao exame que seria aplicado aos estudantes em 2024.

Novo Ensino Médio - Nada muda no Enem deste ano, diz secretário do ES

O Novo Ensino Médio — que trouxe a possibilidade de o aluno escolher parte das disciplinas, com aumento da carga horária, e tem uma visão mais voltada ao mercado de trabalho — vem sendo implantado por etapas. No ano passado, foi introduzido apenas para estudantes do 1º ano do ensino médio.

Em 2023 está em curso a adoção para o 2º ano e, em 2024, a previsão era de que a reforma chegasse ao 3º ano e ao Enem.

“Os alunos que chegaram à primeira série, em 2022, já entraram no novo ensino médio. Hoje estão na segunda série e, no ano que vem, estarão na terceira. E, então farão o Enem, em 2024, que será um exame que, obviamente, não pode cobrar uma coisa diferente daquela que foi dada a eles. Por isso, o Enem de 2024 precisa estar em sintonia com a reforma. É este Enem, o do ano que vem, e não o de agora, de 2023, que é objeto de mudanças, de discussão, e que, por 60 dias, teve o debate suspenso”, destaca o secretário.

A possibilidade de mudança foi criticada pelo Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), que, em carta enviada ao ministro da Educação, Camilo Santana, manifestou seu posicionamento contrário à revogação da legislação que alterou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional.

“Entendemos que o Novo Ensino Médio pode estar sujeito a mudanças e aperfeiçoamentos, mas nunca de revogação e retrocesso. As escolas vêm se organizando para os novos currículos, que efetivamente já estão sendo aplicados nas escolas particulares — resultado de muitos ganhos e vários processos”, diz a carta do Sinepe-ES.

Ainda de acordo com a carta, assinada pelo presidente da entidade, Bruno Loyola Del Caro, “qualquer movimento brusco de alteração nesse momento causará um caos curricular para as turmas já pertencentes e organizadas no novo currículo, criando, inclusive, uma enorme dificuldade para as escolas que cumpriram seu papel de aplicação desse novo currículo, de voltarem a um projeto antigo, sem que tenham grandes problemas de adequação das turmas em curso e prejuízos para os alunos.”

Del Caro ressalta ainda que “a consolidação do novo Enem é de extrema urgência. Pois tem também causado desorganização e dúvidas sobre o quanto influenciará no novo projeto de ensino médio brasileiro.”

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