> >
O motivo por trás da mudança do nome da Rotatória do Ó na Serra

O motivo por trás da mudança do nome da Rotatória do Ó na Serra

Local recebeu o nome do soldado da PM que faleceu em um acidente durante as obras, em 2022; família, no entanto, recusou a homenagem, e o espaço voltou a se chamar 'Eldes Scherrer'

Maria Fernanda Conti

[email protected]

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 14:59

O nome do soldado da PM, Argeu Alves da Costa Neto, batizaria a nova Rotatória do Ó, porém a dele família recusou a homenagem
O nome do soldado da PM, Argeu Alves da Costa Neto, batizaria a nova Rotatória do Ó, porém a dele família recusou a homenagem Crédito: Divulgação | Prefeitura da Serra | Acervo Familiar

A antiga Rotatória do Ó, que tinha sido batizada para homenagear o soldado da Polícia Militar Argeu Alves Costa Neto, morto após a viatura em que ele estava cair em um buraco nas obras do trecho, voltou a se chamar "Sistema Viário Eldes Scherrer Souza" no último dia 27. O motivo da alteração, segundo afirmou a Prefeitura da Serra, foi a negativa da própria família do militar, que recusou a condecoração. 

Além da morte do soldado, outros dois policiais ficaram feridos e chegaram a ser hospitalizados devido ao acidente, ocorrido em junho de 2022. Conhecido como Soldado Neto, o militar era responsável pela equipe K9 — unidade que conta com apoio de cães — do Sexto Batalhão da PM.

Acidente ocorreu na manhã desta quarta-feira (8), na rotatória próximo do Hospital Dório Silva, na Serra

Em entrevista para A Gazeta, a viúva de Argeu, Angélica Escafura, de 33 anos, alegou que nunca foi consultada por representantes da administração municipal sobre o assunto. A homenagem foi formalizada no Diário Oficial da Serra em agosto de 2022, e revogada somente em outubro de 2023, mais de um ano depois. 

"Colocaram o nome dele no lugar onde acabou perdendo a vida, por conta de uma obra mal executada. Não só meu esposo, mas outras pessoas também se acidentaram ali. E fizeram isso sem o meu consentimento; não fui sequer perguntada"

Angélica Escafura

Viúva do soldado Argeu

Angélica também criticou a falta de assistência da Prefeitura da Serra, que, segundo ela, não prestou qualquer apoio após a morte do marido. Na época do acidente, a filha do casal tinha apenas um ano e 10 meses, e a família dependia integralmente da renda do soldado, conforme ela explicou.

00:00 / 01:56
O motivo por trás da mudança do nome da Rotatória do Ó na Serra

" Foi um período muito difícil para mim, pois ele também tinha outros trabalhos que nos sustentavam. Eu tinha saído do serviço para cuidar da neném. Ninguém é obrigado a ajudar, mas [podiam] pelo menos ter ligado", frisou.

"Se fosse uma homenagem em outro lugar, uma clínica, uma escola... Mas, no lugar onde ele morreu, achei muito desrespeitoso"

Angélica Escafura

Viúva do soldado Argeu

O outro lado

A reportagem questionou a Prefeitura da Serra sobre as reclamações feitas pela viúva do soldado. Em nota, a administração municipal informou que, ainda em junho do ano passado, notificou a empresa contratada para a execução da obra – e esta, de imediato, "prestou toda a assistência à família da vítima".

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

Tópicos Relacionados

acidente

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais