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Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 15:55
- Atualizado há 5 anos
Diante do colapso do sistema de saúde do estado do Amazonas, quando pacientes infectados com Covid-19 morreram por falta de oxigênio, o governador Renato Casagrande ofertou 30 leitos capixabas aos amazonenses. Na manhã desta sexta-feira (15), o secretário de Estado da Saúde (Sesa) Nésio Fernandes garantiu que não há risco de transmissão de variante do vírus. >
A preocupação está baseada no fato de que cientistas da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia (Fiocruz Amazônia) identificaram uma nova variante do coronavírus no Amazonas. A mutação do vírus é compatível com as amostras coletadas em turistas brasileiros infectados que desembarcaram no Japão no começo do mês.>
Nésio Fernandes
Secretário de Estado da SaúdeO estado do Amazonas vive uma crise sanitária ainda pior do que a que foi registrada no auge da pandemia da Covid-19 em 2020. Até quinta-feira (14), 427 pacientes das redes pública e privada de saúde aguardavam um leito para internação, a maioria em Manaus, que concentra a maior parte das hospitalizações no Estado.>
"Manaus vive uma grave crise na oferta de oxigênio nas unidades hospitalares. O oxigênio é necessário não somente nos hospitais, mas também para a remoção de pacientes. Nós, até o presente momento, não recebemos nenhum paciente oriundo de Manaus", informou Nésio.>
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O titular da pasta afirmou que nenhum paciente capixaba aguarda leito sem a garantia de vaga. "Não temos crise com a garantia da oferta de leito nos hospitais e temos condições de expressar a solidariedade do povo capixaba ao estado do Amazonas", garantiu.>
De acordo com a Sesa, a responsabilidade da remoção dos pacientes está a cargo do Ministério da Saúde. Novas informações sobre a remoção devem ser atualizadas neste sábado (16). >
Em entrevista ao Estadão, o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, disse que apesar do contexto de relaxamento da população em relação aos cuidados, ele acredita que a nova cepa seja a explicação para o aumento de casos no Amazonas. Ele também fez um alerta para os riscos de se transferir pacientes do Amazonas para outros estados. >
Na última quarta-feira (13) ele divulgou um alerta nas redes sociais, para órgãos do governo e até para a Câmara e o Senado. Manaus, segundo ele, tinha se tornado a “capital mundial da pandemia de covid-19”. >
"Essa disseminação que estamos vendo num contexto em que pelo menos 30% a 40% da população já tinha sido exposta ao coronavírus só pode ser porque essa nova cepa se propaga muito mais rapidamente que todas as 11 variantes que circularam antes na região", analisou.>
Orellana disse que os pesquisadores ainda estão investigando se a variante é mesmo é mais contagiosa. Eles já atestaram que as mutações observadas são parecidas com as vistas no Reino Unido e na África do Sul, em novas cepas mais fáceis de serem transmitidas.>
"E a pior consequência é a possibilidade de disseminar essa nova cepa Brasil afora porque estamos mandando dezenas de pacientes daqui para outros Estados. Em outras palavras, estamos mandando o vírus para outros Estados. Isso ninguém está falando ainda, mas vamos ver a bomba estourar daqui uns 15 dias", alertou.>
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