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"Não há risco com a vinda de pacientes de Manaus", diz secretário do ES

"Não há risco com a vinda de pacientes de Manaus", diz secretário do ES

A preocupação está baseada no fato de que cientistas da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia (Fiocruz Amazônia) identificaram uma nova variante do coronavírus no Amazonas

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 15:55- Atualizado há 3 anos

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Trabalhador chega com cilindro de oxigênio ao hospital Getúlio Vargas, em meio a surto de doença coronavírus (COVID-19) em Manaus, Brasil, 14 de janeiro de 2021. REUTERS / Bruno Kelly ORG XMIT: GGGRJO01
Trabalhador chega com cilindro de oxigênio ao hospital Getúlio Vargas, em meio a surto de doença coronavírus. (REUTERS/Bruno Kelly/AP)
Autor - Isaac Ribeiro
Isaac Ribeiro
Repórter de Cotidiano / [email protected]
"Não há risco com a vinda de pacientes de Manaus", diz secretário do ES

Diante do colapso do sistema de saúde do estado do Amazonas, quando pacientes infectados com Covid-19 morreram por falta de oxigênio, o governador Renato Casagrande ofertou 30 leitos capixabas aos amazonenses. Na manhã desta sexta-feira (15), o secretário de Estado da Saúde (Sesa) Nésio Fernandes garantiu que não há risco de transmissão de variante do vírus.

A preocupação está baseada no fato de que cientistas da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia (Fiocruz Amazônia) identificaram uma nova variante do coronavírus no Amazonas. A mutação do vírus é compatível com as amostras coletadas em turistas brasileiros infectados que desembarcaram no Japão no começo do mês.

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É uma ingenuidade pensar que no Brasil não estariam circulando novas cepas do coronavírus. A população não deve ter medo da transferência dos pacientes de Manaus

Nésio Fernandes
Secretário de Estado da Saúde
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O estado do Amazonas vive uma crise sanitária ainda pior do que a que foi registrada no auge da pandemia da Covid-19 em 2020. Até quinta-feira (14), 427 pacientes das redes pública e privada de saúde aguardavam um leito para internação, a maioria em Manaus, que concentra a maior parte das hospitalizações no Estado.

"Manaus vive uma grave crise na oferta de oxigênio nas unidades hospitalares. O oxigênio é necessário não somente nos hospitais, mas também para a remoção de pacientes. Nós, até o presente momento, não recebemos nenhum paciente oriundo de Manaus", informou Nésio.

O titular da pasta afirmou que nenhum paciente capixaba aguarda leito sem a garantia de vaga. "Não temos crise com a garantia da oferta de leito nos hospitais e temos condições de expressar a solidariedade do povo capixaba ao estado do Amazonas", garantiu.

De acordo com a Sesa, a responsabilidade da remoção dos pacientes está a cargo do Ministério da Saúde. Novas informações sobre a remoção devem ser atualizadas neste sábado (16). 

"POSSIBILIDADE DE DISSEMINAR", ALERTA EPIDEMIOLOGISTA 

Em entrevista ao Estadão, o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, disse que apesar do contexto de relaxamento da população em relação aos cuidados, ele acredita que a nova cepa seja a explicação para o aumento de casos no Amazonas. Ele também fez um alerta para os riscos de se transferir pacientes do Amazonas para outros estados.

Na última quarta-feira (13) ele divulgou um alerta nas redes sociais, para órgãos do governo e até para a Câmara e o Senado. Manaus, segundo ele, tinha se tornado a “capital mundial da pandemia de covid-19”.

"Essa disseminação que estamos vendo num contexto em que pelo menos 30% a 40% da população já tinha sido exposta ao coronavírus só pode ser porque essa nova cepa se propaga muito mais rapidamente que todas as 11 variantes que circularam antes na região", analisou.

Orellana disse que os pesquisadores ainda estão investigando se a variante é mesmo é mais contagiosa. Eles já atestaram que as mutações observadas são parecidas com as vistas no Reino Unido e na África do Sul, em novas cepas mais fáceis de serem transmitidas.

"E a pior consequência é a possibilidade de disseminar essa nova cepa Brasil afora porque estamos mandando dezenas de pacientes daqui para outros Estados. Em outras palavras, estamos mandando o vírus para outros Estados. Isso ninguém está falando ainda, mas vamos ver a bomba estourar daqui uns 15 dias", alertou.

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