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Morre 2ª vítima de explosão em empresa termoquímica de São Mateus

Morre 2ª vítima de explosão em empresa termoquímica de São Mateus

Kauã Felix Rocha, de 19 anos, estava internado em um hospital da Serra desde o dia do acidente na semana passada; ele teve cerca de 97% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos

Publicado em 26 de maio de 2025 às 17:27

 - Atualizado há 7 meses

Kauã, ferido após explosão em fábrica de São Mateus, adorava jogar futebol
Kauã Felix Rocha, de 19 anos, teve a morte confirmada na tarde desta segunda-feira (26) Crédito: Acervo pessoal

Morreu na tarde desta segunda-feira (26) Kauã Felix Rocha, de 19 anos, único sobrevivente da explosão na Voi Termoquímica, ocorrida na última quarta-feira (21), na comunidade de Paulista, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo. A informação foi confirmada à reportagem de A Gazeta por Raiane Nunes Felix, mãe do rapaz.

O jovem estava internado no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, desde o dia do acidente, quando foi transferido por um helicóptero do Notaer até a unidade hospitalar referência no tratamento de vítimas de incidentes do tipo. Ele apresentava 97% do corpo queimado e estava internado em um leito de UTI. Lorran Marques da Conceição, também de 19 anos, já havia morrido no local no dia da tragédia. Os dois trabalhavam na empresa termoquímica.

A Polícia Científica também confirmou que o serviço de transporte de cadáver foi acionado por volta de 16h, para o recolhimento do corpo de Kauã no Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, no bairro Morada de Laranjeiras, na Serra. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), em Vitória, onde serão realizados os exames de praxe, incluindo a identificação formal e o exame cadavérico. Depois, o corpo será liberado aos familiares.

A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (Dipo) de São Mateus e "detalhes da investigação não serão divulgados, no momento".

Imagens aéreas dão noção do impacto na área da edificação

Licença suspensa

Na tarde desta segunda-feira (26), a Prefeitura de São Mateus informou, em nota, que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente decidiu suspender “a licença da empresa até as apurações realizadas pelos órgãos competentes terem um resultado conclusivo”. A pasta afirmou que a suspensão deve durar cerca de 30 dias.

Área liberada

Também nesta segunda-feira (26), o Corpo de Bombeiros informou que a área da explosão "já foi liberada para o proprietário e não se encontra mais sob custódia do Estado. Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Cientifica e Exército Brasileiro periciaram o local e as análises seguem em andamento", informou, por nota. 

A explosão ponto a ponto

  • Antes de 11h começaram a circular nas redes sociais imagens de uma nuvem de fumaça, estilhaços de vidros de casas, e cenário de "terra arrasada" no local onde funcionava a empresa;
  • O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado perto das 10h, e mencionou que a explosão teria ocorrido em uma "fábrica de explosivos", em Paulista, São Mateus;
  • Depois, a corporação se corrigiu. Disse que "na análise inicial da cena, considerou-se a hipótese de o local funcionar como fábrica de fertilizantes, o que depois foi descartado. Trata-se de uma empresa especializada na fabricação de produto inflamável utilizado pela indústria de mineração para o rompimento de rochas";  
  • Conforme o Corpo de Bombeiros, "a empresa é legalizada e registrada junto aos órgãos de fiscalização competentes. O sinistro destruiu completamente o galpão e tudo que havia em seu interior";
  • Familiares confirmaram a morte do jovem Lorran Marques da Conceição, de 19 anos, que estava trabalhando no local havia pouco tempo;  
  • Moradores da região relataram um barulho bem alto de explosão, que causou um tremor. Houve registros de residências com vidros quebrados;
  • Camilo Hemerly, um dos sócios da Voi Termoquímica – razão social Verde-Oliva Indústria Termoquímica Limitada (LTDA) – de sólido inflamável que explodiu na última quarta-feira (21), conversou com a repórter da TV Gazeta, Viviane Maciel, e deu sua versão dos fatos, mencionando "falha humana" como possível causa da explosão;
  • Camilo chamou a explosão de um "acidente". Segundo ele, "não se tratou de uma explosão e sim de um rompimento de gás devido a estímulo mecânico", provavelmente, segundo o representante legal da empresa, causado por falha humana;
  • Disse que, no momento do acidente, apenas dois funcionários estavam na fábrica: um morreu e o outro foi socorrido com vida; 
  • Segundo o representante da empresa, "a fábrica é 100% regulamentada e o galpão, onde o acidente aconteceu, foi construído seguindo recomendações do Exército Brasileiro", e que o local da explosão "trata-se de uma nova unidade, inaugurada há pouco mais de um ano".

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