O Museu de Ciências da Vida (MCV) recebeu, nesta segunda-feira (27), o corpo do leão Sansão, que teve sua morte confirmada pelo Zoo Park da Montanha, zoológico do Estado, no sábado (25). O animal foi entregue ao local para ser estudado, plastinado e, futuramente, colocado em exposição, com o propósito de difundir e a popularização do felino, além de manter a memória viva a memória do felino.
A doação foi feita após uma recomendação do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) ao Zoo Park da Montanha – órgão intermediou contato entre o zoológico e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Segundo o coordenador do Museu de Ciências da Vida e professor do Departamento de Morfologia, Athelson Bittencourt, o corpo de Sansão está em perfeito estado para ser plastinado. Ele disse que o processo deve durar em torno de dois anos.
A plastinação é um método de preservação de espécimes que visa deixá-las o mais próximo de sua aparência real, em que os fluidos do cadáver são substituídos por silicone ou resina, mantendo a conservação do corpo e dos tecidos biológicos. Os procedimentos realizados em animais são os mesmos utilizados em seres humanos, explicou o professor Athelson Bittencourt.
Primeiramente, é feita a fixação para estabilização dos tecidos, ocasião em que o corpo fica mergulhado em formol. Em seguida, ele passa pelos processos de desidratação com banhos de acetona, seguido da impregnação por silicone, epóxi ou poliéster. A última etapa, chamada de cura, consiste na utilização de uma substância para endurecer a peça.
A técnica de plastinação evita que sejam usados conservantes tóxicos e de odor desagradável para a preservação do animal, além de aumentar a durabilidade do corpo, característica positiva para diversas atividades de pesquisa, ensino e também exposições. O Laboratório de Plastinação do MCV é, até o momento, o único que realiza a técnica em animais no Brasil.
Sansão foi o único leão que viveu no Espírito Santo, o felino morava no zoológico em Marechal Floriano, na Região Serrana do Estado, desde 2014, após ter sido resgatado de um circo em Minas Gerais, onde sofreu maus tratos. O leão foi descrito como um animal de "imensa beleza, elegância e exuberância" e com um "coração gigante" pelo Zoo Park da Montanha em uma postagem nas redes sociais.
Na publicação também foi recordado o duro passado de Sansão, que teve suas garras arrancadas no circo, que gerou a quebra de todas as falanges (ossos dos dedos das patas dianteiras), onde, futuramente, junto às fraturas mal consolidadas, causaria a sua dificuldade de locomoção.
Após ser resgatado, o animal foi transferido para o Espírito Santo, chegando ao estado em 12 de setembro de 2014. Sansão foi colocado para visitação no dia seguinte, após um período de descanso e cuidados, Na época, o g1ES registrou que o felino “fez a alegria de crianças e adultos que foram ao local prestigiá-lo”.
Segundo os donos, a morte se deu em consequência de problemas cardíacos aliados à idade considerada avançada para a espécie. “Estima-se que Sansão tinha entre 19 e 21 anos”, diz o texto.
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