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Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 15:32
Em meio ao baixo volume de chuva que tem afetado principalmente o Norte e Noroeste do Espírito Santo, a seca no Rio Doce, um dos principais mananciais do país, tem deixado a população em alerta. Em Colatina, uma das cidades abastecidas pelo rio, já é possível observar que grandes bancos de areia se destacam em vários trechos do leito, que há muitos anos já foi navegável e contribuiu para o desenvolvimento do município. >
A escassez preocupa, principalmente em uma época do ano em que é comum chover na região, como no verão. Segundo Sebastião Demuner, diretor-geral do Serviço Colatinense de Saneamento Ambiental (Sanear), órgão responsável pela distribuição de água em Colatina, o acumulado de chuva neste ano foi de apenas 600 milímetros - situação diferente a do ano passado, quando o total chegou a 900 milímetros. O fato, conforme o diretor-geral, prejudica a vazão do rio. >
Sebastião Demuner
Diretor-geral do SanearDevido à baixa vazão, a bomba de captação de água do rio já precisou ser deslocada pelo menos sete vezes neste ano. Segundo Sebastião Demuner, esse deslocamento é necessário porque quanto mais seco está o manancial, torna-se preciso fazer um trabalho de engenharia para levar a bomba a um ponto mais fundo do rio. >
"Quando o rio está em condições normais, nós adentramos de 50 metros a 80 metros para captar a água. Em épocas de estiagem, temos que adentrar o rio ainda mais fundo, chegando de 150 metros a 200 metros. Tudo varia de acordo com a necessidade daquele momento e da vazão do rio", explicou o diretor-geral do Sanear. >
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Baixo volume de chuva faz bancos de areia aparecerem no Rio Doce
Apesar da situação, o diretor-geral do Sanear garante que não há perigo de racionamento na cidade. No entanto, ele reforça a necessidade do uso consciente da água. >
"Colatina é uma cidade que, em virtude do Rio Doce, a possibilidade de faltar água é muito pequena. Mas o que a gente sempre foca é no uso racional da água, o uso consciente, evitar desperdício, para que a gente possa garantir o abastecimento da cidade", concluiu. >
Não é apenas o Rio Doce que está sendo afetado pela falta de chuva e escassez de água. O Rio São Mateus, no Norte do Espírito Santo, também tem enfrentado uma situação crítica. Por lá, a vazão do manancial está em 2%, o que significa que apenas 4.580 litros de água por segundo estão passando pelo rio – uma realidade que deveria ser de 250 mil litros de água por segundo.>
Em Jaguaré, a estação central da Bacia do Jundiá, que abastece seis mil casas na área urbana da cidade, está com volume baixo e, por isso, o município iniciou um sistema de racionamento de água no dia 13 de dezembro, entre 20h e 23h.>
No dia 11 de dezembro, a cidade de Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, também iniciou racionamento do consumo de água, com interrupção diária do abastecimento da rede pública das 21h às 5h.>
Montanha, no extremo Norte do Estado, também decretou situação de emergência para as regiões mais afetadas do município. De acordo com o prefeito André Sampaio, o prejuízo nas lavouras, por conta da seca, estão na margem dos R$ 200 milhões, calculados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).>
Com informações da repórter Thaynara Lebarchi, da TV Gazeta>
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