A primeira versão desta matéria informava, erroneamente, que a vacina contra poliomielite que está em falta em algumas cidades é a que atenderia bebês de até seis meses. No entanto, o correto é que o imunizante oral, com problema de desabastecimento, atende crianças de 1 ano e 3 meses a 4 anos. O título e o texto foram corrigidos.
Municípios do Espírito Santo registram falta de vacina oral de prevenção à poliomielite, conhecida também como paralisia infantil. Em Colatina e Linhares, a população reclama da situação e, segundo as prefeituras, há cerca de duas semanas as doses os postos estão sem o imunizante. São aquelas aplicadas com gotinhas, que tem como público alvo crianças entre 1 ano e 3 meses e 4 anos. Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirma que a expectativa é que as doses cheguem até o fim do mês para serem distribuídas aos municípios.
A Sesa explicou que a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) – injetável – está disponível nos postos de saúde e que não há desabastecimento desse imunizante. A vacinação é voltada para bebês até seis meses.
Quanto à Vacina Oral Poliomielite (VOP), a da gotinha, que está ausente, o Ministério da Saúde informou, em resposta a questionamentos de A Gazeta, ter recebido 26 milhões de doses e as encaminhou para análise de controle de qualidade, antes do envio aos Estados – que deve ser realizado nas próximas semanas.
Nas unidades de saúde de Colatina em que o infectologista Leonardo Lance atende, ele já notou que muitos bebês com menos de um ano estão sem o imunizante na carteira de vacinação. “Notamos que muitas mães chegam para atendimento e quando conferimos o cartão de vacina está em falta uma dose da poliomielite e elas relatam que não encontraram a vacina”, comentou o médico.
A doença não é registrada no Espírito Santo desde 1987 e no Brasil desde 1989. No entanto, diante do cenário, levanta preocupação porque é altamente contagiosa. Em um a cada 200 casos, o poliovírus selvagem, que causa a poliomielite, destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a mantém no mais alto grau de emergência internacional de saúde.
“É uma doença grave que causa uma paralisia flácida aguda, que pode evoluir e interromper os músculos da respiração e a criança ficar muito grave, ou deixar alguma sequela motora. As crianças precisam ser vacinadas”, reforçou o infectologista Leonardo Lance.
A meta de vacinação contra a poliomielite, estabelecida pelo Ministério da Saúde, é atingir 95% do público alvo.
No Espírito Santo, segundo a Sesa, a cobertura atual está abaixo do que se pretende: para crianças menores de 1 ano (esquema primário) em 2023, no período de janeiro a abril, é de 72,23%. Já as coberturas dos reforços aplicados com 1 ano e com 4 anos são de 71,23% e 63,70%, respectivamente.
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