Publicado em 21 de abril de 2020 às 21:04
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) elevou o tempo estimado que deve durar a crise no sistema que está sendo provocada pela pandemia da Covid-19. A projeção inicial de 4 a 5 meses de propagação do coronavírus, feita em fevereiro, agora foi revisada para de 12 a 18 meses, entrando assim em 2021. >
Em ofício enviado a secretários municipais de Saúde do Espírito Santo nesta terça-feira, o titular da Sesa, Nésio Fernandes, alertou para perspectiva de novas ondas da doença, intercalando períodos de quedas de casos com novos aumentos.>
Com isso, o secretário estima que a crise de saúde se arraste pelo menos até o final do mandato dos atuais prefeitos (dezembro) e alcance 2021. Ele justifica que a disseminação do vírus em clima tropical tem sido maior do que a esperada. >
Nésio Fernandes, em ofício enviado a municípios
Secretário de Estado de SaúdeEm entrevista, o secretário de Saúde explicou que esse avanço da doença em ondas é perigoso porque a queda de casos pode mobilizar a sociedade contra as medidas de isolamento e proteção à vida, e aí vir uma nova leva de casos.>
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"A leitura que fazemos agora é que a Covid-19 tende a se comportar em ondas e com isso faça a crise se arrastar por mais tempo do que estávamos esperando. Diante disso, recomendamos aos municípios uma atualização das estratégias", afirma.>
O alerta da extensão do problema vem acompanhado de uma preocupação com a rede de saúde capixaba. Segundo Nésio, o "conjunto inteiro do sistema de saúde precisa se preparar para conviver com a Covid-19".>
No ofício aos municípios, ele exemplifica que uma das formas de se preparar é criar espaços de isolamento físico em todos os hospitais e unidades de saúde do Estado, inclusive em municípios do interior, seja com leitos de isolamento ou, pelo menos, espaços com alguma barreira física.>
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"A gente vai precisar de mais leitos de isolamento e não vai bastar termos apenas em hospitais estaduais de referência. Vamos precisar ter nos hospitais dos municípios e pronto atendimentos também, nem que seja um espaço de isolamento com pelo menos uma barreira física. Não podemos deixar pacientes suspeitos na mesma enfermaria que os demais", explica.>
No ofício, Nésio recomenda aos municípios a criação de "pelo menos 30% de leitos/cadeiras com isolamento físico nas unidades de pronto atendimento, pronto socorro, hospitais e quando for possível até em unidades básicas".>
O documento diz ainda que todos os hospitais públicos do Espírito Santo, "independente de serem referências para Covid-19, deverão adaptar suas estruturas com leitos isolados para pacientes suspeitos, até confirmação diagnóstica".>
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