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Publicado em 11 de março de 2022 às 19:42
O governo do Espírito Santo anunciou nesta sexta-feira (11) que o uso de máscaras não será mais obrigatório em locais abertos nas cidades que estão em risco baixo para transmissão do coronavírus. A medida passa a valer a partir de segunda-feira (14). >
Já nas regiões classificadas como risco muito baixo, o equipamento de proteção também não será exigido nos locais fechados, mas ainda é recomendado. >
Para especialistas, a flexibilização da medida é precoce. Eles apontam que, do ponto de vista da proteção individual, a máscara ainda tem um papel importante em minimizar os riscos de contrair e disseminar a Covid-19, principalmente em locais pouco ventilados ou naqueles onde não é possível manter o distanciamento social. >
"A gente que está de fora acha que pode ser precoce porque estamos em um momento de decréscimo, porém com números de casos e mortes ainda muito altos. Mas o governo do Estado tem os números, e tem feito até o momento uma gestão que funciona, então a decisão estratégica é deles", aponta o médico infectologista Crispim Cerutti Junior. >
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Professora doutora em epidemiologia, Ethel Maciel afirma que, diante do cenário atual, a flexibilização do uso de máscara em locais abertos pode até acontecer. Porém, ressalta que, dependendo da situação, as pessoas ainda devem considerar usar o equipamento de proteção. >
Já em relação aos locais fechados, ela acredita que não é o momento de abandonar nenhum cuidado. >
Ethel Maciel
Professora doutora em EpidemiologiaEla destaca que, com essa decisão do governo, não há mais praticamente nenhuma medida restritiva coletiva para minimizar a exposição dos cidadãos à infecção. Então, ela recomenda que as pessoas avaliem o risco individual. >
Para reduzir as chances de se infectar, os especialistas recomendam que sejam considerados pelo menos três variáveis antes de abandonar a máscara. Veja detalhamento abaixo:
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Locais abertos apresentam menos risco que locais fechados. Caso o local seja fechado, é preciso observar se tem boa ventilação, se as janelas ficam abertas, por exemplo. Crispim Cerutti explica que se, houver ar-condicionado, é importante manter sempre a proteção das vias aéreas.>
"No ar refrigerado, as gotículas com vírus são pulverizadas e ficam em suspensão no ar por um período prolongado. Mesmo com distanciamento, a pessoa não fica protegida. Se tiver que escolher o momento em que não devo abandonar a máscara, é no ambiente de ar refrigerado", ressalta. >
Mesmo em locais abertos, é importante que a pessoa use a máscara caso não seja possível manter o distanciamento social. Ir à praia com a família é diferente de ir a um bloco de carnaval na rua, por exemplo.>
"Se você está em um ambiente bastante amplo, ventilado, com pessoas que não se aglomeram, não tem problema ficar sem máscara, mas essa não é a realidade na maior parte dos locais. Até numa caminhada no calçadão tem muita gente. Você pode passar por uma pessoa que tosse em cima de você", alerta o médico. >
A pandemia, e principalmente a variante Ômicron, demonstrou que o tipo e o material das máscaras de proteção fazem diferença para impedir a transmissão do vírus. >
Por isso, Ethel Maciel orienta que sejam priorizados os tipos mais filtrantes, como as máscaras cirúrgicas e as PFF2. Ela recomenda que as pessoas que usam transporte coletivo e que trabalham em contato direto com o público devem ficar ainda mais atentas a essa questão. >
"Motoristas de ônibus e vans devem usar (a máscara) independentemente da flexibilização, assim como caixas de supermercado e demais pessoas que atendem o público, porque eles estão sob muito risco. É muito importante manter a máscara, e daquelas mais filtrantes", afirma. >
A mesma orientação vale para idosos, pessoas que fazem hemodiálise, que tomam corticoides em altas doses e que têm doenças imunossupressoras. >
O médico Crispim Cerutti Junior afirma que, mesmo com a flexibilização, as mães e os pais devem continuar mandando os filhos para a escola de máscara. >
" Mande-os com a máscara e deixe a gestão da escola resolver se é seguro ou não permanecer no ambiente sem ela. Mas a prudência tem que ser mandatória.">
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