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Enem: questões aproximaram teoria do dia a dia, avaliam professores

Enem: questões aproximaram teoria do dia a dia, avaliam professores

Neste domingo (12), estudantes realizaram as provas de Matemática e Ciências da Natureza; docentes avaliam que provas tiveram média complexidade

Publicado em 12 de novembro de 2023 às 20:16

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Portões abertos para realização do Enem 2023 na Faculdade Faesa
Candidatos em local de aplicação da prova do Enem, em Vitória. (Ricardo Medeiros )

O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado neste domingo (12) trouxe 90 questões de Matemática e Ciências da Natureza. Professores do Espírito Santo analisaram as questões a pedido de A Gazeta. Os docentes avaliaram a dificuldade de cada área e citaram o esforço da prova em aproximar a teoria e a vida cotidiana.

Na avaliação do professor de Química Marcus Vinícius Lisboa Motta, a prova, como em anos anteriores, seguiu a pedagogia da aprendizagem significativa, contextualizando os conteúdos propostos na matriz de competências do Enem. “Esta edição estava com complexidade média”, frisa.

“As habilidades interdisciplinares estiveram presentes na grande área das Ciências da Natureza, com assuntos de Bioquímica e Biofísica. A prova do Enem mostra que os professores precisam de constante atualização dos processos de ensino, cada vez mais aproximando a ciência do dia a dia”, destaca.

O professor citou como exemplo a questão que abordou a prática de envolver frutas em papel ou colocar no forno apagado, para amadurecer frutas. “O gás etileno, responsável pelo processo, fica aprisionado e acelera o amadurecimento. A prova envolveu questões de cálculos e gráficos que aumentam a complexidade.”

Na mesma linha, o professor de Física Daniel Rojas afirmou que o exame deste ano se destacou pela ênfase no conteúdo de ondulatória. "Ao comparar com edições passadas, observa-se que o exame segue uma tendência de equilibrar a complexidade, reforçando sua importância como instrumento crucial para avaliar não apenas o conhecimento, mas também as habilidades práticas e teóricas dos candidatos", aponta.

"Em última análise, considero que a avaliação foi justa, favorecendo os candidatos verdadeiramente bem preparados. Essa abordagem, aliada à escolha de temas relevantes, consolida o Enem como um meio eficaz de seleção dos estudantes mais capacitados."

Para o professor Heron Miranda, as questões de Física estavam mais contextualizadas e o aluno conseguiu assimilar o que estava sendo cobrado com o cotidiano. “Estava mais fácil que anos anteriores, mas isso não diminui o objetivo e a qualidade. Ela teve mais questões que abordaram itens e conceitos muito ligados à vida comum”, disse.

“Desde que o Enem surgiu, a gente vive muito essa expectativa, de estar em sintonia com a vida cotidiana. Demorou até muito para ele ter essa cara que tem hoje. A prova de hoje foi nessa linha. Não é uma tendência, é uma necessidade. O ensino médio tem que se colocar mais nessas discussões da vida, meio ambiente, aproveitamento de energia", prossegue.

“Tinha uma questão de fogão, por exemplo, de indução, questões relacionadas ao consumo de energia, ambientais, uma quantidade maior de ondulatória, tema que se liga muito diretamente a tecnologia, comunicação, leitura de dados."

As questões de Biologia não surpreenderam e mantiveram o padrão do ano passado, com muito mais fisiologia que ecologia, para a professora Jamine Dillem. “Cobraram assuntos típicos do Enem, como ecologia, metabolismo energético, bioquímica, fisiologia humana e biotecnologia. Com predominância dessas duas últimas áreas”, avalia.

“Achei a prova bastante interdisciplinar. Os enunciados dialogavam com a Química e entre as diferentes áreas da Biologia em uma única questão. Textos claros e objetivos, que guiavam o aluno à resposta correta mediante interpretação. Questões recorrentes, como os ciclos biogeoquímicos e soluções para problemas ambientais também foram abordadas. A genética, que assusta muitos alunos, veio de forma leve, associada à divisão celular e alterações cromossômicas. De modo geral, foi uma prova tranquila para alunos que estavam bem preparados e que tiveram acesso aos conteúdos exigidos no exame.”

Em Matemática, o nível de dificuldade e o padrão estabelecido seguiram o mesmo de anos anteriores, avaliou o professor Rodrigo Pinheiro. O docente notou a ausência de questões relacionadas à planificação, que, segundo ele, costumam desafiar os estudantes com maior dificuldade. "As questões são fáceis, não exigem conhecimento complexo dos alunos. Entretanto, foi uma prova longa e cansativa", pondera. 

“Como é de praxe, o Enem enfatizou a avaliação de conhecimentos em grandezas, proporções, regra de três e interpretação de gráficos. Acredita-se que os alunos bem preparados não enfrentaram grandes dificuldades nesta avaliação, e é possível que o número de estudantes que obterão pontuação máxima na prova seja superior em comparação com anos anteriores”, aposta.

“Este equilíbrio no nível de dificuldade demonstra o esforço contínuo do Enem em criar um exame justo e representativo das habilidades dos estudantes em matemática.”

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