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Publicado em 12 de novembro de 2023 às 20:16
O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado neste domingo (12) trouxe 90 questões de Matemática e Ciências da Natureza. Professores do Espírito Santo analisaram as questões a pedido de A Gazeta. Os docentes avaliaram a dificuldade de cada área e citaram o esforço da prova em aproximar a teoria e a vida cotidiana. >
Na avaliação do professor de Química Marcus Vinícius Lisboa Motta, a prova, como em anos anteriores, seguiu a pedagogia da aprendizagem significativa, contextualizando os conteúdos propostos na matriz de competências do Enem. “Esta edição estava com complexidade média”, frisa.>
“As habilidades interdisciplinares estiveram presentes na grande área das Ciências da Natureza, com assuntos de Bioquímica e Biofísica. A prova do Enem mostra que os professores precisam de constante atualização dos processos de ensino, cada vez mais aproximando a ciência do dia a dia”, destaca. >
O professor citou como exemplo a questão que abordou a prática de envolver frutas em papel ou colocar no forno apagado, para amadurecer frutas. “O gás etileno, responsável pelo processo, fica aprisionado e acelera o amadurecimento. A prova envolveu questões de cálculos e gráficos que aumentam a complexidade.”>
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Na mesma linha, o professor de Física Daniel Rojas afirmou que o exame deste ano se destacou pela ênfase no conteúdo de ondulatória. "Ao comparar com edições passadas, observa-se que o exame segue uma tendência de equilibrar a complexidade, reforçando sua importância como instrumento crucial para avaliar não apenas o conhecimento, mas também as habilidades práticas e teóricas dos candidatos", aponta.>
"Em última análise, considero que a avaliação foi justa, favorecendo os candidatos verdadeiramente bem preparados. Essa abordagem, aliada à escolha de temas relevantes, consolida o Enem como um meio eficaz de seleção dos estudantes mais capacitados." >
Para o professor Heron Miranda, as questões de Física estavam mais contextualizadas e o aluno conseguiu assimilar o que estava sendo cobrado com o cotidiano. “Estava mais fácil que anos anteriores, mas isso não diminui o objetivo e a qualidade. Ela teve mais questões que abordaram itens e conceitos muito ligados à vida comum”, disse.>
“Desde que o Enem surgiu, a gente vive muito essa expectativa, de estar em sintonia com a vida cotidiana. Demorou até muito para ele ter essa cara que tem hoje. A prova de hoje foi nessa linha. Não é uma tendência, é uma necessidade. O ensino médio tem que se colocar mais nessas discussões da vida, meio ambiente, aproveitamento de energia", prossegue.>
“Tinha uma questão de fogão, por exemplo, de indução, questões relacionadas ao consumo de energia, ambientais, uma quantidade maior de ondulatória, tema que se liga muito diretamente a tecnologia, comunicação, leitura de dados.">
As questões de Biologia não surpreenderam e mantiveram o padrão do ano passado, com muito mais fisiologia que ecologia, para a professora Jamine Dillem. “Cobraram assuntos típicos do Enem, como ecologia, metabolismo energético, bioquímica, fisiologia humana e biotecnologia. Com predominância dessas duas últimas áreas”, avalia. >
“Achei a prova bastante interdisciplinar. Os enunciados dialogavam com a Química e entre as diferentes áreas da Biologia em uma única questão. Textos claros e objetivos, que guiavam o aluno à resposta correta mediante interpretação. Questões recorrentes, como os ciclos biogeoquímicos e soluções para problemas ambientais também foram abordadas. A genética, que assusta muitos alunos, veio de forma leve, associada à divisão celular e alterações cromossômicas. De modo geral, foi uma prova tranquila para alunos que estavam bem preparados e que tiveram acesso aos conteúdos exigidos no exame.” >
Em Matemática, o nível de dificuldade e o padrão estabelecido seguiram o mesmo de anos anteriores, avaliou o professor Rodrigo Pinheiro. O docente notou a ausência de questões relacionadas à planificação, que, segundo ele, costumam desafiar os estudantes com maior dificuldade. "As questões são fáceis, não exigem conhecimento complexo dos alunos. Entretanto, foi uma prova longa e cansativa", pondera. >
“Como é de praxe, o Enem enfatizou a avaliação de conhecimentos em grandezas, proporções, regra de três e interpretação de gráficos. Acredita-se que os alunos bem preparados não enfrentaram grandes dificuldades nesta avaliação, e é possível que o número de estudantes que obterão pontuação máxima na prova seja superior em comparação com anos anteriores”, aposta.>
“Este equilíbrio no nível de dificuldade demonstra o esforço contínuo do Enem em criar um exame justo e representativo das habilidades dos estudantes em matemática.”>
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