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Publicado em 12 de maio de 2021 às 14:48
O início da vacinação contra a Covid-19 de pessoas com comorbidades no Espírito Santo provocou uma verdadeira corrida para a marcação de consultas médicas particulares no Estado. Isso foi potencializado com a decisão da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) de flexibilizar a documentação necessária para a comprovação da comorbidade, facilitando o andamento da campanha de vacinação.>
Em meio à disputa pelas doses de vacina, a reportagem de A Gazeta tem recebido denúncias – ainda sem provas – de pessoas que estariam falsificando laudos médicos de comprovação de comorbidades para conseguir a imunização contra a Covid-19. Apesar disso, os órgãos que fiscalizam a vacinação no Estado afirmaram que ainda não receberam denúncias de pessoas ou profissionais de saúde que tenham falsificado laudos médicos.>
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) comunicou que não registrou, até o momento, denúncias relacionadas à falsificação de laudos para vacinação por comorbidades. A pasta ressaltou, porém, que auditorias internas e também de órgãos de controle externo estão acontecendo em relação a todo o processo da campanha de vacinação contra a Covid-19.>
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) explicou que acompanha e fiscaliza o cumprimento da ordem de prioridade e distribuição das doses de vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. O órgão acrescentou que os promotores de Justiça têm cobrado, fiscalizado e acompanhado a vacinação dos grupos prioritários e que, caso haja fraude à ordem de prioridade, serão adotadas medidas cíveis, incluindo ações por improbidade administrativa e criminais.>
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O órgão ainda detalhou que recebe denúncias acerca de "fura-filas" da vacinação contra o coronavírus. Até o momento, segundo o MPES, foram observadas 319 acusações deste tipo, sendo 186 da Região Metropolitana, 70 do Sul do Estado e 63 da Região Norte/Central.>
O Ministério Público destacou também que denúncias em relação a casos de irregularidades na aplicação das vacinas podem ser feitas através do telefone 127, pelo e-mail [email protected], no aplicativo MPES Cidadão ou nas promotorias de Justiça das cidades do Estado, podendo ser feitas de forma anônima.>
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) comunicou que profissionais que emitirem laudos falsos de comprovação de comorbidades poderão sofrer punições com base no Código de Ética Médica. O conselho destacou que a emissão dos documentos deve ser feita de forma consciente e responsável, com base em informações constatadas em exames realizados no paciente.>
"O médico só deve emitir qualquer tipo de laudo se tiver comprovação, através de exames, do que for descrever no laudo, que deve ser datado, carimbado e assinado pelo médico", diz a nota enviada à reportagem.>
As denúncias, conforme indicado pelo conselho, devem ser feitas diretamente ao CRM, com o máximo de documentos e informações que possam ajudar nas investigações. Todas as denúncias feitas ao Conselho de Medicina precisam ser identificadas, ou seja, não são aceitas denúncias anônimas.>
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