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Capixaba vegana faz mochilão pelo Brasil ensinando ioga

Capixaba vegana faz mochilão pelo Brasil ensinando ioga

Ela já passou pela Amazônia e por vários pontos do Nordeste do país, como Recife, Maragogi, São Miguel dos Milagres e Pipa. Por onde viaja, trabalha de forma voluntária e também em troca de hospedagem e alimentação

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 16:34- Atualizado há 3 anos

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Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte
Dayane Damm é capixaba e dá aulas de ioga. (Lucas Jasper)

A capixaba professora de ioga Dayane Damm, de 28 anos, saiu de Vitória no dia 12 de dezembro para fazer um mochilão pelo Brasil. Movida pela ideia de "sair da zona de conforto", a também advogada, que adotou o veganismo como estilo de vida, já passou pela Amazônia e por vários pontos do Nordeste do país, como Recife, Maragogi, São Miguel dos Milagres e Pipa. Por onde viaja, ela trabalha de forma voluntária e também em troca de hospedagem e alimentação.

A jovem, que brinca que na mochila não pode faltar atitude, conta que o objetivo dela vem sendo conhecer cada vez mais lugares, de forma barata e contando apenas com o essencial. Entre o indispensável, não pode faltar um bom par de tênis, chinelos e algumas poucas roupas.

"Uma das principais coisas a ter é atitude. Com ela pedimos, corremos atrás, trabalhamos e conseguimos atingir nossos objetivos de conhecer cada vez mais lugares, de forma mais barata. Mas se for parar para pensar na mochila física mesmo, não pode faltar um bom tênis, um chinelo e apenas as roupas essenciais, uma ou duas opções de cada peça de roupa, só para não passar frio e conseguir se tampar. O minimalismo vem muito à tona, é realmente viver com o básico e nada além", contou.

Dayane escolhe o próximo destino e compra apenas passagem de ida. A ideia inicial era a de passar 6 meses viajando, mas ela afirma que os planos estão em transformação. "A princípio eu me programei para 6 meses, mas estou totalmente desapegada com o tempo, então pode ser que dure mais ou menos. A intenção sempre foi estar aberta a tudo e não criar expectativas, até porque eu não faço planejamento de todos os lugares que eu vou. Só depois que chego no lugar é que eu vejo qual é o próximo destino e então eu sigo muito a minha intuição", acrescentou.

A respeito da prática da ioga, a advogada explica que leva a filosofia para as comunidades carentes em especial. "Tenho participado de ações voluntárias como professora de ioga, levando-a para as comunidades, atendendo crianças, mulheres e homens. A primeira experiência foi com crianças da comunidade ribeirinha do lago Acajatuba, na Amazônia. Pude sentir na pele o crescimento pessoal, levando meditação, concentração, posturas, de forma muito lúdica para elas, para que pudessem vivenciar um pouco mais esse estado de espírito que o ioga pode proporcionar, leve e tranquilo", disse.

Capixaba, advogada
Dayane Damm é professora de ioga e decidiu "mochilar" pelo Brasil. (Redes sociais)

DICAS PARA SE TORNAR UM "MOCHILEIRO"

Para quem tem vontade de se tornar um "mochileiro" e não sabe por onde começar, Dayane Damm recomenda:

  • Seja autosuficiente: "A primeira dica é saber que você é suficiente para você mesmo. Saiba contar consigo: tenha atitude, autoconfiança e confie na intuição. E saiba também com quem contar caso dê tudo errado", disse; 
  • Pratique o desapego: "Esteja desapegado das coisas materiais, de forma que não precise delas para nada, a não ser do essencial para que possa conseguir fazer suas coisas, atingir os objetivos. Não precisamos de nada de alto valor, nem de muita coisa. É importante desconstruir a ótica de consumo, até porque o mochileiro gasta pouquíssimo", continuou; 
  • Programe-se: Uma dica para quem ainda não tem certeza se tem coragem ou possibilidade financeira de "mochilar" por bastante tempo: "programe-se a ir por pouco tempo para algum lugar, vá testando, fazendo algo mais controlado. Volta para casa e repensa, vai testando aos poucos", incentivou. 
  • Planejamento financeiro e de vida: segundo Damm, ter um estilo de vida como mochileiro requer planejamento de gastos. "Porque se der errado, é preciso de um plano B. Também saiba o estilo de viagem que você quer ter. Você pode ser mochileiro tendo muito dinheiro e gastando um pouco a mais, ficando em bons lugares, mas também pode ser o mochileiro que vai trabalhar em troca de comida e hospedagem e gastando o mínimo possível. Entenda qual é o seu perfil, porque a partir daí é possível ter noção de quanto vai gastar, do que vai ver e para onde vai", continuou. 

O VEGANISMO

Para a professora de ioga, manter os hábitos alimentares veganos não é uma tarefa fácil durante o mochilão. Ela conta que, principalmente no Nordeste, onde a gastronomia típica dá ênfase a carne e frutos-do-mar, o estilo de vida é um desafio à parte.

"Mas venho adaptando o cardápio e, quando estou em hostel, compro produtos no supermercado para fazer minha própria comida, assim mantenho uma alimentação saudável, que sempre tive, e vegana", pontuou.

APRENDIZADOS

Das variadas experiências que tem tido, a jovem refletiu sobre a importância do tempo e das pessoas. Para ela, tem sido fundamental aproveitar o momento presente, sem pressa e sem ansiedade. Além disso, ela passou a entender que para ser feliz não é necessário ter muito, mas viver em equilíbrio.

Aspas de citação

Uma das primeiras coisas que observei é que o tempo passa muito rápido e não vale à pena perdê-lo se importando com coisas pequenas ou fúteis e supérfluas. Além disso, o mundo é gigantesco e permite troca de experiências, conhecer pessoas, aprender cada vez mais com culturas e costumes dos outros. Então se eu puder dar um conselho, é de não perder tempo com pouca coisa, mas investir o tempo com qualidade, para aprender a viver no presente, no aqui e no agora

Dayane Damm
Professora de ioga
Aspas de citação

Para ela, o essencial consiste em muito pouco. "A gente não precisa de muito para ser feliz e isso é muito importante. Os lugares, os momentos e as pessoas podem muito bem preencher todo o nosso ser, nosso corpo, nossa mente e nosso espírito. O simples é lindo. Quando nós enxergamos valor nisso, somos muito mais felizes. Outro aprendizado é que eu tenho muito a oferecer e que há pessoas que precisam e gostariam de ter oportunidade do contato com o que eu tenho a oferecer e, da mesma forma, eu tenho muito a aprender com as pessoas diferentes, com os costumes diferentes. O aprendizado é eterno e o mundão é muito grande", finalizou.

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