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Líder na produção de pimenta-do-reino, ES quer inovar e fortalecer setor

Líder na produção de pimenta-do-reino, ES quer inovar e fortalecer setor

Segundo maior exportador de pimenta-do-reino do mundo, Espírito Santo precisa implementar novas tecnologias para atender exigências do mercado

Publicado em 1 de dezembro de 2023 às 10:00

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Estado capixaba é o maior produtor de  pimenta-do-reino  do Brasil
Estado capixaba é o maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil. (Freepik)

Principal especiaria produzida no Espírito Santo, a pimenta-do-reino do solo capixaba lidera a safra nacional e é responsável por 60% da produção brasileira. No último ano, o Estado alcançou 76.533 toneladas do produto, o maior volume já registrado na série histórica.

O Valor Bruto da Produção de pimenta-do-reino em 2022 foi de R$ 976,9 milhões, que correspondeu a 4% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Capixaba (VBPA). Os números são da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).

De janeiro a outubro de 2023, foram embarcadas 43,9 mil toneladas para 72 países, que renderam US$ 133,1 milhões. No ano passado, foram exportadas 51,5 mil toneladas de pimenta-do-reino para 77 países, rendendo US$ 181,9 milhões.

A maior parte das vendas vai para o Vietnã (20%), Emirados Árabes (14%), Egito (11%), Marrocos (9%), Senegal (7%), Paquistão (7%) e Índia (6%), segundo a Seag. O Estado é o maior produtor (61,1%) do país e o segundo maior exportador da especiaria no mundo, depois do Vietnã. "Somente a produção do Estado equivale a 9% da produção mundial", afirma o secretário de Agricultura, Enio Bergoli.

Líder na produção de pimenta-do-reino, ES quer inovar e fortalecer setor

Apesar dos números expressivos, a produção de pimenta-do-reino carece de inovações tecnológicas. É o que afirma Mariana Barboza Vinha, engenheira de Alimentos do Incaper e coordenadora do projeto "qualidade microbiológica da pimenta-do-reino produzida no Estado". "Desde o início do cultivo, na década de 1950 até hoje, observa-se pouco incremento de tecnologia aos processos de produção e beneficiamento", diz.

Algumas mudanças na forma de processamento, porém, especialmente com mecanização de alguns processos, foram fundamentais para que o Estado se tornasse o principal produtor brasileiro em 2018. O desenvolvimento de equipamentos para debulha, que substituíram o processo manual e de escaldagem em quase todas as propriedades, e o uso de secadores mecânicos e estufas para otimizar o processo de secagem ao sol são exemplos de soluções adotadas há algumas décadas e que possibilitaram aumento da escala de produção e melhoria do processamento pós-colheita.

Atualmente, observa-se maior inovação no campo com uso de insumos na produção, uso de tutores vivos nas lavouras e uso de mulching para cobertura do solo das lavouras. Segundo o pesquisador do Incaper, Inorbert de Melo, “o uso de insumos de boa qualidade nas lavouras para controlar, por exemplo, a doença de solo ou para garantir maior produtividade faz com que a pipericultura capixaba deixe de ter uma visão extrativista e passe a buscar o máximo potencial produtivo da planta”.

Embora tenha avançado muito desde o início da introdução da cultura no Estado, pouco se evoluiu no sentido do desenvolvimento de tecnologias para melhoria do processo pós-colheita e para obtenção de um produto de melhor qualidade microbiológica, segundo Mariana. “É necessário investir em pesquisa aplicada com objetivo de avaliar os impactos dessas inovações no cultivo, além de desenvolver alternativas para melhoria da qualidade e produtividade”, explica.

Ela acrescenta que, no mundo globalizado, onde a segurança do alimento é uma exigência dos melhores mercados, a modificação no processamento pós-colheita com objetivo de evitar, mitigar e monitorar contaminações químicas, físicas e biológicas é um desafio constante à inovação. “Inovar não é questão de diferencial, é questão de sobrevivência em mercados altamente competitivos e exigentes”, declara.

A pimenta está entre os 8 alimentos mais produzidos no País

Produção

Existem cerca de 11.700 estabelecimentos rurais com produção de pimenta-do-reino no Espírito Santo, o que significa uma presença em 11% no total dos estabelecimentos agropecuários capixabas. A agricultura familiar corresponde por 76% desses estabelecimentos. Os agricultores estão expandindo a área, que deve fechar este ano com 19.685 hectares, superior em 1,2% frente a 2022.

A pimenta-do-reino é um produto tradicional da Região Norte do Estado, cultivada há 50 anos, e, atualmente, está presente em 45 cidades capixabas. O município de São Mateus concentra 35% da produção estadual, seguido por Jaguaré (12%), Vila Valério (9,8%), Rio Bananal (8%) e Nova Venécia (5,6%). Outros 40 municípios produzem em menor escala. 

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