O músico mineiro Vitor Brauer começou a ter aulas de piano com apenas três anos de idade. Mas foi aos dez, quando ouviu a banda Spice Girls pela primeira vez, que se interessou de verdade pela música. Aos 13 anos teve sua primeira banda e fez uma promessa para sua mãe: um dia a levaria para conhecer o país todo. E aos 30 anos ele conseguiu cumprir a promessa através da sua turnê que chega no dia 12 de julho a Vitória.
Essa já é a sexta turnê intitulada Sem Sair na Rolling Stone. O nome surgiu do seu questionamento se um artista pequeno, sem dinheiro e fora do radar das grandes mídias conseguiria fazer uma grande turnê nacional que seja rentável. A resposta? Sim, mas só quando coloquei em prática que descobri as dificuldades, conta o artista.
Vitor, que já se apresentou em Vitória outras vezes, viaja desta vez com seu violão para um show acústico em que canta clássicos das suas bandas Lupe de Lupe, Desgraça e Xóõ, e todas (ou quase todas) que o público pedir pra tocar. Tudo isso acompanhado pelo olhar da mãe, Marta.
Eu nunca tinha feito uma turnê sozinho, só com shows de voz e violão, sem companheiros no carro de viagem. Como não faz muito sentido eu ficar viajando por aí sozinho desperdiçando as paisagens, os lugares, as histórias e as pessoas com uma pessoa só (eu), chamei minha mãe para essa (turnê), para ela tirar umas férias da vida dela. Ela sempre quis conhecer várias partes do país e nunca pode por questões pessoais, ou monetárias ou de trabalho, então, o mínimo que eu posso fazer é dar essa turnê pra ela, diz Vitor.
Como sua casa sempre foi cheia de amigos e sempre teve música, sua mãe está acostumada ao ambiente, A única diferença é que eu tenho de tocar as minhas músicas todo dia, e ela já deve estar cansada de ouvir, brinca.
INDEPENDENTE
Artista ambicioso e inquieto, Vitor já fez mais de 10 turnês nacionais tocando em todo o país. Na cena underground desde 2011, já lançou quatorze discos de estúdio com suas bandas e projetos, um disco ao vivo, e produziu trabalhos de outros artistas. Atualmente integra também as bandas Lupe de Lupe, Desgraça e Xóõ. Além de trabalhar como produtor musical, ele ainda é membro e criador do movimento Geração Perdida de Minas Gerais. Tudo isso de forma independente, traçando sua própria rota.
Mas ser independente não foi uma escolha inicialmente. Quando a gente começa a gente só quer tocar música e ganhar dinheiro com isso. A maior parte das bandas independentes esbarra em dificuldades e quebras de expectativas bem no início de sua carreira, que foi o meu caso, entrega.
Mesmo longe dos grandes festivais, Vitor vai conquistando seu público através da sua arte e fazendo o que gosta.
Descobri que existe gosto para tudo e gente para todos os gostos também. E pensei em como a minha arte poderia ajudar de alguma forma o país e as pessoas que me ouvem. Então veio a resposta, fazer arte sobre a realidade do país, assim ajudando as pessoas a se entenderem, se emocionarem e conhecerem melhor o que é o mundo. E fazer essas turnês pra mostrar que é possível, sim, pra criar essa rede de pequenos produtores e conhecer as pequenas casas para todo mundo poder tocar um dia por todo o país, finaliza.
SERVIÇO
Vitor Brauer + Auri
Quando: 12 de julho, às 18h30.
Onde: Sala Pós Cirúrgica. Rua Professor Baltazar, 123, Centro, Vitória.
Quanto: R$ 10.
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