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Publicado em 21 de julho de 2021 às 11:26
O Museu Homero Massena deve ser reaberto ao público em outubro deste ano com a promessa de ser um novo espaço para receber exposições, lançamentos literários e ser consolidado como um palco de interação relacionando cultura e educação.>
Interditado pela Defesa Civil e pela Secretaria de Vila Velha desde agosto de 2018, o imóvel passa por serviços de restauração. Neste mês, terminam as pinturas internas e externas. Em agosto e setembro, será feita a restauração do acervo de móveis e utensílios. >
De acordo com o secretário de Turismo, Esporte e Cultura, Paulo Renato Fonseca Junior, “o trabalho no local consiste na reforma e conservação de todas as paredes, portas e janelas, construção de um anexo para área administrativa e toaletes com acessibilidade, reforma do telhado, impermeabilização da área externa com calçada e conservação, manutenção e restauração do acervo - móveis, utensílios, livros e obras de arte”.>
O subsecretário de Cultura, Manoel Goes, destaca que o museu era a residência de um artista que foi considerado um dos grandes ícones da pintura nacional. Segundo ele, o público poderá conhecer novas pinturas, que até então, estavam encobertas. De acordo com o gerente, devem ser investidos na obra aproximadamente R$ 400 mil. >
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Goes faz referências às pinturas descobertas por baixo das camadas de tinta das paredes da casa, com figuras de florais e outros desenhos. Segundo Kleber Galvêas, artista e amigo, Homero gostava de pintar em volta das rachaduras que apareciam nas paredes.>
“Quando o público voltar a visitar o local, vai se deparar com surpresas, como algumas pinturas que, até então, estavam encobertas. Estamos falando de um trabalho delicado e complexo, que demanda mais tempo. Porém, está sendo realizado por profissionais extremamente qualificados para isso”, explica o subsecretário.>
Goes explicou que a partir de agosto os profissionais vão iniciar a restauração de 40 telas de Massena, além de todos os móveis e utensílios que compõem o museu, que a casa onde Homero morava com a esposa na Prainha, em Vila Velha. >
Segundo ele, a partir de um projeto, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) restaurou toda a parte fotográfica e documento do acerco pertencente a Homero Massena. O projeto vai ser transformado em uma exposição.>
"A gente espera para outubro marcar a data de abertura. O museu vai adquirir uma outra característica que ele não tinha, vai se tornar um museu vivo. Vamos desempenhar atividades com foco na preservação histórica, na arte e na pintura promovendo workshops, oficinas e lançamentos literários. A intenção é trazer a comunidade e as escolas com atividades, professores, pesquisadores', adianta, o subsecretário.>
Nascido em Barbacena, no interior de Minas Gerais, em 1884, Homero Massena foi morar em Vila Velha com apenas seis meses de idade. Aos 15 anos, descobriu a vocação para as artes e frequentou os cursos de pintura, urbanismo e decoração na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro (RJ) e de Minas Gerais (MG), além da Academia Julien, em Paris, na França. >
Cursou Odontologia por pressão do pai e trabalhou também como jornalista. Escreveu dois livros: “Miracema” e “Atribulações de um Capixaba”. Na pintura, Homero trouxe um estilo diferenciado para o Espírito Santo e tornou-se referência com seus quadros realistas, com texturas e pintura leve, tendo a natureza como maior inspiração. >
Foi casado duas vezes. Uma delas, com Cecília Massena, com quem teve três filhos. O segundo matrimônio foi com Adelina Massena, conhecida como Edy, que esteve com Homero até sua morte, em 1979, aos 89 anos.>
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