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Monumentos contam a história de 470 anos de Vitória

Monumentos contam a história de 470 anos de Vitória

Andar pela cidade, especialmente no Centro, é uma forma de descobrir um pouco mais sobre a construção da Capital

Publicado em 12 de setembro de 2021 às 02:00

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Data: 04/09/2019 - ES - Vitória - Vista aérea do Santuário Basílica de Santo Antônio - Fotos aéreas para o aniversário de Vitória - Editoria: Cidades - Foto: Felipe Mota - Fly Now - GZ
Vista aérea do Santuário-Basílica de Santo Antônio: arquitetura que remete ao estilo renascentista italiano. (Felipe Mota/Fly Now)

Do colégio jesuíta nasceu o Palácio Anchieta. Nas terras do fundador Duarte Lemos foi construída a Capela de Santa Luzia. A escadaria Maria Ortiz tem o nome da jovem que resistiu aos holandeses, jogando pedras, água fervente e outros objetos nos invasores. Andar pela Cidade Alta, em Vitória, é viajar na história dos 470 anos da Capital.

O historiador Fernando Achiamé conta que Vitória surgiu para que a Capitania do Espírito Santo tivesse uma sede mais segura, com boas fontes de água e terrenos para cultivar alimentos e, particularmente, a cana, para a exportação de açúcar.

As principais edificações ficavam na Cidade Alta. Na parte baixa estavam trapiches, armazéns e casas comerciais.

Aspas de citação

Vitória começou como uma pequena ‘Vila do Açúcar’, uma espécie de Vila Rica, com ladeiras e casario colonial, só que à beira-mar

Fernando Achiamé
Historiador
Aspas de citação

A Capital manteve seu traçado colonial até o início do século XX, quando mudanças urbanas, aterros e obras viárias expandiram a então "Cidade do Café" para as antigas enseadas e mangues.

Até hoje boa parte do patrimônio histórico e cultural da cidade está no Centro. Merecem destaque: Theatro Carlos Gomes; Palácio Anchieta; Catedral Metropolitana; Capela de Santa Luzia; Convento São Francisco; e as igrejas Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora do Rosário e São Gonçalo.

Saindo um pouco da região central, há ainda o Santuário-Basílica de Santo Antônio, uma imitação da arquitetura renascentista italiana, com cúpula central, vitrais decorados e vista da cidade.

PERSONAGENS

A história de Vitória tem personagens importantes. “Alguns mais antigos; outros mais modernos; alguns esquecidos e outros bem lembrados”, ressalta o historiador Estilaque Ferreira.

Entre os antigos e esquecidos, cita o historiador, estão o fundador de Vitória, Duarte de Lemos, e os padres Afonso Brás e Brás Lourenço, criadores do Colégio dos Jesuítas, atual Palácio Anchieta.

Entre os mais modernos e lembrados, Ferreira menciona seis governadores: Muniz Freire foi responsável pela afirmação da centralidade de Vitória e de sua expansão.

Jerônimo Monteiro iniciou melhorias urbanas em Vitória, tais como água encanada, esgoto, o Parque Moscoso, energia elétrica e os bondes.

Florentino Avidos construiu a Cinco Pontes, ligando Vitória a Vila Velha; e Jones dos Santos Neves aterrou a “Esplanada Capixaba”.

Carlos Lindenberg viabilizou a construção do Porto de Tubarão e Élcio Álvares iniciou a construção da Terceira Ponte.

CURIOSIDADES

  • Vitória se chamava Santo Antônio e “capixaba” se referia a uma roça de milho em seu esplendor.
  • O viaduto Caramuru foi construído para a passagem do bonde que circulava na Cidade Alta, mas quando ficou pronto (1927), o trajeto foi desativado.
  • As enseadas foram aterradas e deram lugar a Caratoíra, Parque Moscoso, Praça Costa Pereira, Esplanada da Capixaba, Avenida Beira-Mar, Enseada do Suá e Praia do Canto.

PONTOS HISTÓRICOS NO CENTRO

  • Centro Histórico: Igreja Nossa Senhora do Rosário

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    Igreja de Nossa Senhora do Rosário

    Com sua construção iniciada em 1765, teve sua estrutura principal erguida em apenas dois anos pelos membros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Uma pequena exposição localizada na igreja resgata um pouco dessa história. São imagens e peças preservadas pela irmandade, que realiza a famosa procissão de São Benedito até hoje. Tombada em 1945 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- Iphan, a igreja possui ossários em seus corredores e um cemitério lateral, mantendo preservado seu aspecto colonial barroco. Onde: Rua do Rosário, Cidade Alta 

  • Grupo faz manifestação para pedir reabertura do Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória, interditado há anos

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    Theatro Carlos Gomes

    Em 1923, o único teatro da cidade, o Melpômene, após sofrer um princípio de incêndio, foi demolido para abertura da Rua Sete de Setembro e alargamento da Praça da Independência, atual Praça Costa Pereira. Por utilizar a área do antigo teatro para esses fins, a administração estadual assumiu o compromisso com o Município de erguer um novo espaço. Projeto do arquiteto autodidata André Carloni, o Theatro Carlos Gomes adotou o estilo eclético, referência da modernidade da época. A construção utilizou recursos privados e aproveitou as colunas de ferro fundido do antigo Melpômene para sustentação dos balcões e galerias. A obra foi inaugurada em janeiro de 1927. Em 1983, foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura. Onde: Praça Costa Pereira

  • Centro Histórico: Catedral Metropolitana de Vitória

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    Catedral Metropolitana de Vitória

    A antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória teve sua edificação iniciada por volta de 1550. Em 1918, o velho templo foi demolido para dar lugar à atual Catedral Metropolitana de Vitória, que possui características ecléticas, com referências ao estilo gótico, tendo como destaque seus belos vitrais. Foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura em 1983. Onde: Praça Dom Luiz Scortegagna

  • Centro Histórico: Escadaria Maria Ortiz

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    Escadaria Maria Ortiz

    No século XVII, a Ladeira do Pelourinho foi cenário de importante fato da história do Espírito Santo. O corsário holandês Piet Heyn ultrapassou a barreira do Forte São João para entrar na Vila. No entanto, para surpresa do almirante e de seus homens, Maria Ortiz, moradora de um sobrado no final da antiga ladeira, articulou a resistência junto aos demais moradores. Assim, os invasores tiveram que recuar até suas naus, desistindo do saque. Em 1899, a ladeira recebeu o nome de Maria Ortiz, em homenagem à jovem. A atual escadaria foi construída em 1924.

  • Data: 02/12/2019 - ES - Vitória - Inauguração da Capela de Santa Luzia - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ

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    Capela de Santa Luzia

    É a edificação mais antiga do município. Provavelmente construída a partir de 1537, em pedra e cal de ostra, coberta com telhas de barro tipo canal, ela era a capela particular da fazenda de Duarte Lemos. Sua arq u i t e t u r a c o l o n i a l f o i s e n d o ornamentada, ganhando o frontão e o altar b a r r o c o s. E m 1 9 4 6, o Iphan f e z o tombamento da Capela transformando-a em patrimônio histórico-cultural brasileiro. Onde: Rua José Marcelino, sem número

  • Centro Histórico: Convento São Francisco

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    Convento São Francisco

    Convento São Francisco O Convento São Francisco teve sua construção iniciada no final do século XVI. A fachada da Igreja Conventual, que sofreu reformas em 1744 e 1784, é a única parte original que restou do conjunto que formou o primeiro Convento Franciscano na parte Sul do Brasil Colônia. Foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura em 1984 com a Capela Nossa Senhora das Neves, erguida na primeira metade do século XIX, no terreno do antigo convento. Onde: Rua Soldado Abílio dos Santos, 47 - Cidade Alta

  • Igreja do Carmo, |Centro, Vitória

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    Convento do Carmo

    Convento do Carmo O Convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo foi fundado em 1682, por padres carmelitas vindos da parte Norte do Brasil Colônia. O conjunto era formado pelo Convento, pela Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo e pela Capela da Ordem Terceira, todos em estilo colonial e com linhas barrocas. Entre 1910 e 1913, o Convento passou por ampla reforma, recebeu mais um andar e roupagem eclética, com influências do estilo gótico. Em 1984, a fachada do conjunto foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura. Onde: Ruas Coronel Monjardim e Coutinho Mascarenhas

  • Igreja de São Gonçalo, |Centro, Vitória

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    Igreja de São Gonçalo

    Em 1707, já existia no local uma capela construída pelas irmandades de Nossa Senhora do Amparo e da Boa Morte. Em 1715, as irmandades solicitaram ao Bispado a permissão para a construção de uma nova igreja, consagrada ao santo português São Gonçalo Garcia, somente concluída em 6 de novembro de 1766. No século XX, a igreja viveu seu período áureo, pois, por quase 20 anos, serviu como sede paroquial e exerceu as funções de Matriz e Catedral da cidade de Vitória. Sua fachada e altar-mor, com entalhes em madeira pintados a ouro, possuem características da arquitetura barroca. Em 1948, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Onde: Rua São Gonçalo

  • Parque Moscoso, em Vitória

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    Parque Moscoso

    Inaugurado em 1912 o Parque Moscoso foi símbolo da primeira era de modernização e embelezamento urbano da cidade. Espaço de socialização, conta com lagos artificiais, dentre outras estruturas, tais como o chafariz e as “ruínas” neoclássicas. Em 1952, o parque sofreu algumas alterações em seu traçado, quando foram construídas a Escola de jardim de infância Ernestina Pessoa e a Concha Acústica, exemplares representativos do estilo modernista de arquitetura, tombados em nível estadual. Em 2000 o parque foi remodelado, resgatando algumas ambiências originais. Onde: Avenida República

  • Vista do Palácio Anchieta. Cidade Alta, Vitória. Sede do Governo Estadual.

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    Palácio Anchieta

    Até 1759, o Palácio Anchieta abrigava o Colégio de São Tiago, conjunto que começou a ser erguido em 1570, a partir da construção de uma nova sede para a Igreja de mesmo nome, que havia incendiado. A primeira ala do colégio foi concluída em 1587, pelo Padre José de Anchieta, que morreu dez anos mais tarde sendo enterrado junto ao altar-mor da Igreja de São Tiago. A segunda ala do colégio só foi construída 120 anos depois, de frente para a Baía de Vitória, e é parte do quadrilátero que acabou de ser erguido em 1747 e existe até hoje. Em 1798, recuperado de um incêndio ocorrido dois anos antes, o prédio é denominado Palácio do Governo. No ano de 1945, no aniversário da morte do padre José de Anchieta, o então governador, Jones dos Santos Neves, publica decreto nomeando a sede do Governo Estadual como Palácio Anchieta – que guarda o túmulo simbólico do padre desde 1922. Enfrentando três grandes incêndios e várias reconstruções ao longo de sua história, em 1983 o edifício é Tombado pelo Conselho Estadual de Cultura. Onde: Praça João Clímaco, 142

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