Publicado em 1 de junho de 2018 às 19:13
Referência do teatro brasileiro, o Grupo Galpão completou 35 anos em 2017 e celebrou com uma turnê comemorativa. Agora, a companhia mineira volta a viajar pelo país, com a Turnê Litorânea, que se encerra em Vitória.
Os atores do grupo apresentam dois recentes espetáculos no estacionamento do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). No dia 2 de junho é a vez de Os Gigantes da Montanha, e no dia 3, entra em cena De Tempo Somos um sarau do Grupo Galpão.
O espetáculo que será apresentado no dia 2 tem direção de Gabriel Villela, é escrito por Luigi Pirandello e fala sobre o valor do teatro através da história da chegada uma companhia teatral decadente a uma vila mágica. Na trilha sonora da montagem, músicas famosas italianas, como Ciao Amore e Bella Ciao, com arranjos assinados por Ernani Maletta.
Em De Tempo Somos um sarau do Grupo Galpão, dirigido por Lydia Del Picchia e Simone Ordones, os atores celebram a união da música e do teatro. Nós queríamos fazer uma espécie de viagem musical. Como o Galpão usa muito a música como elemento cênico (a maioria dos espetáculos têm música ao vivo), veio esse desejo de fazer o sarau. Ele fala sobre o tempo e a passagem dele. É o tema que amarra essas músicas e falamos sobre teatro, a própria história do Galpão e fazemos dedicatórias à pessoas que encontramos na nossa trajetória, adianta Eduardo Moreira, ator fundador do Grupo Galpão.
NA ESTRADA
Criado em 1982, o premiado grupo tem sua origem no teatro popular e de rua e trabalha com diferentes diretores, o que traz uma maneira diferente de trabalhar a encenação, e uma nova linguagem a cada montagem. Ao longo desses 35 anos de estrada, um dos maiores orgulhos da companhia é a sua própria existência diante das dificuldades do meio cultural no Brasil.
Essa longevidade do grupo, esse tempo de vida em si só já é um legado importante. São 35 anos ininterruptos, de muitas atividades, oficinas e encontros. Um trabalho de pesquisa teatral muito importante, espetáculos significativos que marcaram o teatro brasileiro. Um teatro que circula muito pelo Brasil e tem a capacidade de se apresentar em muitas cidades que estão aleijadas do circuito cultural, ressalta Eduardo.
Após o fim da turnê, o grupo se volta para um novo projeto, que estreia ainda este ano. A ideia é criar um espetáculo novo, mais uma parceria com Marcio Abreu, que também é diretor do famoso espetáculo da companhia, Nós. Acho que a nossa perspectiva é de buscar novos riscos e novas possibilidades. É sempre importante que o grupo esteja se propondo novos desafios, não caindo em fórmulas que já tenham sido conquistadas, para poder continuar com essa caminhada de pesquisa, diz Eduardo.
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