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Crítica: 'Shazam' é aventura com espírito adolescente

Crítica: "Shazam" é aventura com espírito adolescente

Estrelado por Zachary Levi, "Shazam" conta a origem do herói que reúne poderes de deuses gregos

Publicado em 2 de abril de 2019 às 22:32

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Filme "Shazam". (Warner/Divulgação)

Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio. Quando Billy Batson invoca os deuses gregos com o acrônimo “Shazam!”, ele se transforma em um herói que reúne os poderes de todos eles, basicamente um Superman (o que já foi motivo de muita disputa judicial...). Criado pela Fawcett Comics como um rival do Homem de Aço nas bancas e inicialmente conhecido como Capitão Marvel (nome que “perdeu” recentemente para a Marvel – em inglês ele e a Capitã Marvel, também com filme em cartaz, tinham o mesmo nome), o personagem chega às telas em um bom momento da parceria Warner/DC, após o sucesso de “Aquaman”.

Dirigido por David F. Sandberg (“Annabelle 2: A Criação do Mal”), o filme que chega aos cinemas hoje em pré-estreia é provavelmente o trabalho mais redondo do atual momento do universo DC nos cinemas. “Shazam”, o filme, sabe seu lugar, conhece seu protagonista e entende que não é o momento para filmes sisudos que se levam a sério demais.

“Shazam” é um filme de origem. Por isso acompanhamos o jovem órfão Billy Batson (Asher Angel) pulando de uma casa adotiva para outra. Ele e seu amigo Freddy (Jack Dylan Grazer) adoram tudo relacionado a histórias em quadrinho e super-heróis, mas é Billy o escolhido por um mago (Djimon Hounson) como seu heroico sucessor.

Quando o jovem pronuncia o acrônimo pela primeira vez, ele se transforma em um poderoso e musculoso super-herói (Zachary Levi), mas continua sendo o mesmo adolescente.

ENCANTO

É dessa pegada adolescente que “Shazam”, o filme, se beneficia. Zachary encarna bem o jovem no corpo de um adulto. Assim, a cada poder descoberto, um deslumbramento genuíno – sentimento reforçado pela empolgação de Freddy, inseparável companheiro de Billy.

Filme "Shazam". (Warner/Divulgação)

É também da fórmula de uma criança em corpo de adulto que o filme se beneficia para criar empatia. As comparações imediatas com o clássico “Quero Ser Grande” (1988), de Penny Marshall, são justificadas. Tal qual o filme protagonizado pelo então jovem Tom Hanks, “Shazam” fala, à sua maneira, de responsabilidades, da relação entre adultos e adolescentes, mas sem se esquecer do mais importante em um filme “Sessão da Tarde”: a diversão.

VILÃO

Mesmo que não seja um filme de herói como nos acostumamos a ver nos últimos anos, “Shazam”, claro, precisa de um vilão. É justamente aí que Mark Strong, um dos atores mais vilanescos de Hollywood nos últimos anos, se encaixa.

Strong vive o Dr. Silvana, que tem sua origem explicada logo no início da projeção. Inspirado em uma mistureba de suas diversas versões dos quadrinhos, o vilão é caricato e exagerado, sem destoar do resto do filme. Silvana tem motivações com as quais o público pode se identificar, mas um plano não tão interessante.

Filme "Shazam". (Warner/Divulgação)

“Shazam”, como dito no início do texto, entende seu protagonista e, por isso, não tem uma ameaça para destruir o mundo (ou um raio azul que desce das nuvens...). Ainda assim, há os subvilões genéricos que servem apenas para apanhar do protagonista.

Ao fim, o filme do ex-Capitão Marvel e agora Shazam é adorável, divertido e independente; você não precisa ter assistido a nenhum filme do universo DC para entender a história ou rir das piadas, mas as referências aos quadrinhos estão ali para os fãs.

Ainda é difícil imaginar como o personagem poderá, no futuro, se juntar aos outros heróis da DC (as cenas pós-crédito dão algumas dicas), mas isso não tira o mérito do longa, que terá concorrência dura nas salas de cinema.

Shazam

Aventura. (Idem, EUA, 2019, 132min.).

Direção: David F. Sandberg.

Elenco: Zachary Levi, Michelle Borth, Djimon Hounsou, Jack Dylan Grazer, Mark Strong, Asher Angel, Adam Brody.

Nota: 7,5 

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