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Crítica: 'Homem-Aranha: Longe de Casa' é cartunesco e divertido

Crítica: "Homem-Aranha: Longe de Casa" é cartunesco e divertido

Respeitando seu protagonista adolescente, "Homem-Aranha: Longe de Casa" é leve, divertido e situa o público da Marvel no mundo pós-Thanos.

Publicado em 5 de julho de 2019 às 21:13

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Com os fãs ainda vivendo uma espécie de ressaca e de certa forma curtindo o luto de “Vingadores: Ultimato”, a Marvel entendeu que seu público precisava de férias. “Homem-Aranha: Longe de Casa” é um filme de férias em todos os sentidos. Trata-se de um filme leve, pronto para fazer sucesso no disputado verão americano. Ao mesmo tempo, ele não só não ignora o destino dos heróis em “Ultimato” como também presta sua homenagem a eles e situa o público de como está o mundo pós-Thanos. “Longe de Casa” leva Peter Parker e seus amigos para uma viagem escolar à Europa, uma quebra na rotina nova-iorquina que serve para lembrar que, apesar de ter enfrentado o possível fim da humanidade, Peter (Zendaya) ainda é um adolescente de 16 anos.

13/05/2019 - Jake Gyllenhaal e Tom Holland em 'Homem-Aranha: Longe de Casa'. (Divulgação/SonyPictures)

Em seus primeiros minutos, o filme dirigido por Jon Watts (mesmo diretor do filme anterior) já responde algumas questões deixadas após a queda de Thanos. Logo em seguida, porém, o roteiro já assume seu tom mais suave, de uma ingênua comédia/aventura adolescente. Antes de embarcar para a Europa, Peter se divide entre cuidar da vizinhança como o Homem-Aranha e fazer planos para se declarar para MJ (Zendaya) – o mundo, no entanto, espera que ele assuma o posto de liderança nos Vingadores.

Na Europa, enquanto se preocupa com suas desventuras amorosas, Peter acaba se deparando com um novo herói: Quentin Beck, ou Mysterio (Jake Gyllenhaal), é um cartunesco e poderoso personagem que luta para que os Elementais (monstros que representam elementos da natureza) não destruam a Terra como fizeram em seu universo. Sim! Mysterio afirma vir de uma realidade paralela, de um universo que se abriu quando Thanos estalou os dedos (alguém falou em Aranhaverso?).

A parceria entre Peter e Quentin é interessante. Ainda sentindo a falta de Tony Stark como mentor e figura paterna, o jovem logo passa a ouvir os conselhos do veterano herói e a lutar ao seu lado contra as ameaças de seu mundo.

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O Mysterio de Gyllenhall tem o tom certo – exagerado, caricato e canastrão. Um dos personagens mais interessantes de mitologia do Aranha nos quadrinhos, ele surge nas telas em uma versão diferente da que conhecemos.

06/05/2019 - 'Homem-Aranha: Longe de Casa' estreia em julho deste ano . (Captura de tela / Youtube / Sony Pictures Entertainment)

O tom cartunesco do personagem é compartilhado com o resto do filme, que entende bem seu herói. Vale lembrar, mais uma vez, que Peter é um adolescente e se comporta como tal. Quando foca na identidade “civil” do herói, “Longe de Casa” é um filme oitentista com uma pegada dos filmes de John Hughes e uma ingenuidade que remete ao primeiro “Superman”, de Richard Donner. Nesse tom, até mesmo uma sequência de hiperexposição não fica deslocada.

Outro grande acerto são as piadas com o absurdo. A viagem escolar vai sendo alterada de maneira tão improvável que até os alunos desconfiam, mas os professores insistem que tudo está dentro da normalidade.

As sequências de ação que envolvem Mysterio são criativas, mas o mesmo não acontece com as do Cabeça de Teia. Jon Watts, como mostrou no primeiro filme, sabe cuidar de diálogos e atores, mas ainda não é dos melhores para filmar ação.

Homem-Aranha: Longe de Casa. (Marvel/Divulgação)

Existe o problema, para os mais velhos, de uma superexposição do Homem-Aranha – são oito filmes desde 2002. Assim, algumas situações parecem repetir as de filmes anteriores.

Apesar disso, “Homem-Aranha: Longe de Casa” traz ótimas referências aos quadrinhos, aos outros filmes da Marvel e até ao jogo de PS4. Ao fim, funciona como um ótimo epílogo para a fase três do Universo Cinematográfico Marvel.

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NOTA: 8

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