Publicado em 5 de julho de 2019 às 21:13
Com os fãs ainda vivendo uma espécie de ressaca e de certa forma curtindo o luto de Vingadores: Ultimato, a Marvel entendeu que seu público precisava de férias. Homem-Aranha: Longe de Casa é um filme de férias em todos os sentidos. Trata-se de um filme leve, pronto para fazer sucesso no disputado verão americano. Ao mesmo tempo, ele não só não ignora o destino dos heróis em Ultimato como também presta sua homenagem a eles e situa o público de como está o mundo pós-Thanos. Longe de Casa leva Peter Parker e seus amigos para uma viagem escolar à Europa, uma quebra na rotina nova-iorquina que serve para lembrar que, apesar de ter enfrentado o possível fim da humanidade, Peter (Zendaya) ainda é um adolescente de 16 anos.>
Em seus primeiros minutos, o filme dirigido por Jon Watts (mesmo diretor do filme anterior) já responde algumas questões deixadas após a queda de Thanos. Logo em seguida, porém, o roteiro já assume seu tom mais suave, de uma ingênua comédia/aventura adolescente. Antes de embarcar para a Europa, Peter se divide entre cuidar da vizinhança como o Homem-Aranha e fazer planos para se declarar para MJ (Zendaya) o mundo, no entanto, espera que ele assuma o posto de liderança nos Vingadores.>
Na Europa, enquanto se preocupa com suas desventuras amorosas, Peter acaba se deparando com um novo herói: Quentin Beck, ou Mysterio (Jake Gyllenhaal), é um cartunesco e poderoso personagem que luta para que os Elementais (monstros que representam elementos da natureza) não destruam a Terra como fizeram em seu universo. Sim! Mysterio afirma vir de uma realidade paralela, de um universo que se abriu quando Thanos estalou os dedos (alguém falou em Aranhaverso?).>
A parceria entre Peter e Quentin é interessante. Ainda sentindo a falta de Tony Stark como mentor e figura paterna, o jovem logo passa a ouvir os conselhos do veterano herói e a lutar ao seu lado contra as ameaças de seu mundo.>
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O Mysterio de Gyllenhall tem o tom certo exagerado, caricato e canastrão. Um dos personagens mais interessantes de mitologia do Aranha nos quadrinhos, ele surge nas telas em uma versão diferente da que conhecemos.>
O tom cartunesco do personagem é compartilhado com o resto do filme, que entende bem seu herói. Vale lembrar, mais uma vez, que Peter é um adolescente e se comporta como tal. Quando foca na identidade civil do herói, Longe de Casa é um filme oitentista com uma pegada dos filmes de John Hughes e uma ingenuidade que remete ao primeiro Superman, de Richard Donner. Nesse tom, até mesmo uma sequência de hiperexposição não fica deslocada.>
Outro grande acerto são as piadas com o absurdo. A viagem escolar vai sendo alterada de maneira tão improvável que até os alunos desconfiam, mas os professores insistem que tudo está dentro da normalidade.>
As sequências de ação que envolvem Mysterio são criativas, mas o mesmo não acontece com as do Cabeça de Teia. Jon Watts, como mostrou no primeiro filme, sabe cuidar de diálogos e atores, mas ainda não é dos melhores para filmar ação.>
Existe o problema, para os mais velhos, de uma superexposição do Homem-Aranha são oito filmes desde 2002. Assim, algumas situações parecem repetir as de filmes anteriores.>
Apesar disso, Homem-Aranha: Longe de Casa traz ótimas referências aos quadrinhos, aos outros filmes da Marvel e até ao jogo de PS4. Ao fim, funciona como um ótimo epílogo para a fase três do Universo Cinematográfico Marvel.>
NOTA: 8>
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