Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 22:25
Yellow Saxmarine é o nome de batismo do novo disco Leo Gandelman que traz regravações instrumentais dos Beatles. Aos 62 anos, 32 de carreira solo, o saxofonista foge do clássico e do erudito para apostar no jazz e no improviso em um álbum divertido e inusitado.
A referência ao álbum Yellow Submarine (1969), criado como trilha sonora para a animação de mesmo nome, não passa de uma brincadeira, segundo o próprio Gandelman. Das 10 faixas escolhidas pelo saxofonista e pelo Julio Bittencourt Trio para compor o disco, nenhuma delas faz parte do referido disco dos Beatles.
Eu estava no telefone, com a cabeça em outro lugar, e desenhei um saxofone submarino e Yellow Saxmarine. E esse acabou virando o nome do disco. É uma brincadeira de submarine para saxmarine. Não tem nenhuma referência especial ao disco, revela o músico.
A ideia do disco em parceria com Julio Bittencourt surgiu depois de um convite para Leo estender a temporada de shows dele em Mauá e fazer uma participação especial com o trio. Quando foram escolher o repertório, a primeira ideia que veio a cabeça dos foi fazer canções dos Beatles.
Ali eu senti que tinha uma química e propus para eles da gente fazer alguma coisa com as músicas dos Beatles. Começamos fazendo shows em lugares pequenos e depois partimos para lugares maiores. O disco foi um resultado desse trabalho, não foi uma coisa previamente programada, lembra o saxofonista, fã do quarteto mais famoso de Liverpool desde a infância. Segundo Gandelman, foram Lennon McCartney, Harrison e Starr que lhe deram referência em arranjos e musicalidade.
Canções
O repertório do disco, que tem Eleanor Rigby, Shes Leaving Home, Day Tripper, Golden Slumbers, Drive My Car, Let It Be, Ticket To Ride, Cant Buy Me Love, And I Love Her e Black Bird, foi intuitivo, conta Gandelman.
A sonoridade tem muito de jazz, das linhas de baixo às levadas, e também muitas referências ao trompetista Lee Morgan e à cantora francesa Madeleine Peyroux, que dão ao disco um ar mais pop.
Foram elementos de músicas de que eu gosto. A gente fez um recorte e colagem. Nesse sentido é um trabalho pop, com uma visão inusitada das músicas dos Beatles no sentido que eu me permiti a fazer essas brincadeiras, esses arranjos. É um disco instrumental com uma pegada jazzística e bastante improviso. O resultado é um disco solto, leve, despretensioso, feito com carinho.
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