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Banda capixaba Zé Maholics lança projeto 'Macaco Politizado'

Banda capixaba Zé Maholics lança projeto "Macaco Politizado"

Inspirados pelo funk rock suingado, músicos lançam a faixa "Marrom", primeiro estágio do disco, dividido em doze faixas

Publicado em 16 de abril de 2019 às 20:47

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O novo projeto da banda capixaba Zé Maholics foi inspirado na “jornada do herói”, um conceito narrativo difundido pelo antropólogo Joseph Campbell, que defendia que a presença de um personagem é fundamental para o desenvolvimento de uma história.

Assim como pregou Campbell, que dividiu a jornada do herói em três seções e doze estágios, os músicos da banda decidiram lançar o álbum “Macaco Politizado” em três atos que resultam em 12 músicas. Com uma proposta diferente do habitual, a banda decidiu lançar uma música por mês até abril do ano que vem. A primeira, “Marrom”, já ganhou as redes nesta semana.

“Nós quatro sempre estudamos muito, então para a gente fez bastante sentido utilizar esses conhecimentos para produzir. A jornada do herói ajudou a construir esse roteiro que traz a história do Zé, um rapaz que tem paixão por música mas vive de outra coisa por não abrir mão de uma vida ‘mais segura’, digamos assim”, explica o vocalista, Vinícius Hoffmam, que divide os trabalhos com Guilherme Bozi (guitarra), Guilherme Schwartz (baixo) e Enzo Toniato (bateria).

Groove

O quarteto, que ganha reforço em apresentações ao vivo, se reuniu pela primeira vez em 2016, com uma pegada bem groove que remete ao funk rock, ou como define Vinícius: “uma coisa meio Red Hot Chili Peppers misturada com Marcelo D2”.

No início, a ideia era apostar nas “jam sessions”, nas improvisações ao vivo com um toque suingado mais brasileiro. Daí surgiu, também, o nome do grupo. “Antes usávamos Jamaholics, mas queríamos algo mais Brasil mesmo. Daí veio a ideia de usar Zé e todos gostaram”, detalhe.

O álbum

“Marrom” introduz a história de Zé, o personagem principal de “Macaco Politizado”. A faixa transmite a vida corrida de um sujeito que vive o dia a dia no piloto automático: “cheio de certeza/ e frieza/ só não vê/ que sem gravata/ é fácil respirar” . Baixo e metais bem marcados embalam os versos, escritos em maioria pelo próprio vocalista.

“Costumo começar no violão e só depois faço uma letra e levo pros companheiros de banda ajudarem a construir tudo por inteiro. Quando definimos a história do disco, por exemplo, fui alterando algumas coisas para encaixar melhor o que queria dizer com a história”, diz Vinícius, antes de ressaltar que o nome do álbum é inspirado na música homônima, lançada no primeiro EP da banda, “Zé Maholics” (2017).

No total, “Macaco Politizado” terá, além de “Marrom”, outras 11 faixas que serão lançadas mês a mês e agrupadas em três EPs. “É o que faz mais sentido nesse contexto da internet, das plataformas de streaming”, reforça o vocalista.

A produção é assinada pelo curitibano Otávio Madureira, da banda Machete Bomb, um dos grupos com os quais o Zé Maholics se identifica. No total, já há cinco faixas prontas. A expectativa é de que Otávio volte ao Estado até junho para dar sequência ao restante das produções.

A concepção do disco partiu de uma leitura que o grupo faz do cenário atual da sociedade. Os quatro integrantes creem que as pessoas hoje em dia têm uma grande necessidade de buscar mais a própria essência. Zé, o personagem principal da narrativa do disco, é um desses.

“É a história de um cara que nunca parou para refletir o que poderia fazer além da faculdade. Trabalhou com algo que não curtia tanto porque ninguém falou para ele que podia ser músico”.

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Em boa parte das composições há uma pitada de experiência pessoal, conforme confessa Vinícius. “Claro que escrevo inspirado pelas coisas por que passei. É uma coleção de experiências nossas, mas também uma ideia que se aplica a todo mundo”, conclui.

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