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Saiba como tirar proveito do sistema de correção de provas do Enem

Saiba como tirar proveito do sistema de correção de provas do Enem

Acertar só questões difíceis na prova pode diminuir a nota do candidato no momento da correção, explica professor

Publicado em 13 de outubro de 2019 às 18:12

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gabarito de prova de concuso. (Reprodução internet)

Em meio a todo o conteúdo para absorver até o dia da prova, os estudantes que farão o Enem têm que lidar também com a Teoria de Resposta do Item (TRI). Não, não é mais um conteúdo, mas sim o sistema de aplicação das notas às questões. 

Segundo o professor Leonardo Gama, coordenador da Terceira Série do Ensino Médio do colégio Salesiano, em Jardim Camburi, Vitória,  o TRI que não é algo novo. “Não é uma Teoria criada para o Enem, ela foi criada nos anos 60 e é usada há muito tempo em provas de alta escala no mundo inteiro e vem se aprimorando como uma forma de dar uma avaliação por peso na questão. No Enem, ela é aplicada desde 2009”, explicou.  

A TRI valora os pontos de cada questão de acordo com três fatores:    

  • o peso
  • a coerência 
  • a discriminação  

PESO

De acordo com o professor, esse quesito  significa que em uma prova de 180 questões como o Enem, cada uma tem um peso de acordo com o nível de dificuldade. Quanto mais difícil,  maior a pontuação dada a ela no momento da correção pelo sistema da TRI. 

COERÊNCIA

Um outro ponto que pesa nessa contagem de pontuação é a coerência. “O outro parâmetro a ser levado em conta que é a consistência das respostas, ou seja,  a regularidade do aluno medida pela coerência nas respostas. Ou seja, um aluno que acerta as questões mais difíceis e erra as mais fáceis, provavelmente ele chutou, não está sendo coerente, isso baixa a nota dele”, explicou o Leonardo Gama. 

Segundo o professor, é uma forma de evitar que os sortudos sejam beneficiados. “Não tem sorte, é um sistema para determinar o perfil do aluno. A sorte pode existir ao acaso, mas ela não é premiada”, destaca.

A dica de Leonardo Gama é manter um equilíbrio. “Melhor que o aluno acerte questões fáceis e médias e algumas difíceis para ser mais coerente, se não ele perde pontos na incoerência. Se acertar as mais difíceis e errar as mais fáceis, o aluno vai ser prejudicado”, orienta.

DISCRIMINAÇÃO

Esse parâmetro do sistema TRI considera as áreas Ciências Humanas, Linguagens, Ciências da Natureza e Matemática e suas Tecnologias. Para cada área, há níveis de dificuldades diferentes.

Um exemplo é a prova que tem o maior número de acertos, em média no Enem, é a de Linguagens. A prova que tem o menor número de acertos é a de Matemática. 

Como a maioria das pessoas acertam muitas questões em Linguagem, a pontuação média não é alta, pois não tem diferenciação. “Assim, a nota média é baixa em Matemática, então,  tirar uma boa nota em Matemática, é acertar mais de 25 das 45 questões. Isso é uma média relativamente boa. Já em linguagem, o aluno tem que acertar mais de 35 para ter uma média boa”, pontuou Gama. 

Desse modo, saber um pouco mais sobre uma disciplina  tida como “difícil” é uma estratégia vantajosa. “Como no Brasil, a maioria dos estudantes não é boa em Matemática, o fato do aluno fazer uma pontuação acima da média o fará ser ‘premiado’ por isso. Como na prova de Linguagem a maioria acerta muitas questões, o aluno não consegue se destacar”, detalha.  Isso mostra que cada vez menos o Enem quer candidatos que sejam muito bons em apenas uma determinada área.

Aspas de citação

Não adianta acertar muito em Linguagens e ser péssimo em Matemática. O Enem não privilegia especialistas, privilegia um bom estudante do ensino básico. Hoje, quem é muito bom em uma área somente não consegue uma pontuação em excelência para passar em um curso concorrido

Leonardo Gama
Coordenador da Terceira Série do Ensino Médio do colégio Salesiano
Aspas de citação

DICAS

O sistema TRI seleciona os bons alunos nas cinco áreas, incluindo a redação. Por isso, não basta o aluno escolher uma área e se dedicar apenas ao tema que tem afinidade.  “O diferencial do candidato vai ser na prova da disciplina que não é a área dele".

Na visão do professor, o TRI  pode ser usado a favor do aluno. Primeiro, o estudante deve fazer um plano para a universidade que vai tentar, pois cada uma coloca pesos nas provas de acordo com os cursos. 

Na Ufes, por exemplo, para Direito as provas que valem mais são Linguagens, Humanas e Redação. Já para Medicina são Redação, Linguagens e Ciências da Natureza.

O segundo ponto que o aluno precisa saber  é que ele não pode desistir de nenhuma área, mesmo aquela que ele não é tão competente. “Tem que dar ao máximo para que isso não o atrapalhe, pois a nota dele vai sair de todas as áreas de conhecimento. O aluno deve avançar o limite das habilidades que ele tem fazendo a diferença no que tem maior dificuldade. O próprio mercado de trabalho exige essas múltiplas habilidades”, esclarece Gama.

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