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Ator Marcos Veras estreia no EducarES e convida jovens a fazerem escolhas flexíveis e conscientes

Ator Marcos Veras estreia no EducarES e convida jovens a fazerem escolhas flexíveis e conscientes

O novo apresentador do projeto, realizado pela Rede Gazeta, destaca a importância da arte, da escuta e da leveza no processo de escolha profissional. Evento acontece dia 07 de agosto

Wanessa Eustachio

Analista de Comunicação / weustachio@redegazeta.com.br

Publicado em 18 de julho de 2025 às 14:03

Marcos Veras, ator e humorista
Marcos Veras, ator e humorista Crédito: Divulgação

"Mudar de ideia é bonito. E a primeira escolha talvez não seja definitiva." A frase do ator Marcos Veras, que consagrou-se junto ao público em produções do “Porta dos Fundos e de oito novelas e séries da TV Globo, resume a mensagem que ele quer levar aos jovens capixabas no EducarES 2025, que acontece no próximo dia 07 de agosto, em Vitória.

O evento realizado pela Rede Gazeta, voltado a estudantes e profissionais da educação, acontece no Centro de Convenções de Vitória, mirando uma discussão sobre carreiras, profissões e desafios do mercado de trabalho. No ano passado, mais de 1000 mil pessoas passaram pelo evento, uma grande arena de conhecimento.

Ao estrear na apresentação do evento, Veras defende que escolher uma carreira pode, e deve, ser um processo mais leve e flexível. A aposta está na escuta ativa, na arte como ferramenta de apoio emocional e na gentileza com as próprias incertezas. Confira na entrevista a seguir:

O que te motivou a aceitar o convite para ser o apresentador do EducarES?

  • Em primeiro lugar, porque acredito que a educação é a base de tudo. É o que move e sustenta uma sociedade digna. Ter a oportunidade de apresentar um evento desse tamanho e importância é motivo de orgulho para mim, como artista e cidadão.

Qual a sua conexão pessoal com educação, juventude e temas como escolha de carreira?

  • Minhas melhores lembranças são da época de escola. Ali, pude formar minha personalidade, meu caráter e meu desenvolvimento como ser humano. O jovem da minha geração é diferente do jovem de hoje, mas mantém em comum o desejo de mudança, os sonhos. O jovem de hoje tem até mais voz do que o da minha época, porque conta com a internet como combustível desses sonhos; o acesso à informação é mais amplo e poderoso. Mas é claro que escolher uma carreira para a vida é um momento decisivo, mas não precisa ser doloroso ou sofrido. As opções são muitas. Mudar de ideia é bonito. É sempre bom lembrar que a primeira escolha talvez não seja definitiva.

O projeto se comunica com milhares de jovens capixabas. Como você enxerga a responsabilidade de estar à frente dessa conversa?

  • Enxergo com total consciência da responsabilidade que é. Sei que sou também um formador de opinião. Mas, acima de tudo, estarei ali para trocar, ouvir, aprender e sair transformado pelas ideias e sonhos que estão sendo discutidos e construídos. A escuta ativa e gentil é essencial.

Como você vê o momento em que os jovens precisam tomar decisões sobre o futuro profissional?

  • É um momento muito desafiador. É natural ter questionamentos, dúvidas e inseguranças. Não é fácil decidir o que você fará pelo resto da vida aos 16 ou 17 anos. Mas sempre lembro que é possível mudar o percurso no meio do caminho. É importante ter clareza de que aquilo vai te fazer feliz. Hoje, as opções são muitas e as profissões são múltiplas. Você pode escolher uma profissão e, dentro dela, ter a possibilidade de praticar outros ofícios também.

Sua trajetória teve momentos de dúvida ou insegurança na hora de escolher o caminho da atuação? Como lidou com isso?

  • Sim, com certeza. A carreira artística é cheia de incertezas, instabilidade financeira, altos e baixos. Mas sempre busquei ampliar meu campo de atuação. Além de atuar, sempre procurei produzir, escrever e dirigir. Me tornei apresentador, o que me trouxe um leque maior de opções. Comecei no rádio, fiquei conhecido como comediante, mas busquei outros gêneros. Faço TV, teatro e cinema. E acho que essa versatilidade me trouxe mais segurança. Sempre fiz tudo com muita paz, disciplina e respeito pelo meu ofício.

Que conselhos você daria para quem está nesse processo de decisão?

  • Acho importante manter a calma e contar com o apoio dos pais nessa escolha. Manter-se informado, fazer testes vocacionais, ler sobre a profissão pretendida, saber como está o mercado de trabalho naquele momento e quais são as expectativas para o futuro. E, principalmente, escolher algo que te faça feliz.

Saúde emocional, arte e escolhas de vida

Ansiedade, medo de errar, cobrança familiar... esses sentimentos muitas vezes aparecem na hora de escolher um caminho profissional. Como acha que devemos falar sobre isso com os jovens?

  • Esses sentimentos são naturais. Por isso, é tão importante que a cobrança dos familiares - que também é natural - não seja tão rígida. Porque isso potencializa a ansiedade e os medos que já são próprios desse momento difícil. A ajuda de especialistas também pode ser muito benéfica. Participar de debates, rodas de conversa, ouvir, falar sobre.

A arte pode ser uma ferramenta para lidar com essas emoções? Como?

  • Sem dúvida nenhuma. A arte é muito poderosa. Ela é terapêutica e transformadora. Pode trazer luz para a resolução de problemas e dar afago em momentos difíceis. A arte cura, seja ela qual for. Ler, ir ao cinema, assistir a uma peça de teatro podem, sim, trazer respostas ou, no mínimo, provocar a busca por elas.

Você já viveu momentos em que precisou “reinventar” seu caminho profissional?

  • Quase sempre. Nós, artistas, estamos sempre nos reinventando. O mercado muda o tempo todo. Quanto mais conhecimento você obtém, maior a chance de ter oportunidades de trabalho. A cultura é a primeira a sofrer em uma crise econômica, por exemplo. A cultura ainda não é prioridade para a sociedade. Apesar de ser essencial, está o tempo todo à prova. E, com isso, os artistas precisam se virar. Estou sempre atento às mudanças do mercado, e isso, de alguma forma, me instiga a me reinventar sempre.

De que forma você acredita que a arte pode ser uma ponte poderosa para tratar temas sérios como medo, insegurança e futuro profissional?

  • Ao assistir a um filme que toque nesses assuntos, por exemplo, você pode se questionar e encontrar respostas por meio da arte. Em uma peça de teatro, pode se beneficiar de um debate após a apresentação, que muitas vezes acontece. A arte tem o poder de tocar em assuntos difíceis de forma leve e palatável. Tudo chega melhor através da arte.

Propósito, escuta e representatividade

Acredita que o mercado de trabalho está mais aberto à diversidade de talentos e trajetórias?

  • Sem dúvida. É um movimento mundial. Caminhamos pouco, mas caminhamos. O mercado está mais atento à diversidade, às pautas progressistas, à formação de talentos. Há mais representatividade de gêneros. Mais equilíbrio é importante e extremamente benéfico para a sociedade como um todo.

O que o público pode esperar da sua condução nos episódios deste ano?

  • Muita escuta, muita leveza e muita energia boa.

Qual mensagem você gostaria de deixar para os jovens que estão prestes a dar seus primeiros passos no mundo profissional?

  • Sejam mais gentis consigo mesmos nesse momento. Respire, pondere. ouça, leia. E, claro, pensamento positivo. No final, vai dar certo.

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