Petróleo e gás no ES: crescimento da produção em terra não é por acaso

Se antes os campos estavam quase obsoletos, com a entrada de pequenas empresas eles aumentaram a capacidade de produção. Oportunidades de negócios que geram emprego e impulsionam o crescimento regional

Publicado em 26/04/2024 às 01h00
Petróleo
Produção de petróleo em terra, em Linhares. Crédito: Carlos Alberto Silva

Há quase quatro anos, quando se testemunhava o plano de desinvestimentos da Petrobras nos campos terrestres do Norte do Espírito Santo, as expectativa eram as melhores possíveis.

Enquanto a produção de gás e petróleo onshore era deixada de lado pela estatal após anos de declínio, novos players do setor, com capacidade de investimento e  interesse em alavancar a produção local, se preparavam para entrar no mercado capixaba.

O fim do monopólio, defendido em editorial neste espaço, começa a colher seus frutos.

Os dados da 7ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural do Espírito Santo, lançado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e pelo Observatório da Indústria, mostram que o ambiente em terra voltou a ter destaque no Estado. Em 2022, as reservas de petróleo  registraram aumento de 28,5% comparado com o ano anterior. No mesmo ano, as reservas de gás natural cresceram 86,5%.

E o Espírito Santo, com esse crescimento, ainda passou a ocupar o quarto lugar entre os estados com maiores volumes de reservas onshore de petróleo, atrás de Rio Grande do Norte, Bahia e Sergipe. Já nas reservas de gás, o Estado subiu da oitava para a sétima posição nacional.

A produtividade de um campo onshore é muito inferior aos poços marítimos. Não se trata de uma disputa, mas de diversificação econômica. Ora, se antes os campos estavam quase obsoletos, com a entrada de pequenas empresas eles aumentaram a capacidade de produção.  Oportunidades de negócios que geram emprego e impulsionam o crescimento regional.

A vida útil dos campos de petróleo capixabas também foi avaliada e chegou a 24 anos, acima do indicador nacional, que é de 23 anos. Já para o gás natural, a vida útil é de 32 anos, também superior ao indicador brasileiro, de 16 anos.

Informação relevante para não deixar esquecer que são recursos energéticos não renováveis, que não estarão disponíveis sempre que se precisar. A empolgação com a produtividade onshore, atualmente, não pode ofuscar a necessidade de investimentos em energias limpas e renováveis.

Mas também é importante constatar que a diversificação de operadoras está fazendo muito bem para a economia capixaba, com a consolidação de uma nova cadeia produtiva. Com a atuação exclusiva da Petrobras, todo esse potencial era desperdiçado.

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