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Transtornos mentais afastam mais de 3 mil pessoas do trabalho no ES

Transtornos mentais afastam mais de 3 mil pessoas do trabalho no ES

Doenças têm feito mais profissionais se ausentarem do emprego

Publicado em 2 de dezembro de 2018 às 01:19

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Estresse, depressão, síndrome do pânico e outros transtornos mentais estão afetando cada vez mais os profissionais, fazendo com que o número de afastamentos do trabalho seja recorde neste ano.

Só de janeiro a outubro, mais de 3 mil funcionários tiveram que deixar de exercer suas funções nas empresas do Estado, segundo dados da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda.

O número é o maior dos últimos seis anos e 17% superior ao registrado no ano passado, quando 2.559 profissionais foram afastados do trabalho pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O órgão concedeu, neste ano, 3.008 benefícios por transtornos mentais, sendo 2.952 auxílios-doença previdenciário e 56 auxílios-doença por acidente de trabalho.

De acordo com o advogado previdenciarista Rafael Vasconcelos, o primeiro auxílio se refere a afastamentos devido exclusivamente a uma patologia ou doença que tenha inviabilizado a atividade exercida pelo trabalhador. Já o segundo, é concedido em decorrência de acidente de trabalho.

“O afastamento depende da indicação médica, que deve ser muito bem detalhada, já que o INSS, normalmente, indefere esse tipo de patologia argumentando que o profissional tem capacidade laborativa”, comenta Vasconcelos.

Mas segundo especialistas da área de saúde, mesmo que a pessoa esteja fisicamente em condição de trabalhar e exercer sua função, o sofrimento psíquico é capaz de incapacitar o profissional, fazendo com que o indivíduo se isole e não consiga nem mesmo sair de casa.

Eles ponderam ainda que a estatística do governo serve de alerta, mas não reflete a totalidade do problema, uma vez que, além dos afastados pelo INSS, há também aqueles que pedem demissão, são demitidos e funcionários públicos, com regime próprio de afastamento.

Para os especialistas, o agravamento dessas doenças está diretamente relacionado ao índice de desempregados no país – atualmente em 12,4 milhões, o que acirra a competitividade e aumenta o medo de perder o emprego.

Além de outros fatores como jornadas de trabalho exaustivas, cobrança excessiva de metas e a conexão em tempo integral devido à internet.

“Se o trabalhador identificar que há desrespeito no ambiente do trabalho, ele pode fazer uma denuncia anônima ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Caso, tenha sido dispensado por não consegue atingir as metas ou foi discriminado, poderá também ajuizar uma ação por danos morais”, explica o professor de Direito Carlos Henrique Bezerra Leite.

Ainda de acordo com o jurista, se o empregado quando foi demitido se encontrava sob os efeitos de doenças ocasionadas pelo trabalho, ele pode processar a empresa por danos materiais ou morais e pedir a reintegração.

SAIBA MAIS

Tipos de transtornos

Depressão

Está relacionado aos sentimentos. Nesse quadro, a pessoa fica melancólica, desanimada, sem interesse, sem apetite ou sono.

Transtorno de ansiedade

A pessoa fica em um estado de vigilância extrema devido às preocupações que tem durante o dia todo. Sente dores musculares e sudorese excessiva.

Transtorno do pânico

A pessoa tem sensação de morte iminente durante 10 minutos, sudorese excessiva, medo de ter próximas crises e não consegue sair de casa, chegando a ter fobia de locais públicos.

Transtorno afetivo bipolar

A pessoa oscila entre duas fases: depressiva e eufórica. Dependendo do seu humor, não consegue sair de casa.

Fobia social

É uma doença gerada pela ansiedade. Às vezes a pessoa tem que se expor e tem taquicardia, fica ruborizada, tem sudorese excessiva, fica com medo do que as pessoas vão pensar e não consegue se lembrar do que vai falar.

Esquizofrenia

É um quadro psicótico.

A pessoa nasce com vulnerabilidade para desenvolvê-lo e se manifesta entre 14 anos e 30 anos.

Fonte: Valdir Campos

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