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Sem cerimônia, Paes de Andrade toma posse na presidência da Petrobras

Sem cerimônia, Paes de Andrade toma posse na presidência da Petrobras

O executivo, o quarto indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para comandar a companhia,  assumiu o cargo nesta terça-feira (28)

Publicado em 28 de junho de 2022 às 21:26

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Caio Mário Paes de Andrade indicado para assumir a Petrobras
Em seu primeiro dia, Paes de Andrade teve reuniões individuais com os diretores da companhia. (Linkedin/Reprodução)

 Sem cerimônia oficial, o novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, assumiu o cargo nesta terça-feira (28), informou em nota a estatal. O executivo é o quarto indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) a tomar posse na companhia.

A nomeação de Paes de Andrade foi confirmada pelo conselho de administração da Petrobras nesta segunda (27), com votos de sete dos dez conselheiros aptos a votar. Os outros três rejeitaram a nomeação por questionamentos sobre sua qualificação para ocupar o cargo.

"Caio tomou posse no Rio de Janeiro, sede da companhia, em agenda interna", disse a Petrobras. É o primeiro entre os quatro presidentes da Petrobras sob Bolsonaro a não realizar uma cerimônia de posse com presença de convidados externos.

Em seu primeiro dia, Paes de Andrade teve reuniões individuais com os diretores da companhia, que o governo espera substituir. Ainda não há, porém, informação sobre quando serão feitas as destituições nem sobre os nomes dos substitutos.

Fontes da alta administração da companhia relatam ainda que o novo presidente demonstrou interesse pelas verbas publicitárias da Petrobras, que investiu R$ 138 milhões na área em 2021 e tem hoje licitação aberta para a contratação de novas agências.

Os contratos atuais, assinados com as empresas Propeg e DPZ&T, vencem no dia 19 de julho.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Embora o novo presidente da Petrobras tenha dito a comitê interno que não recebeu "qualquer orientação" para mudar a política de preços dos combustíveis, o governo espera que ele segure novos reajustes ao menos até as eleições presidenciais.

Para isso, o governo tenta reforçar o discurso de que a estatal precisa aprimorar a parte social de sua pauta ESG (sigla em inglês para meio ambiente, sustentabilidade e governança).

A senha já foi dada na semana passada pelo ministro Adolfo Sachsida (Minas e Energia), durante audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Ele defendeu que as empresas devem "pensar na reputação da marca a longo prazo", não só a curto prazo.

Ele alega que todas as empresas de petróleo do mundo têm minoritários e "todas estão levando prejuízo para preservar a marca", citando as que deixaram a Rússia por causa da Guerra da Ucrânia. "É natural que a Petrobras também faça sacrifícios."

Petroleiros ainda tentam barrar a nomeação, alegando que fere o estatuto da companhia e a Lei das Estatais. Na segunda, anunciaram denúncia à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), alegando que sua posse poderia "gerar instabilidade e oscilação indesejada no mercado de capitais da companhia".

No comunicado sobre a posse, a Petrobras repetiu defesa do currículo de Paes de Andrade, que é formado em comunicação social e não tem passagem por empresas do setor de petróleo ou do porte da estatal, como determina a lei.

A estatal alega que ele é "empreendedor com sucessos comprovados em tecnologia de informação, mercado imobiliário e agronegócio, fundou e/ou liderou a construção de diversas empresas emblemáticas do mercado brasileiro de Tecnologia da Informação".

Para ampliar sua influência na gestão da estatal, o governo tenta ainda renovar o conselho de administração da companhia, caso queira ampliar a interferência em sua gestão. O processo deve enfrentar questionamentos por uma série de restrições aos indicados.

Os nomes para o novo conselho foram apresentados no início do mês, mas ainda não há data para a assembleia de acionistas que vai eleger os novos conselheiros. O colegiado atual espera a análise dos currículos dos candidatos para convocar o encontro.

A lista de indicados é composta majoritariamente por pessoas que ocupam cargos públicos, o que vem gerando críticas entre trabalhadores e minoritários, que veem possíveis conflitos de interesse ou restrições previstas na Lei das Estatais.

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