Publicado em 9 de novembro de 2021 às 14:12
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta terça-feira (9) que o governo estuda criar um "colchão tributário" e uma reserva estabilizadora de preços para conter a alta no preço dos combustíveis.>
Albuquerque fez a afirmação durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, mas não explicou como as medidas funcionariam nem quando seriam anunciadas. Ele ainda destacou que a redução de tributos para resolver o problema dependerá de compensações.>
"Alguns tributos já foram reduzidos, outros estão em análise, tem que haver compensação. O colchão tributário, que é uma medida que pode permitir, ao longo do tempo, que essas variações dos preços do petróleo e também dos combustíveis sejam compensadas de alguma forma. E uma reserva estabilizadora de preço, que seria uma reserva de capital que pudesse ser aplicada quando houvesse uma volatilidade muito grande", informou o ministro.>
Na última semana, o preço da gasolina subiu novamente e já chega a custar R$ 7,999 por litro em Bagé (RS), onde a pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) encontrou o maior valor.>
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Na média nacional, o combustível foi vendido a R$ 6,710 por litro, alta de 2,2%, ainda com repasses do último reajuste promovido pela Petrobras, de 7%, no fim de outubro. O valor é um novo recorde desde que a ANP começou a compilar os preços dos combustíveis no país, em 2002.>
O preço do diesel também teve alta e tem sido vendido, em média, por R$ 5,339 por litro. O valor é 2,4% superior ao praticado na semana anterior.>
O ministro atribui os aumentos constantes à alta do petróleo e à desvalorização cambial.>
"Os investimentos em petróleo e gás no mundo, nos últimos três anos, caíram 40%. E agora nós temos uma crise de oferta e demanda. A demanda é maior que a oferta, daí o aumento", concluiu.>
Uma das soluções defendidas por técnicos do governo para resolver a crise é a criação de um fundo de compensação abastecido com recursos da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).>
A ideia é destinar até 71% do total dos recursos arrecadados com o tributo para esse fundo. A diferença (29%) precisa ser transferida, obrigatoriamente, para estados e municípios.>
Em 2020, a Cide arrecadou R$ 1,5 bilhão. Assim, o percentual estimado pelo governo geraria até R$ 1,1 bilhão para compensar os preços.>
Atualmente, esse dinheiro vem custeando principalmente obras do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em estradas, além de projetos da Receita Federal por meio do Fundaf (Fundo de Desenvolvimento e Administração da Arrecadação e Fiscalização), que tem como objetivo principal alterar a estrutura de arrecadação do fisco.>
No Congresso, a Câmara aprovou um projeto que muda a regra sobre o ICMS (imposto estadual) de combustíveis e prevê que o tributo seja aplicado sobre o valor médio dos últimos dois anos para baratear o preço da gasolina.>
A proposta, porém, enfrenta resistência de governadores e está parada no Senado. Nas próximas semanas, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve se reunir com representantes da Petrobras e dos estados para tentar construir uma saída.>
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