Publicado em 16 de julho de 2019 às 10:31
Após ter entrado em entendimento com a União Europeia, o Mercosul agora avança para concluir um acordo de livre-comércio com os países da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA, na sigla em inglês), que reúne Islândia, Noruega e Suíça. Em coletiva de imprensa na última segunda-feira (15), durante a cúpula do Mercosul em Santa Fé, na Argentina, os negociadores dos quatro países-membros (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) disseram que há uma expectativa de que o acordo seja concluído já em agosto.>
Outra negociação avançada, segundo o secretário de relações econômicas internacionais do governo argentino, Horácio Reyser, é com o Canadá. Segundo ele, a perspectiva é finalizar um acordo no início de 2020. Também estão em andamento acordos com Coreia do Sul e Cingapura, estes em prazo mais dilatado.>
Coordenador brasileiro no Mercosul, Pedro Miguel da Costa e Silva explica que os acordos são amplos, nos moldes do negociado com a União Europeia. "São acordos que tratam de todos os temas. Não é só tarifa, não é só setor de serviço ou de compras governamentais. São acordos de última geração.">
Costa e Silva explica que as áreas mais sensíveis são naturalmente deixadas para o final, o que pode atrapalhar um pouco esses prazos. Ele explica que a maior parte dos países tem setores protegidos em agricultura. "Então, da mesma forma que os últimos temas a serem negociados com os europeus foram os agrícolas, esses temas também são sensíveis nos mercados da Suíça e da Noruega", disse.>
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Segundo Costa e Silva, alguns países querem negociar não só tarifas para produtos, mas regras. E citou a Suíça. "Por exemplo, os suíços são muito fortes em produtos farmacêuticos. Eles estão querendo negociar regras que sejam favoráveis em termos de propriedade intelectual. Mas nós também temos interesses defensivos", disse.>
Bilateralidade. Os ministros da área econômica do Mercosul devem fechar ainda durante a cúpula de chefes de Estado acordo para que a entrada em vigor do tratado com a União Europeia ocorra de forma bilateral. Isso significa que passará a valer à medida que os congressos locais aprovarem os termos.>
"A preferência do Brasil é que a entrada em vigor seja bilateral. Se o Brasil aprovar em primeiro lugar, já entra em vigor para o País. Se outros países demorarem mais, aí entra depois para eles. Para não ficarmos todos esperando que todos aprovem", disse Costa e Silva. Pelo lado da União Europeia, no entanto, é necessária a aprovação do Parlamento Europeu como um todo.>
O Estadão/Broadcast apurou que não há grandes resistências entre os países-membros sobre o tema. O assunto, no entanto, tem de passar pelo crivo dos ministros da área econômica, que começam a chegar hoje para a cúpula.>
Fim do roaming. Os presidentes dos países do Mercosul também devem anunciar amanhã um acordo para acabar com o roaming internacional para ligações por telefone celular entre os países-membros do bloco.>
Os técnicos discutem ainda as linhas finais do acordo, entre elas o prazo de carência para que isso entre em vigor. É certo que não será de imediato, segundo fontes. O acordo deve ser similar ao fechado entre Brasil e Chile no ano passado. Para este acordo, a suspensão do roaming só ocorreria dois anos após a entrada em vigência do Tratado de Livre-Comércio entre os países.>
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