Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 20:21
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (16) que a autonomia do Banco Central tem que ser alterada caso a economia do país não melhore. O petista vive uma disputa com o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, devido à taxa de juros.>
O chefe do Executivo defende uma redução na taxa básica de juros do país, a Selic, enquanto Campos Neto prefere mantê-la em 13,75%.>
Como foi sancionada a lei da autonomia do Banco Central em 2021, a definição fica nas mãos da instituição financeira. Lula, porém, já classificou como uma "bobagem" a legislação aprovada pelo Congresso.>
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (16), o mandatário afirmou que, se a autonomia do Banco Central trouxer "uma coisa extraordinariamente positiva", pode ser mantida.>
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"O que eu quero saber é o resultado. O resultado vai ser melhor. Um Banco Central autônomo vai ser melhor, melhorar economia, ótimo. Mas, se não melhorar, temos que mudar", afirmou.>
Lula também fez duras críticas ao mercado financeiro que, segundo ele, "é muito frágil e precisa ter um pouco mais de seriedade".>
"Eu se fizesse discurso que Joe Biden fez na semana passada no Congresso Nacional [americano] seria chamado de comunista, de terrorista. Esse mercado está muito conservador. É preciso gostar de ganhar dinheiro, mas é preciso ter um pouco de sensibilidade social", disse.>
Lula também afirmou que o diálogo do presidente do Banco Central com o governo deve ficar mais concentrado com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.>
"Ora, mas se não posso conversar com ele da taxa de juros, se não posso influir para reduzir a taxa de juros, se não posso conversar com ele sobre emprego, então o que eu vou conversar? É importante que ele converse com Haddad todo dia, toda hora, todo mês, todo ano e que ele apenas cumpra meta da inflação. E portanto tenha noção que a meta da inflação não pode ser razão pela qual você é obrigado a aumentar a taxa de juros", disse.>
O chefe do Executivo também disse que não é seu papel entrar em disputa com Campos Neto. "Não cabe ao presidente da República ficar brigando com presidente do Banco Central. Eu até teria direito porque ele não é presidente do Banco Central indicado por mim, ele foi indicado pelo Bolsonaro, foi indicado pelo Paulo Guedes. Então, significa que a cabeça política dele é uma cabeça muito diferente da minha cabeça e daqueles que votaram em mim. Mas ele está lá, tem uma lei, tem um mandato", afirmou.>
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