> >
Google testa alerta na tela durante ligação para evitar golpe do Pix

Google testa alerta na tela durante ligação para evitar golpe do Pix

Celular Android irá exibir aviso quando dono estiver falando com desconhecido e abrir app de pagamento

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 08:03

O Google anunciou nesta quarta-feira (12) o início de um teste global no Brasil para prevenir fraudes bancárias, como o golpe do Pix.

No programa-piloto, os aparelhos Android exibirão um aviso de segurança na tela quando o usuário abrir o aplicativo de um banco ou a carteira do Google durante uma ligação com alguém que não está na lista de contatos. Junto com o alerta, aparecerá um botão para encerrar a ligação e interromper o compartilhamento de tela com um único toque.

Celular, tecnologia, idoso, golpe, virtual
Aparelhos Android exibirão um aviso de segurança na tela quando o usuário abrir o aplicativo de um banco ou a carteira do Google durante uma ligação com alguém que não está na lista de contatos Crédito: Reprodução

O teste, já em curso, é uma parceria com o Itaú. Por isso, apenas o app desse banco e a carteira do Google disponibilizarão esse recurso por ora.

Alvo da nova ferramenta, o golpe da falsa central telefônica é o segundo mais comum no Brasil, mostram dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

"Sabendo que os golpistas frequentemente tentam induzir as vítimas a realizar ações arriscadas durante chamadas telefônicas, este novo recurso adiciona uma etapa extra de segurança para aplicativos financeiros", afirmou o Google no anúncio.

Uma reportagem da Folha, publicada em junho, mostrou o crescimento de uma modalidade dessa fraude no Brasil, que envolve o compartilhamento de tela. Os dados foram extraídos de um relatório da empresa de cibersegurança Kaspersky.

O golpe começa com uma chamada, na qual o estelionatário se apresenta como técnico do banco e solicita que a vítima instale aplicativos como Teamviewer, Anydesk e outros que permitem o acesso remoto ao dispositivo. O criminoso então pede o código exibido pelo programa, que dá controle remoto sobre o celular. Veja no vídeo abaixo como funciona.

Se o cliente seguir as instruções, o criminoso toma o controle do dispositivo e pode realizar transações financeiras para esvaziar a conta da vítima. Nem antivírus, nem a segurança dos apps bancários podem prevenir essas perdas, uma vez que o programa utilizado é legítimo e está disponível nas lojas oficiais de Google e Apple, com uso comum em assistências técnicas.

Durante o evento "Só no Android", realizado nesta quarta-feira, o Google afirmou que protege os usuários de seu sistema operacional contra mais de 2 bilhões de ligações e mensagens suspeitas por mês, utilizando inteligência artificial.

MAIS ATUALIZAÇÕES

O Google anunciou também a implementação de outra ferramenta de segurança. Usuários de smartphones com Android 16 poderão indicar seus "lugares de confiança", como casa e trabalho.

Quando isso for feito, o aparelho exigirá autenticação biométrica sempre que o usuário tentar acessar configurações ou informações sensíveis enquanto estiver longe desses locais, como visualizar senhas de apps salvas, alterar o PIN, o padrão ou a senha do dispositivo, ou desativar o localizador.

Esse recurso pode ser encontrado nas configurações de segurança, na seção "Proteção contra roubo".

Além disso, a nova função "Proteção de Restauração de Fábrica" (em inglês, Factory Reset Protection), quando ativada, exigirá as credenciais do usuário. O reset do dispositivo é uma tática comum utilizada por criminosos para contornar os mecanismos de segurança de um celular.

"Se um ladrão tentar pular o processo de configuração em um celular com esse recurso ativado, o aparelho se tornará inutilizável e só poderá ser restaurado com as credenciais do proprietário", afirmou o Google no anúncio.

A empresa também tornou padrão o Bloqueio por Detecção de Roubo e o Bloqueio Remoto, recursos que antes eram opcionais.

O bloqueio por detecção de roubo trava automaticamente a tela do celular quando detecta um movimento que sugira furto, como quando alguém agarra o aparelho e começa a correr.

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais