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FMI alerta para riscos das condições fáceis do mercado global

FMI alerta para riscos das condições fáceis do mercado global

Cenário adverso pode compromenter crescimento da economia internacional

Publicado em 18 de abril de 2018 às 12:57

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Tobias Adrian, diretor de Mercados Monetário e de Capitais do FMI. (Reprodução/YouTube)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que investidores e reguladores não deveriam se sentir muito confortáveis com as atuais condições financeiras nos mercados globais. Essa é a principal mensagem do Relatório de Estabilidade Financeira Global divulgado nesta quarta-feira pelo organismo, que defende um maior alinhamento desses agentes aos riscos de curto prazo: maior volatilidade e disputas comerciais.

— Apesar da resiliência com a volatilidade recente, os investidores e os reguladores não devem ficar muito confortáveis com as condições financeiras relativamente fáceis de hoje. Eles devem permanecer em sintonia com os riscos associados. A estrada à frente pode muito bem virar para um caminho acidentado — avaliou Tobias Adrian, diretor de Mercados Monetário e de Capitais do FMI.

Para Adrian, caso esses fatores de risco não sejam levados em consideração, há a possibilidade de, daqui alguns anos, o crescimento global perder força e ficar negativo em caso de um cenário adverso mais severo.

— As vulnerabilidades podem tornar o caminho à frente acidentado e colocar o crescimento em risco. Nossa análise, que vincula as condições financeiras à distribuição do crescimento global futuro, indica que, sob cenário adverso, o crescimento pode ser negativo daqui a três anos — disse.

O FMI espera que a economia global cresça 3,9% neste ano e no ano que vem.

A cautela do Fundo está atrelada a uma piora dos riscos de curto prazo desde a última avaliação, que foi realizada em outubro. Esses riscos incluem uma avaliação de preço considerada excessiva para os ativos de risco. Em caso de uma reversão das condições de financiamento global, como aumento dos juros em nível maior que o esperado, esses ativos passariam por um ajuste de preço.

“As autoridades devem atacar as vulnerabilidades financeiras usando, de forma mais ativa, as ferramentas micro e macroprudenciais à sua disposição ou aprimorando suas ferramentas conforme necessário. Por exemplo, para administrar os riscos no setor não bancário”, aconselha o FMI.

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São três as principais vulnerabilidades vistas pelo fundo: preços elevados de alguns ativos de risco, que poderiam sofrer um ajuste mais forte para baixo em caso de aumento dos juros pelas principais economias; uma redução do fluxo de capital para os mercados emergentes; e o descasamento da liquidez em dólares por parte dos bancos não americanos, que são dependentes de fontes de curto prazo.

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